A sede da Caixa Econômica Federal (CEF), em Brasília, possui um grande acervo de obras de arte, com pinturas, esculturas, gravuras e tapeçarias. Este acervo foi constituído por meio de aquisições que se iniciaram em 1968, quando a instituição passou a encomendar obras de artistas brasileiros, e também por doações de obras já pertencentes a outras instituições financeiras extintas, como o Banco Nacional da Habitação.
Parte das encomendas feitas aos artistas tinha como objetivo adquirir pinturas cujas imagens servissem como ilustração para os grandes prêmios das loterias, em edições comemorativas. Entre as exigências nas encomendas feitas aos artistas estava a representação da realidade social e cultural do Brasil e de temas populares.
Um dos artistas cujas obras fazem parte da coleção de arte da CEF é Antônio Poteiro. Antônio Batista de Souza nasceu em Braga (Portugal) em 1925, foi escultor, pintor e ceramista. Com a família, imigrou para o Brasil em 1926, chegando primeiramente em São Paulo, e depois, para Minas Gerais, onde começa a trabalhar com cerâmica, produzindo peças utilitárias.
Após fechar as duas fábricas de cerâmica (devido à falência) que abriu em Minas Gerais, o artista mudou-se para Goiás, vivendo com os índios na Ilha do Bananal até se mudar para a capital goiana, onde permaneceu até a sua morte em 2010.
Antes trabalhar como pintor – incentivado pelo artista Siron Franco – Poteiro produzia bonecos de barro, trabalho que têm influência em sua pintura, na maneira de representar os personagens que compõem as cenas narrativas.
O pintor, apesar de estrangeiro, tinha como referência para a sua produção pictórica os temas populares brasileiros. Vemos esta influência na obra Avenida, em que o artista representa o carnaval, festa tipicamente brasileira. Essas obras estão na exposição Sorte da Arte, na Caixa Cultural de Brasília até março, mostra que busca apresentar o patrimônio da CEF ao público.
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Maryella Sobrinho é graduada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília e mestranda de Teoria e História da Arte pela mesma Universidade. Cursou Metodologia da História da Arte no Instituto Superior del Arte neste ano em Madri.
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