Potes da Dinastia Ming, a última na China, batem recorde e são leiloados por R$ 71,4 milhões

Por Redação Epoch Times Brasil
12/11/2024 14:14 Atualizado: 12/11/2024 14:44

Um par de raros potes de porcelana da Dinastia Ming, datados do século XVI, foi leiloado por cerca de R$ 71,4 milhões. Realizada pela britânica casa de leilões Sotheby’s na quarta-feira (6), a venda marcou recorde mundial para obra de arte chinesa em leilão neste ano — e superou as expectativas iniciais de aproximadamente R$ 7,4 milhões.

Conhecidos como potes de peixes, foram produzidos durante o reinado do Imperador Jiajing (1522-1566) e feitos especificamente para a corte imperial. A disputa no leilão durou cerca de 20 minutos e envolveu mais de dez licitantes.

Após um embate, o par de potes foi arrematado por um colecionador privado da Ásia, conforme informações divulgadas pela casa de leilões. O valor alcançado pelos potes reflete o alto valor histórico e cultural dessas peças raras.

Histórico

Este par, que inclui tampas originais, é o único completo conhecido a ser leiloado. Existe apenas outro par inteiro, atualmente mantido pelo Museu Guimet, em Paris. 

Além disso, há apenas três potes individuais com tampas que permanecem em coleções privadas ao redor do mundo. 

De acordo com a Sotheby’s, o par de potes teve uma trajetória impressionante de preservação. Eles foram mantidos por mais de um século na coleção particular de uma família alemã, sendo removidos para local seguro durante a Segunda Guerra Mundial, antes da destruição da casa familiar em Wiesbaden.

Significado

A decoração das peças apresenta carpas douradas, que simbolizam a liberdade e harmonia com a natureza, conceitos profundamente ligados ao Taoísmo, religião do Imperador Jiajing.

As carpas, representadas como se estivessem flutuando em lagoas de lótus e outras plantas aquáticas, são consideradas símbolos de uma vida feliz e sem restrições.

Mercado

O mercado de cerâmica chinesa tem registrado um crescimento significativo, impulsionado pela nova classe alta da China, que busca recuperar e preservar o patrimônio cultural do país.

O presidente de Arte Chinesa da Sotheby’s Ásia, Nicolas Chow, afirma que o mercado foi impactado positivamente pela ascensão econômica da China desde o final dos anos 1990.

O especialista conta que a cerâmica sempre ocupou um lugar importante na China e, embora existam tradições em outros lugares, como Oriente Médio e Europa, a história no país asiático remonta a milhares de anos.

Desde então, tem ocorrido uma elevação nos preços das cerâmicas chinesas e indivíduos com patrimônio robusto estão extremamente ansiosos para recuperar seu passado, segundo Chow.