Silvia Bossa, reascendendo a luz da renascença

27/06/2012 06:56 Atualizado: 28/02/2018 16:40

NOVA YORK – A Final da competição vocal no Carnegie Hall se tornou um local de convergência para as artes clássicas do leste e do oeste se encontrarem neste Outono. Organizado pela NTD, a competição vocal tinha a missão de promover a tradicional arte vocal de pura autenticidade, pura bondade e pura beleza.

“A missão deles é a minha vida”, disse Silvia Bossa, diretora artística da academia de opera de Florença, Sra. Bossa viajou todo o caminho de Florença, Itália, berço do renascimento europeu para apoiar a missão da NTDTV.

A NTDTV recebeu o nome da Dinastia Tang da China (618-907 d.C.), considerada a época mais esplêndida nos 5.000 anos da civilização chinesa.

“É incrível que alguém esteja pensando assim nesse mundo!”, disse Sra. Bossa ao Epoch Times. Estava frio e chovendo lá fora após a primeira nevada deste inverno em Nova Iorque, mas a Sra. Bossa estava calorosa e entusiasta, embora afetada pelo fuso horário.

Após ver a missão da NTD impressa em um cartaz, ela decidiu vir a Nova Iorque para apoiar a competição vocal. “Estou muito feliz por estar aqui. É um presente para mim. Eu vejo cantores maravilhosos.”

A Soprano lírica nascida em Roma e professora de canto ofereceu bolsa de estudos a 3 competidores para irem a Itália e estudarem com ela na Academia de Opera de Florença.

Bossa é a fundadora e diretora artística nessa instituição privada de treino vocal e agencia de artes. Ela ofereceu tudo que foi necessário, desde a formação básica em técnicas vocais, repertorio atuação, até uma audição e se preparar para uma estreia, para apoiar um novo talento a subir no palco como um completo cantor de ópera.

A Final da competição vocal no Carnegie Hall ocorreu em 30 de outubro de 2011.

Pura explosão de alegria

Questionando sobre como ela decidiu sobre quem escolher, Bossa sorriu. Ela citou Maria Callas, “Se você fechar seus olhos, você verá o quão bela é a musica. Se você ouvir a música com o coração puro. Você saberá tudo que deve fazer.”.

“Eu fechei os olhos e escutei os participantes do concurso. Meu coração me diria se alguém precisasse de minha ajuda.” Quando ela abriu os olhos, ela olhou nos olhos do cantor. “ Porque os olhos são o vidro da alma, eu posso ver se tem algo que me toca ou não.”

Quando ela contou aos cantores a oportunidade que ela tinha para lhes oferecer, a reação foi emocionante. Uma jovem cantora chinesa começou a chorar. “Ela disse: obrigada, obrigada, obrigada! com uma pura explosão de alegria. É tão bonito!”, contou Bossa.

“Não é uma missão para mim. A alegria é incomparável.” A Soprano lírica de 44 anos disse que nada a faz mais feliz do que preparar jovens talentos para serem futuras estrelas na ópera.

Graduando-se com honras em canto clássico e tendo estudado com grandes nomes da ópera, como Julia Hamari, Margherita Rinaldi e Leone Magiera, Bossa se tornou uma das principais Sopranos líricas italianas da atualidade.

Ela teve sua estreia bem jovem em “Cinderela” de Rossini, e ela tem quase 20 anos de carreira solo com muitos papéis principais em obras de Donizetti, Mozart, Rossini, Verdi e Puccini. Ela realizou performances nas mais renomadas casas de ópera e teatros do mundo.

Quando foi questionada sobre como ela fez a transição de atuar papéis no palco para fornecer treinamento vocal para outros nos bastidores, Bossa disse que veio naturalmente. Pessoas vieram a ela pedindo ajuda e ela tinha uma habilidade especial para ajudá-los.

Ela podia falar pelo rosto do cantor, cordas vocais, e estomago qual era o problema do cantor e podia dar-lhes conselhos que iriam melhorar muito o seu canto.

