Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O retratista australiano Paul Newton tem prazer em pintar arte em estilo clássico. Seus retratos premiados incluem australianos e americanos conhecidos—de políticos e celebridades a capitães do setor e funcionários da Ivy League.
A encomenda mais memorável do Sr. Newton veio da graça de “Our Lady”.
Em 2008, a St. Mary’s Cathedral, em Sydney, encomendou ao Sr. Newton a pintura “Our Lady of the Southern Cross-Help of Christians” (Nossa Senhora do Cruzeiro do Sul-Ajuda aos Cristãos) para o Dia Mundial da Juventude, presidida pelo Papa Bento XVI, em Sydney. Na pintura, a Madonna usa uma coroa de acácia dourada, a flor nacional da Austrália. Ela está de pé no outback australiano, segurando gentilmente Cristo em seus braços. Ela olha para ele com ternura, enquanto ele olha para nós. A constelação Crux, comumente conhecida como Cruzeiro do Sul, é visível no céu do hemisfério sul. Quase toda semana, o Sr. Newton recebe uma solicitação para licenciar ou reproduzir a imagem.
A Domus Australia Guesthouse em Roma, Itália, pediu que ele criasse uma versão completa da pintura para sua capela, o que os levou a encomendar uma série de pinturas comemorativas da comunidade católica da Austrália—sua maior encomenda até o momento. “Essa foi uma encomenda extraordinária—uma oportunidade única na vida”, disse ele. “Eu fiz 32 pinturas e foi uma maratona”. Uma maratona de pintura de seis anos.
Cada pessoa ou grupo de pessoas que ele retratou para a capela tem uma ligação direta ou simbólica com a Austrália. Patrick (por volta de 401-por volta de 500) e St. Brigid (por volta de 450-por volta de 525), por exemplo, representam a comunidade irlandesa da Austrália, St. Thomas More (1478-1535) e St. John Henry Newman (1801-1890) simbolizam a comunidade inglesa do país, e John Bede Polding (1794-1877) foi o primeiro bispo católico romano e depois o primeiro arcebispo de Sydney. Ele estabeleceu muitas instituições religiosas, como o St. John’s College na Universidade de Sydney e as Sisters of the Good Samaritan (Irmãs do Bom Samaritano), em Sydney, a primeira congregação religiosa do país.
Algumas das pinturas mostram exemplos de cristãos levando uma vida guiada pela fé, como um grupo orando na casa de alguém, Madre Teresa (1910-1997) demonstrando caridade a um homem doente ou um arcebispo preso encontrando esperança na adversidade.
Pintando com piedade
Normalmente, o Sr. Newton pinta pessoas pessoalmente, portanto, os retratos históricos representaram um desafio. Sua fé cristã e a experiência de crescer com seu pai anglicano e sua mãe católica irlandesa o ajudaram a retratar as figuras religiosas e seu simbolismo. Ele também pesquisou todos os caminhos possíveis. “Passei muito tempo pensando em quem eram essas pessoas, o que as fazia vibrar”.
Antes de pintar a primeira santa canonizada da Austrália, St. Mary the Cross MacKillop (1842-1909), ele visitou a ordem dela, as Irmãs de São José do Sagrado Coração, em Sydney, onde as freiras compartilharam a filosofia dela com ele e lhe mostraram fotografias em sépia dos anos 1800.
Para “Early Catholic Community of Sydney, por volta de 1818”, ele leu anedotas de uma reunião de oração dos primeiros colonos que aconteceu naquele ano em Sydney e arranjou modelos vivos para posar para sua composição. Na pintura, as famílias se reúnem em torno de um altar improvisado, iluminado com velas. Cada pessoa mostra um estado diferente de contemplação: algumas seguram rosários, outras seguram as mãos em oração e algumas sorriem ou olham gentilmente com admiração, humildes com a oportunidade de adorar. Até mesmo a pessoa no retrato, pendurado na parede, parece inclinar a cabeça em oração. E, como muitos mestres antigos antes dele, o Sr. Newton se incluiu no plano de fundo. (Ele pode ser visto em uma camisa branca e colete preto, no canto superior direito).
Outra pintura mostra um padre preso. Em 1975, o regime comunista vietnamita prendeu o então arcebispo coadjutor de Saigon, Francis-Xavier Nguyen Van Thuan (1928-2002), por 13 anos, incluindo nove anos de confinamento solitário.
O Sr. Newton queria mostrar Thuan servindo em um ambiente opressivo sem comprometer suas crenças. “Teria sido tremendamente difícil [para ele]—falar sobre virtuosismo heroico”, disse ele. Apesar de estar atrás das grades, ele fez uma bíblia improvisada, e seus simpatizantes conseguiram roubar suas reflexões e orações escritas, que foram lidas em todo o mundo como “Orações de Esperança, Palavras de Coragem” e “A Estrada da Esperança: Pensamentos de Luz de uma Cela de Prisão”.
O Sr. Newton entrevistou um padre vietnamita que também havia sido preso e que conhecia o arcebispo. Ele descreveu as condições que suportou e como se sentiu, ajudando o Sr. Newton a recriar a cena.
Ele retratou Thuan ajoelhado, realizando a sagrada comunhão, em uma cela de prisão úmida e esquálida, vestindo calças pretas e uma camiseta rasgada. A luz do sol projeta uma sombra em forma de cruz através das barras da janela da cela na parede, simbolizando a fé inabalável de Thuan. E um pequeno pássaro voa para o céu, um sinal do espírito de Thuan que se eleva acima da adversidade.
O Papa Bento XVI se referiu às “Orações de Esperança” de Thuan em sua encíclica de 2007 “Spe Salvi (Salvos na Esperança)”: “Durante treze anos na prisão, em uma situação de aparente desesperança, o fato de poder ouvir e falar com Deus se tornou para ele um poder crescente de esperança, o que lhe permitiu, após sua libertação, tornar-se para as pessoas de todo o mundo uma testemunha da esperança—daquela grande esperança que não diminui nem mesmo nas noites de solidão”.
Para saber mais sobre a arte do pintor de retratos australiano Paul Newton, visite PaulNewton.co.au
