Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Aos 103 anos, Gladys McGarey, nativa do Arizona nos EUA, continua encontrando motivos para acordar todos os dias e viver uma vida cheia de propósito e amor.
Nascida em 1921, a Sra. McGarey passou os primeiros 15 anos de sua vida no norte da Índia, onde seus pais trabalharam como missionários médicos.
“Achei que era exatamente o lugar em que eu precisava estar”, disse ela ao The Epoch Times. ”Tive o que considero uma infância gloriosa”.
Quando completou 15 anos, ela deixou a Índia rumo aos Estados Unidos para iniciar uma jornada que a levaria a uma ilustre carreira na área médica.
Depois de se formar em ciências pela Muskingum University, em Ohio, a Sra. McGarey frequentou a Women’s Medical College, na Filadélfia, durante a Segunda Guerra Mundial.
“Quando a guerra começou, eu comecei a faculdade de medicina e terminei quando a guerra acabou”, disse ela. “Uma era totalmente nova da medicina estava chegando quando terminamos nosso treinamento”.
Como a primeira mulher médica durante seu estágio no Deaconess Hospital em Cincinnati, ela enfrentou uma série de desafios.
Os homens que estavam de plantão no hospital tinham um local designado para dormir, mas não havia quartos assim para as mulheres que estavam na mesma situação.
“Não havia lugar para mim”, disse a Sra. McGarey, ”então eu tinha a mesa de raios X, um travesseiro e um cobertor. Eu realmente não estava descontente com isso, porque pelo menos eu tinha um lugar onde poderia me deitar”.
Inicialmente, a equipe do hospital não a aceitou, mas isso não a deteve. Ela continuou a trabalhar duro, construiu sua reputação para se tornar uma voz confiável no campo da medicina e, por fim, foi cofundadora da American Holistic Medicine com seu marido, William McGarey.
Hoje, ela se aposentou oficialmente da prática da medicina, mas ainda escreve livros—sendo o mais recente “The Well-Lived Life” (A vida bem vivida). Ela também continua a trabalhar no que chama de “aconselhamento de vida”.
Mantendo uma rotina
Embora a Sra. McGarey tenha seis filhos, 10 netos, 11 bisnetos e um tataraneto, grande parte de seu tempo é gasto tentando ajudar outras pessoas a levar uma vida mais satisfatória. Ela também reconhece a necessidade de cuidar de si mesma. Ter uma rotina previsível é uma das maneiras que a ajuda a realizar tanto com 103 anos de idade.
Ela acorda de manhã e toma uma xícara de café, depois come Raisin Bran no café da manhã e tenta se exercitar quando pode.
Para se manter ativa, a centenária andava de triciclo até cair e quebrar as costelas. Mas agora ela tenta dar pelo menos 3.000 passos por dia com seu andador.
Durante o dia, ela prioriza um cochilo à tarde.
Além de sua rotina diária, ela se concentra em ajudar outras pessoas de todo o mundo, fornecendo sabedoria e conselhos sobre como viver uma boa vida.
Os cinco L’s
Hoje, muitos querem aproveitar a sabedoria da longa vida da Sra. McGarey, que ela credita a uma filosofia de cinco pontos que ela chama de “5Ls”.
“Os dois primeiros ‘Ls’”, disse ela, “are life and love” (‘são vida e amor’).
Ela considera que esses dois são inseparáveis. A Sra. McGarey acredita que todos os outros “Ls” não funcionarão adequadamente sem o amor.
O terceiro “L” é laughter (riso).
“O riso sem amor é cruel”, disse a Sra. McGarey. “É maldoso, separa famílias e causa guerras. Mas o riso com amor é alegria e felicidade”.
O quarto “L” é labor (trabalho).
“O trabalho sem amor … é muito difícil”, disse a Sra. McGarey. “Mas o trabalho com amor é uma felicidade. É o que faz nosso coração cantar”.
O quinto “L” é listening (ouvir).
“Sem amor, ouvir é um som vazio”, disse ela. “Ouvir com amor é compreender. Você entende do que se trata e trabalha com isso”.
Para a Sra. McGarey, esses cinco “Ls” se tornaram um modelo para viver bem.
Segredo da longevidade
Viver uma vida longa, feliz e saudável não é pouca coisa. A Sra. McGarey credita sua longevidade ao fato de ter encontrado um propósito.
“Acho que todos nós temos um propósito, cada um de nós. E quando você encontra seu propósito e trabalha com ele, você tem algo para acordar de manhã e pensar: ‘Ah, sim, mais um novo dia’”, disse a Sra. McGarey.
Além de encontrar um propósito, ela também incentiva os outros a descobrirem quem são como indivíduos e o que os motiva. A Sra. McGarey acredita que, mais do que dietas, descobrir a si mesmo pode trazer esperança e cura. Foi isso também que a levou a escrever seu último livro aos 102 anos de idade.
Embora tenha escrito cinco outros livros de medicina, ela disse: “Havia algo sobre o suco que eu não conseguia expressar quando tentava realmente falar sobre medicina”.
Ela resumiu seu recente livro, The Well-Lived Life (A vida bem vivida), dizendo que ele aborda “a essência do motivo pelo qual a cura acontece e como ela acontece, e que nós, como indivíduos, que somos os pacientes, somos os que realmente fazem a cura”.
Ela espera que o livro seja uma “espécie de retorno ao nosso próprio ser para descobrir quem somos, para que estamos aqui e como estamos fazendo o trabalho que viemos fazer”.
Ela reconhece que muitas pessoas hoje se sentem presas em seus empregos, em sua vida familiar ou na busca de um sonho.
“Se você se dedicou a algo e sente que está preso, descubra por que está preso e faça algo a respeito; saia da situação ou mude a forma como está fazendo isso”, disse a Sra. McGarey.
Refletindo sobre sua jornada até agora, ela compartilhou seu conselho para levar uma vida alegre: “Tente dar uma boa risada pelo menos uma vez por dia.
“Quando você ri, o diafragma faz cócegas nas supra-renais e isso lhe dá energia. Na verdade, é um processo de obter mais energia se você se permitir rir. A vida é realmente engraçada quando você olha para as coisas, e você pode encontrar alegria nela se simplesmente decidir fazê-lo.”