“Eu disse a eles para fazerem isso e aquilo. Imediatamente, outros cantores vieram até mim.” Ela começou a ajudar seus colegas e outros cantores no teatro. Em seguida, ela se tornou conhecida no mundo.

“Eu não tenho que cantar para mim mesma. Tenho 17 anos no palco ao redor do mundo. Agora eu quero dar aos outros.”

Eu carrego-os nos meus ombros

Já que Florença é o berço do bel canto Italiano, Bossa vê alunos por todo o mundo. “Estou aqui como uma montanha, eles veem a mim de todas as nações. Eles vêm aqui para aprender. Eu ajudo-os a achar o melhor neles mesmo e então eles renascem. É lindo.”

Bossa ainda realiza performances em concertos e canta no palco, mas a maior parte de seu tempo é dedicada a preparar os outros para o palco. “Eu descobri que meu lugar é onde eu ajudo os outros. É maravilhoso.”

Ela tem por volta de 30 estudantes. “Eles são todos meus filhos.” Eles são da Itália, Espanha, América do Sul e África do Sul. “Eu sou como uma mãe, mostrando-lhes o caminho, treinando-os com bondade e disciplina.”

Bossa descreveu sua abordagem de ensina. “Eu coloquei os holofotes sobre eles e ajudei-os a encontrar eles mesmos. Eu não quero que eles se tornem outro eu.”

Ao contrário dos professores que tendem a treinar seus alunos para se parecer com eles próprios, Bossa quer trazer o melhor em cada aluno, de sua própria maneira. “Isso é difícil, toma toda sua energia.” Ela tem que mudar constantemente sua maneira de pensar para se adaptar às necessidades de desenvolvimento de cada aluno. “Quando eles encontram o melhor neles mesmos e choram, você fica feliz.”

Bossa quer ajudar jovens cantores nos seus momentos que eles mais precisam, os primeiros anos são os mais difíceis. “O teatro é difícil; ópera é um trabalho árduo. Eu quero ajudá-los para que eles não sejam quebrados pelo sistema.” Jovens e emergentes talentos podem ser frágeis antes deles se tornarem maduros e experientes.

Diferente de pianistas e violonistas que tocam instrumentos, cantores são um instrumentos. “Se alguém nasceu para cantar mais não pode, eles morrem por dentro. É uma tragédia.”

Bossa disse que quando os alunos encontram-na pela primeira vez, eles sempre choram. Após um mês ou dois, com a ajuda dela, a voz deles retorna e “eles choram novamente, de alegria”.

Ela é uma montanha para as árvores jovens se apoiarem quando os ventos fortes quebram seus troncos e despem suas folhas. “Eles vêm a mim. Eu os carrego em meus ombros.”

Mostrando um caminho puro para caminhar

Além de ensinar técnicas, Bossa também ensina o que é certo e errado. “Eles aprenderam a não ter ciúmes de outros cantores porque ‘é um sentimento mal’. “Ela quer que todos os seus estudantes suportem uns aos outros, torcendo pelo sucesso de cada um, competindo de uma maneira correta.

Ela acredita que ensinar é ser um bom exemplo para os outros seguirem. “Eu levo minha vida da forma mais pura que eu puder.” Se ela vê alguém fazendo algo de errado, ela fala com ele, para trazê-los de volta para o caminho certo, com bondade. Ela disse que aqueles que se envergonharam após ela ter conversado com ele, este vai ser tornar muito prestativo.

“Eu quero trabalhar com pessoas que tem luz no seu interior, não escuridão. Porque isso está em suas mãos, os teatros serão renovados e se tornaram um local puro para a arte.”

Um local puro para a arte é o que ela sempre se dedicou na vida. “Eu vivo em um lugar lindo, mas eu vivo de uma maneira muito, muito simples. Eu vivo como uma freira. Eu levo o que preciso e dou tudo pela minha academia. Minha primeira preocupação é tentar construir algo que possa continuar depois de mim, algo que possa continuar para os outros.”

Sua dedicação altruísta deriva do seu profundo amor pela música.

