O Templo de Hatshepsut, também conhecido como Templo de El Der El Bahari é um dos mais belos do antigo Egito. Foi construído por ordem da rainha-faraó Hatshepsut para ser seu templo funerário. Hatshepsut foi uma das mulheres mais poderosas da antiguidade, mais poderosa do que Cleópatra e Nefertiti.
O Templo de Hatshepsut é um dos mais magníficos e, embora esteja em razoáveis condições, foi vandalizado, tanto por faraós sucessores que não se simpatizavam com Hatshepsut bem como, séculos mais tarde, por cristãos que viviam na região. Ao lado, mas em estado de ruína, está o Templo de Montuhotep I, que foi faraó aproximadamente 600 anos antes de Hatshepsut.
O Templo de Hatshepsut tem três níveis de terraços, com colunas magníficas, afrescos, estátuas e esculturas. Difícil de descrever um templo originalmente tão bonito. No Templo há espaços em homenagem e reverência à deusa Hathor, ao deus Anúbis e, na parte central superior, o santuário de Amon.
Hathor, segundo a mitologia egípcia, é uma deusa da religião do Egito Antigo que personificava os princípios do amor, da beleza, da música, da maternidade e da alegria. Era uma das divindades mais importantes e populares do Egito Antigo, venerada tanto pela realeza quanto pela população. É descrita como a “Senhora do Ocidente”, que recebe os mortos no pós-vida.
No julgamento dos mortos, no tribunal subterrâneo (muitas vezes chamado Salão das Duas Verdades) o coração do morto era pesado com uma pena como padrão (representando simbolicamente Maat). O coração que pesasse mais do que a pena era considerado indigno, seria devorado pela deusa Ammit e seu dono condenado a passar a eternidade no submundo. Os indivíduos de coração bom e puro eram enviados para o paraíso. Anúbis era quem guiava as almas dos mortos no Além.
Sobre Hatshepsut:
Hatshepsut nasceu em Tebas. Foi mais poderosa que Cleópatra e Nefertiti. Foi a filha mais velha do rei Tutmés I e da rainha Amósis. Seu pai, Tutmés I, expandiu de maneira nunca antes vista o império egípcio. Quando seu pai faleceu, Hatshepsut era a única sucessora direta, pois todos os irmãos dela estavam mortos.
Contudo, intrigas palacianas impediram Hatshepsut de assumir o trono, colocando no poder Tutmés II, filho de uma esposa secundária de Tutmés I. Segundo a tradição, Hatshepsut teve que se casar com o novo faraó Tutmés II.
Ela se tornou, assim, esposa de seu meio-irmão, o que representou um duro golpe para o seu orgulho, afinal, Hatshepsut era descendente direta de um grande faraó. Lentamente, no entanto, ela se rodeou de servidores fiéis e aumentou seu poder gradativamente, até se tornar uma oponente perigosa para os que a haviam traído quando seu pai morreu.
Seu marido Tutmés II faleceu jovem, deixando dois filhos, ambos de esposas secundárias, que ainda estavam na primeira infância, por isso, não estavam aptos a governar. Como ocorrera na geração anterior, Hatshepsut, a esposa real, havia dado à luz apenas a uma menina. Mais uma vez, os servidores do alto escalão agiram no sentido de controlar a sucessão, mas Hatshepsut os derrotou, assumindo a regência até que Tutmés III alcançasse a maioridade. Hatshepsut, na qualidade de grande esposa real do rei Tutmés II, assumiu o poder como regente durante a menoridade de Tutmés III.
Logo nos primeiros anos como regente, ela afastou seus oponentes da cena política e nomeou pessoas de sua confiança para os principais cargos. E quando se sentiu suficientemente forte, proclamou a si mesma faraó, tornando-se a terceira rainha-faraó de que se tem notícia na história do Egito. Assumiu, então, todos os atributos masculinos do seu cargo, menos o título de todo-poderoso.
A ideia mais genial de Hatshepsut, no entanto, foi a de se proclamar primogênita do próprio deus Amon, além de seu substituto na Terra. Para validar essa filiação e garantir seu status, ela certamente teve de pagar um altíssimo preço aos sacerdotes, que, por sua vez, lhe asseguraram um reinado sem dissidentes.
Hatshepsut dedicou a maior parte de seu período como governante máxima do Egito a embelezar o país e restaurar os templos. O centro de suas atividades foi a capital, Tebas, mas também edificou a famosa Capela Vermelha do templo de Amon, em Karnak. Na cidade de Tebas, seu arquiteto favorito, Senemut, desenhou e comandou a construção de um templo funerário que se tornaria uma das mais belas joias do Antigo Egito: o Dyeser-Dyeseru (o sublime dos sublimes).
Ainda que Hatshepsut tenha passado à história como uma governante pacífica, a verdade é que ela realizou várias campanhas militares: contra a Núbia, para proteger postos fronteiriços no norte e também para atacar a cidade de Gaza, na Palestina.
No 15º ano do reinado de Hatshepsut, Tutmés III começou a lutar para recuperar seu poder. Não se conhecem as razões, mas num único ano morreram os principais servidores da rainha-faraó. Logo depois, faleceu a filha de Hatshepsut, Neferura. Lentamente, a rainha-faraó se afastou do poder.
Por todo o Templo de Hatshepsut é possível ver retratos de Hatshepsut ora como rainha e ora como faraó, como um homem com uma barba postiça. Com a morte de Hatshepsut, Tutmés III assumiu o reinado.
Hatshepsut morreu em seu palácio, na cidade de Tebas, abandonada por todos, depois de um reinado de 22 anos (1479 a.C. a 1457 a.C.). Sua tumba encontra-se no Vale dos Reis.
Outro ponto interessante, Hatshepsut foi mãe adotiva de Moisés. Conta a Bíblia que Hatshepsut, então filha do faraó, foi se banhar no rio Nilo. Hatshepsut viu um cesto no meio dos juncos e mandou uma de suas criadas ir ver o que era aquilo. No cesto havia um menino chorando, Moisés, que viria a ser o libertador do povo hebraico do cativo no Egito.
Vídeo mostrando o Templo reconstituído:
O Templo de Hatshepsut é um dos lugares do mundo que merece ser conhecido.