Ludwig van Beethoven (1770-1827), compositor e pianista alemão, criou esta majestosa Nona Sinfonia, e quando a apresentou, poucos anos antes de morrer, o público de forma unânime o aplaudiu acaloradamente, compreendendo finalmente a magnificência de sua música.
Ele a compôs em solidão, devido à surdez que o acompanhou em seus últimos anos, mas que não o impediu de transmitir uma música que vem sendo escutada com indiscutível admiração.
No início, em 7 de maio de 1824, conta-se que ele estava sentado observando o cenário e, como não escutava, pediram-lhe reiteradas vezes que desse a volta, para ver como o público aplaudia acaloradamente. Foi a vez em que mais foi aplaudido.
O quarto movimento da Nona Sinfonia é o grande “Ode à Alegria” a qual Beethoven, com suas palavras descreveu:
Oh amigos, deixemos estes tons!
Entoemos outros mais agradáveis e mais alegres!
Ode à Alegria
Música de Ludwig van Beethoven
Texto original de Friedrich Sciller traduzido para o português:
Alegria, formosa chama dos Deuses,
filha do Eliseu.
Entramos, oh celeste divindade, em seu templo
inebriados por seu fogo.
Sua magia funde de novo
o que os tempos separaram.
Os homens se tornam irmãos
ali por onde repousam suas suaves asas.
Quem tenha tido o prazer
de poder contar com um amigo,
quem tenha conseguido conquistar uma mulher amada,
que seu júbilo se una ao nosso.
Ainda aquele que possa chamar sua
sequer tem uma alma sobre a terra.
Mas quem nem sequer tenha conseguido isto,
que se afaste chorando desta irmandade!
Todos os seres bebem da alegria
do seio abrasador da natureza.
Os bons como os maus,
seguem seu caminho de rosas.
Ela nos dá beijos e vinho
e um fiel amigo até a morte,
ao verme concedeu a voluptuosidade,
ao querubim, a contemplação de Deus.
Voem alegres como seus sóis
através do imenso espaço celestial,
sigam, irmãos, sua órbita,
alegres como heróis após a vitória.
Abracem-se milhões de irmãos!
Que este beijo envolva o mundo inteiro!
Irmãos! Sobre o firmamento estrelado
habita um Pai bondoso!
Fraquejais, milhões de criaturas?
Não pressentíeis, mundo, o seu Criador?
Busquem-no através do firmamento celeste,
Sua morada há de estar mais além das estrelas!