“A musica é um dom. Eu não sei de onde o dom vem. É algo que nós apreciamos tantos que damos nossas vidas por isso. Nós estudamos, estudamos, estudamos; nós sofremos por isso, choramos por isso, e sorrimos por isso.”

Com pessoas tão ocupadas trabalhando para pagar suas contas, ela se sente afortunado por poder se dedicar sua vida para o dom da música, para sublimar os sentimentos humanos, aspirações, ajudar as pessoas a ver a beleza na vida, e procurar o melhor nelas mesmas e nos outros.

Dando uma nova vida as artes tradicionais

A bela arte precisa de apoio. Bossa discutiu os desafios enfrentados pelas artes tradicionais. Artes tradicionais como a ópera se tornaram obsoletas pela cultura popular, exemplificada por esportes e televisão. Os jovens mudam os canais de TV para longe dos programas de ópera, porque eles não sabem o que a ópera é e não sabem apreciá-la.

“Nós estamos em grande perigo agora.” Sra. Bossa acredita que as artes tradicionais precisam de apoio urgente e abrangente. Ela disse que o apoio deve primeiro alcançar as escolas para as crianças, não necessariamente teatros e escolas de música como sua academia.

“Para reiniciar uma cultura, nós temos que começar pelas crianças, na idade de 5 ou 6 anos, até que tenham 15 ou 16 anos. Eles não sabem o que é ópera. Eles conhecem apenas TV, eles não conhecem nossa cultura.”

“Eles têm que saber o que é belo neste país e em outros países. Eles têm que estar aptos a compreender.”


Com uma explicação detalhada de um amigo sobre o que os cantores estavam dizendo, o significado das notas, letras e assim por diante, ela imediatamente se apaixonou pela ópera.
Bossa compartilhou suas experiências pessoais sobre como um encontra profundo e próximo com a ópera transformou ela e sua vida. Ela começou como violonista aos 8 anos, em seguida, cantou jazz. Ela não sabia quão bela é a ópera até um amigo levá-la a um teatro para ver um ensaio de “La Traviata”.

“Wow! É toda orquestra, o maestro, cenas, cantando, atuando… tanto drama, tanto sentimento. Não é uma canção de quatro minutos. São três horas de vida e eu tenho que interpretá-la!”

Ela começou a frequentar os ensaios e imergindo-se plenamente na ópera. Ela começou com “La Traviata”, “Tosca”, e “Lucia di Lammermoor”.

Ela então apresentou a ópera para sua irmã. “Eu comecei a cantar, ela começou a chorar. Ela não sabia quão bonita era a ópera.”

“Arte precisa de mecenati (patrono das artes).” Bossa explicou que a Renascença foi possível na Florença durante os séculos 14 até 17 porque as famílias nobres como Médici e seu apoio de expansão da arte, permitindo que os artistas prosperem. Elas criaram um dos mais esplendidos episódios da historia humana.

Mudando de dentro para fora

“Quando você tocou o fundo, você tem que subir.” Bossa disse que a história chegou a um ponto na qual é necessária uma mudança.

Ela usou a analogia da larva se transformando em borboleta. “Em grego, ‘crisi’ significa transformação… que é o momento de mudança.”

Ela explicou que “a mudança começa de dentro. O interior muda o exterior, simples assim.”

Ela se inspira nos ascendentes esforços feitos pela NTD para reacender a luz da Renascença em Nova York, uma cidade de esperança e resistente.

Ela experimentou a esperança e a resiliência de Nova Iorque há 10 anos. Quando ela veio para se apresentar no Museu Metropolitano de Arte, em Nova Iorque, 10 dias após o ataque terrorista em 11 de setembro.

“Eu vim aqui para cantar, com tristeza.” Mas o seu espírito foi levantado pelo público de Nova York: “Tantas pessoas vieram para ouvir ópera italiana. Fiquei comovida.”

Ela está esperançosa de que a competição vocal defendida pela NTD levara a um renascimento cultural, um renascimento das artes tradicionais ajudada pelas suas amadas raízes italianas.