Ao ler Bíblia podemos ver que o deserto sempre esteve ligado à vida dos homens de Deus. Isso pode ser visto, por exemplo, na vida de Moisés, de Elias, de João Batista e até de Jesus durante o período em que esteve no deserto.
Muitas ordens religiosas cristãs do passado escolheram o isolamento do deserto como morada, escolheram viver em pequenas comunidades isoladas do mundo. Essas ordens religiosas têm na essência de seus caminhos religiosos seguir os ensinamentos de Cristo e nutrir a fé religiosa num ambiente de ascetismo, de isolamento das tentações do mundo, de vida contemplativa e meditativa. É como buscam cultivar a perfeição de Cristo em si mesmos. É o monasticismo cenobítico, é a vida religiosa como monge ou monja em pequenas comunidades isoladas do mundo secular. É a vida contemplativa nos monastérios ou mosteiros. O Mosteiro de São Jorge de Coziba é um sólido exemplo desse modo de vida espiritual.
O Mosteiro de São Jorge de Coziba foi construído na encosta de um vale por onde passava um riacho na época de Jesus. Fica a 4 km de Jericó, num lugar conhecido como cânion Wadi el-Qelt, na Palestina, no deserto da Judeia. Muitos acreditam que é o Vale das Sombras citado no Salmo 23. Jesus passou algumas vezes pelo local.
A ideia do Mosteiro iniciou-se no século IV, quando uns poucos monges foram para o deserto para viver sua fé cristã inspirados pelo modo de vida que alguns profetas bíblicos viveram. Instalaram-se numa gruta que a tradição dizia ser o lugar no qual o profeta Elias se refugiou e foi alimentado com comida trazida por corvos (1 Reis, 17:5-6) durante um período de sua vida.
Só no século V é que a construção do Mosteiro começou nesse local, e de forma gradual. No século VII já havia mais de 60 mosteiro nessa região desértica.
Na segunda metade do século VI, Jorge, nascido no Chipre em 550, entrou para a comunidade de monges. Jorge, futuro São Jorge de Coziba, vivia recluso durante a semana e orava nos Domingos com os irmãos, com os quais falava sobre as realidades espirituais e dava conselho a todos. Seu nome foi dado posteriormente ao mosteiro por causa de sua vida santa e exemplar.
Destruído pelos Persas em 614, o Mosteiro ficou em estado precário, de quase ruínas, até que cavaleiros das cruzadas iniciaram sua restauração em 1179, um período em que um novo impulso foi dado a certas tradições, no caso, a ligada ao Mosteiro. Em 1878, o monge grego Kalinikos se estabeleceu no local e restaurou completamente o monastério, finalizando a restauração em 1901.
Atualmente, as áreas comuns do Mosteiro estão abertas aos peregrinos e à visitação. O Mosteiro continua ativo até hoje, alguns poucos monges vivem em reclusão no local.
Vídeo sobre o Monastério:
Por seu significado histórico e religiosos, o Monastério de São Jorge de Coziba é um dos lugares do mundo que merece ser visitado.