Para experimentar a beleza, devemos pensar, sugere um novo estudo, confirmando a ideia do século XVIII de Immanuel Kant sobre a relação entre a beleza e o pensamento.
“A experiência da beleza é uma forma de prazer”, explica Denis Pelli, professor de psicologia e ciências neurais na Universidade de Nova Iorque e autor sênior do estudo. “Para conseguir isso, devemos pensar.”
“Desde a Ilíada de Homero até à atual indústria de cosméticos, que movimenta quase 500 mil milhões de dólares, a beleza é sempre importante”, acrescenta Aenne Brielmann, doutoranda no departamento de psicologia e principal autora do estudo. “Nosso estudo revela o que torna a beleza especial.”
A pesquisa, publicada na revista Current Biology, testou afirmações de Kant. Em sua obra de 1764, Observações sobre o sentimento do belo e do sublime, e mais tarde em Crítica do julgamento puro, ele postula que experimentar a beleza requer pensamento, mas que o prazer sensorial pode ser desfrutado sem pensamento e não pode ser belo.
Os cientistas examinaram que experimentar a beleza requer reflexão e o prazer sensorial não.
Eles conduziram uma série de experimentos nos quais os participantes do estudo selecionaram imagens da internet que consideraram “comoventemente belas”. Foram mostradas aos participantes as imagens que eles selecionaram, bem como imagens que foram avaliadas independentemente como “bonitas” ou “simples” (por exemplo, uma bela cena de praia ou um pedaço de pano simples). Para avaliar como processamos os prazeres sensoriais, os participantes provaram doces com sabor de frutas ou tocaram em ursinhos de pelúcia com diversas texturas de lã.
Para cada objeto, os participantes relataram o quanto de prazer e beleza sentiam. Em metade do experimento, os mesmos participantes tiveram que completar simultaneamente uma tarefa: eles ouviram uma sequência de letras e apertaram um botão toda vez que a letra era igual às duas letras anteriores. Isso distraiu os participantes de pensar na imagem, no doce ou no ursinho de pelúcia enquanto os experimentam.
Adicionar a distração reduziu os sentimentos de prazer e beleza ao ver as belas imagens, mas dificilmente afetou os sentimentos de coisas não bonitas. Estes resultados apoiam a afirmação de Kant de que a beleza requer pensamento.
Os pesquisadores ficaram surpresos, porém, ao descobrir que o prazer forte é sempre belo. Um terço dos participantes sentiu um prazer muito forte com os doces e o ursinho de pelúcia e chamou esses prazeres sensoriais de “lindo”. Esta descoberta adicional refuta a afirmação de Kant de que os prazeres sensoriais não podem ser belos.
Então, se você busca o máximo prazer, esses resultados recomendam uma beleza sem distrações onde quer que você a encontre, até mesmo nos doces.
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