Com apenas 14 anos, a artista taiwanesa Lin Yu Hsuan já foi aclamada pelas suas pinturas a óleo. Em 2019, no quinto Concurso Internacional de Pintura de Figuras da NTD (NIFPC, na sigla em inglês), ela ganhou um prêmio de humanidade e cultura por sua pintura “jornada mundial”. Mais recentemente, no Sexto NIFPC, ela ganhou um prêmio de destaque para jovens por sua pintura “encorajamento misericordioso”.
Ambas as suas pinturas premiadas destacam a situação dos praticantes do Falun Gong na China, que têm sido sistematicamente perseguidos pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) desde 1999. O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma disciplina espiritual e prática de meditação com ensinamentos morais baseados nos princípios de Zhen, Shan e Ren – ou Verdade, Compaixão e Tolerância.
Na sexta cerimônia de premiação do NIFPC, a sra. Lin disse ao Epoch Times que deseja que suas pinturas deixem “as pessoas com esperança, para que possam enfrentar suas próprias vidas, mesmo em tempos difíceis”.
Esperança e dificuldades
Em “jornada mundial”, ela retratou um determinado adepto do Falun Gong entregando materiais informativos na calada da noite para expor a perseguição do PCCh à sua fé. Uma lua prateada espia por entre as nuvens e ilumina a cena. Sob o governo do Partido, o homem corre o risco de ser preso, mas nada o impede de defender a sua fé. Sua camisa está encharcada por causa da chuva torrencial enquanto ele caminha por uma estrada alagada carregando sua bicicleta em um ombro e seu filho bebê adormecido no outro.
Os folhetos informativos mostrados na “jornada mundial” provavelmente incluíam relatos de praticantes do Falun Gong que foram perseguidos na China.
De acordo com o site www.minghui.org, uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA que relata a perseguição contínua ao Falun Gong na China, Tian Yili e Zhen Yuje, um jovem casal e sua filha de 3 anos, começaram a praticar o Falun Gong em 1996. Juntos, eles ajudaram a difundir a prática e em sua casa às vezes tinham até 30 adeptos praticando os exercícios do Falun Gong.
Em Julho de 1999, o líder do regime chinês, Jiang Zemin, ordenou uma brutal campanha de perseguição contra o Falun Gong e os seus estimados 100 milhões de adeptos chineses. Em 21 de julho de 1999, o casal viajou centenas de quilômetros até Pequim para apelar da perseguição. Durante quase um mês, eles dormiram em canos de cimento na cidade para escapar da prisão.
Em agosto de 1999, a polícia prendeu Zhen. Quando a van da polícia em que ela viajava se aproximou da cidade de Tianjin, ela e outro praticante tentaram escapar e pularam do veículo para a morte. Ela tinha apenas 28 anos.
A polícia prendeu Tian três vezes, mas ele escapou todas as vezes. Quando voltou para casa, para sua família, viu pessoas se reunindo em torno de sua casa. Eles vieram para o funeral de sua esposa, mas ele não tinha ideia de que ela havia morrido.
Mais tarde, repleto de tristeza, Tian viveu com sua filha em dificuldades. A polícia continuamente extorquiu dinheiro dele. Com o coração partido e desgastado pelo peso da perseguição, ele morreu em 11 de agosto de 2002, com apenas 32 anos, deixando órfã sua filha de 8 anos.
“Encorajamento Misericordioso”
A sra. Lin ficou comovida com a situação do casal e inspirada pela forma como eles seguiram em frente, apesar dos desafios. Ela recriou esse sentimento em sua pintura “encorajamento misericordioso”.
No centro da pintura, Tian apoia um braço no caixão aberto e vazio de sua esposa. Algemas desbloqueadas estão penduradas em seu pulso, lembrando que ele escapou da captura. Com tristeza, raiva e descrença pela morte de sua esposa, ele aperta o pano em que está sentado. Ele olha para uma vela acesa, um motivo frequentemente encontrado nas pinturas barrocas vanitas (uma espécie de pintura de natureza morta) para indicar a passagem do tempo e a transitoriedade da vida. A vela também indica fé e devoção, com sua fumaça conectando a terra aos reinos celestiais. Em uma estante ao lado do corpo de Zhen há uma foto de família tirada em tempos mais felizes e a capa azul do livro “Zhuan Falun”, o texto principal do Falun Gong. Ela está vestida de branco, a cor chinesa do luto. Uma cortina aberta revela um reino celestial e três seres semelhantes a querubins descendo com bênçãos celestiais para o casal.
Quer ela esteja retratando histórias trágicas ou alegres, a esperança está no centro das pinturas da sra. Lin. O título da sua pintura “encorajamento misericordioso” vai além de destacar a perseguição ao Falun Gong na China. “Misericórdia” significa mostrar uma tolerância gentil para com um criminoso, um adversário ou uma figura de autoridade. O “encorajamento misericordioso” da sra. Lin com seus seres celestiais demonstra como qualquer um de nós pode superar o maior dos desafios com fé e paciência bondosa.
Ela diz: “Quero usar a minha pintura para mostrar às pessoas que, mesmo que as coisas possam não correr bem a nível humano, ainda podemos ter esperança e olhar para o futuro de forma positiva, apesar de tudo.”
