Madagáscar é a quarta maior ilha do mundo, menor apenas que Groenlândia, Papua-Nova Guiné e Bornéu. Fica em meio às águas do Oceano Índico, na costa da África.
Nessa grande ilha, com 587.000 km2, isolada do resto do mundo por milhões de anos, desenvolveu-se uma diversificada vida animal e vegetal. A flora e a fauna de Madagáscar são únicas: 90% das espécies vegetais e 80% das espécies animais da ilha não existem em nenhum outro lugar do mundo.
Uma das atrações mais visitadas em Madagáscar é o Parque Nacional do Tsingy de Bemaraha. O local foi declarado Patrimônio da UNESCO em 1990.
O Parque é quase todo formado de pontiagudos pilares naturais de rocha calcária, chamados de tsingy, e ocupa uma área de 1.500 km2. Os tsingy surgiram a partir de uma planalto de rocha de calcário, que, sob ação erosiva da chuva e do vento durante milênios, foi desgastado e esculpido para formar uma densa área de pilares rochosos pontiagudos, que podem chegar a 30 metros de altura. Na base desses pilares formou-se naturalmente estreitas passagens e grutas… um verdadeiro labirinto.
Muitas vezes, as colunas estão tão próximas umas das outras que não há espaço suficiente nem para se colocar o pé com segurança. No entanto, os lêmures, que são animais primatas naturais de Madagáscar, conseguem andar e saltar com grande naturalidade e agilidade em meio a rochas cortantes e perfurantes. Tsingy, na língua local significa “lugar onde não se pode andar descalço”.
O Parque, uma reserva natural, está praticamente inexplorada devido à esse tipo de formação rochosa que dificulta o acesso humano, mas que, por outro lado, felizmente serve de morada e refúgio natural aos animais e plantas da região. Infelizmente, devido à presença dos primeiros humanos na ilha, desde dois mil anos atrás, estima-se que 90% do habitat original de Madagáscar foi devastado. A maior parte foi desmatada para a extração de madeira ou queimada para formar pastagens para uso em agricultura e pecuária. A consequência foi a extinção de muitas espécies naturais da região.
Graças aos tsingy, o povoamento não se proliferou por toda a ilha. Esse tipo de formação rochosa praticamente impenetrável serviu como barreira natural, que impediu o avanço humano. Os tsingy, como uma barreira natural, também protegeram a mata contra incêndios tanto naturais como provocados pelo homem.
Não são todas as pessoas que se aventuram a andar entre penhascos de rocha de até 120 metros de altura. No entanto, algumas agências de turismo organizam excursões ao local.
Andar em meio aos tsingy, que podem perfurar e cortar facilmente uma pessoa, não é para quem sofre de vertigem ou claustrofobia. No Parque, há circuitos de caminhada feitos para turistas que querem visitar o local. Os vários circuitos possíveis dividem-se entre os dos pequenos tsingy e os dos grandes tsingy. Os primeiros, são uma espécie de iniciação para quem quer testar as próprias habilidades de escalar e andar no local. Os grandes tsingy são coisa séria e exigem da pessoa experiência, técnica, lanternas e equipamentos básicos de escalada necessários para se ficar subindo, descendo e andando entre rochas cortantes, pontes suspensas, passagens estreitas e cavernas escuras.
O Parque tem paisagem incomum, onde animais adaptados à vida desértica e a altas temperaturas habitam a região superior dos tsingy, enquanto criaturas que vivem em ambientes de umidade e sombra habitam as partes baixas dos tsingy.
No topo dos tsingy, a temperaturas supera 32ºC, é muito quente e seco. Animais adaptados a essa condição, por exemplo, os lêmures, andam e saltam com grande naturalidade e habilidade pelos pilares à procura de árvores frutíferas. Nas pequenas frestas, répteis como os lagartos caçam insetos, enquanto plantas resistentes a seca crescem com suas raízes que se ramificam à procura de umidade.
Nos cânions entre os pilares, predominam morcegos frugívoros, papagaios escuros, abelhas que formam colmeias em cavidades,… Já nos locais onde se acumulam água e sedimentos, há concentração de plantas como orquídeas, árvores nativas e uma fauna variada: caramujos gigantes, peixes, insetos, camaleões…
O Parque Nacional da Reserva Natural de Tsingy de Bemaraha é totalmente singular. É um dos lugares do mudo que certamente merece ser conhecido.