Universidade da Flórida retira nome de Marx da sala de estudos da biblioteca

A universidade disse que a mudança se deve ao conflito em andamento entre a Rússia e a Ucrânia

16/03/2022 14:17 Atualizado: 16/03/2022 14:17

Por Bill Pan 

A Universidade da Flórida removeu o nome do autor do “Manifesto Comunista”, Karl Marx, de uma sala de estudos da biblioteca depois que isso ganhou a atenção da mídia.

De acordo com um relatório de 7 de março da Campus Reform, a universidade pública tinha uma de suas 14 salas de estudo em grupo nas bibliotecas George A. Smathers chamada “Sala de Estudo Karl Marx”. Em uma foto divulgada pelo site de notícias sobre educação, o nome de Marx está inscrito em uma placa na entrada da sala, com uma curta passagem descrevendo-o como “filósofo, economista radical e crítico revolucionário de tudo o que existe”.

A descrição ainda qualificava Marx como o “fundador do socialismo cinetifico”, cuja “reputação como pensador radical” surgiu durante a ascensão dos partidos políticos socialistas nas décadas de 1870 e 1880 e por lançar as bases dos movimentos socialistas e comunistas em todo o mundo.

“A extensão única da influência da explicação materialista de Marx sobre o funcionamento da sociedade, economia e história, inevitavelmente viu a teoria marxista estender sua influência à crítica literária”, dizia a placa.

Algumas outras salas de estudo da biblioteca receberam nomes de figuras históricas como Benjamin Franklin, Frederick Douglas, William Shakespeare e Ernest Hemingway. O sistema de reservas online da biblioteca anteriormente exibia todos esses nomes, mas agora se refere apenas às salas por números, com “Sala de Estudo Karl Marx” se tornando “Sala 229”.

Em um comunicado à Campus Reform, a universidade disse que a mudança de nome tem a ver com o conflito em andamento entre a Rússia e a Ucrânia.

“Dados os eventos atuais na Ucrânia e em outras partes do mundo, determinamos que era apropriado remover o nome de Karl Marx que foi colocado em uma sala de estudo em grupo na Universidade da Flórida em 2014”, declarou um porta-voz da Universidade da Flórida.

No início deste mês, a Assembléia Legislativa do Estado da Flórida votou para designar o dia 7 de novembro como o “Dia em Memória das Vítimas do Comunismo” em memória e homenagem àqueles que morreram e sofreram sob os regimes comunistas. Espera-se que o governador da Flórida, Ron DeSantis, aprove a medida e torne seu estado o quinto nos Estados Unidos a fazê-lo.

“A realidade assustadora sobre o comunismo e aqueles que prometem trazer igualdade e libertação é que eles prometem liberdade e igualdade econômica – mas tudo o que eles trazem é miséria, destruição e morte”, disse o deputado estadual republicano David Borrero, patrocinador do projeto na câmara baixa.

“Precisamos desse projeto porque 1 em cada 5 pessoas vive sob o comunismo hoje na China, em Cuba, no Vietnã, na Coreia do Norte e em Laos. Mais de 100 milhões de pessoas morreram por causa dessas políticas econômicas fracassadas”, acrescentou Borrero, apontando para um relatório que diz que quase metade da geração Z estaria disposta a votar em um socialista e 1 em cada 5 estaria disposto a votar em um comunista.

De acordo com a versão mais recente do “Relatório sobre as atitudes dos EUA em relação ao socialismo, comunismo e coletivismo” do grupo sem fins lucrativos Vítimas do Comunismo Memorial, o sentimento pró-socialista aumentou entre os americanos mais jovens com a aprovação da Geração Z em 49% em 2020, acima dos 40% em 2019. As opiniões favoráveis ​​ao marxismo também aumentaram na geração mais jovem, com 30% da geração Z tendo uma visão favorável do marxismo em 2020, um aumento de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

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