A história de sobrevivência de dois meses sob a neve do sueco Peter Skylberg chocou a muitos cientistas e seu caso é frequentemente lembrado por equipes de emergência quando confrontados com avalanches de montanhas.
Por quanto tempo um homem pode de fato sobreviver em temperaturas de até -30 graus Celsius? É praticamente impossível, diz a maioria, a menos que seja uma história fantástica.
O nome de Peter Skylberg foi manchete em fevereiro de 2012, quando ele foi encontrado num carro coberto de neve. Uma pessoa que passava em sua moto parou para verificar o carro e limpou o para-brisa, e ficou surpreso com o que encontrou no seu interior.
Enquanto se recuperava no hospital, os detalhes de sua vida começaram a emergir.
A mídia MailOnline informou que depois de perder sua casa devido a uma grande dívida, durante a noite ele dormia em seu carro nos arredores da cidade de Umea, na Suécia. Ninguém notou seu desaparecimento, porque ele havia encerado seu relacionamento com sua namorada e estava afastado da família por décadas.
Em 19 de dezembro, de acordo com seu relato às autoridades, ao sair da estrada principal, seu carro ficou preso ou atolado, e lá permaneceu por dois meses. Para sobreviver, ele bebeu água da neve e, no restante do tempo, permaneceu quieto e sem se mover em seu saco de dormir.
No carro havia um o saco de dormir e pacotes de guloseimas que ele comeu no início. Como roupas, ele vestia um conjunto de proteção contra a neve, um gorro e, por baixo, roupas de malha, embora estas não fossem particularmente espessas.
“É absolutamente incrível que ele esteja vivo, em parte porque ele não comeu praticamente nada, mas também considerando que estava muito frio por algum tempo depois do Natal”, disse um membro da equipe de serviços de emergência enviada para resgatá-lo, de acordo com MailOnline.
As primeiras hipóteses na imprensa inglesa indicaram que Skyberg “entrou numa espécie de hibernação humana que retardou seu metabolismo e o afastou da difícil situação que eles descreveram como o ‘caso de sua vida’”, de acordo com uma teoria apresentada pelo Dr. Stefan Branth da Universidade de Uppsala.
Isso significa que o metabolismo poderia ter se comportado “como um urso que hiberna”, o que tornou mais fácil que ele perseverasse mesmo sem comida.
Para Ulf Segerberg, médico-chefe do Hospital Universitário de Umea, ele provavelmente sobreviveu devido ao isolamento proporcionado por seu veículo. “Não é possível que seres humanos hibernem como um urso”, disse Segerberg.
“No carro, ele tinha roupas relativamente quentes, um saco de dormir quente e, porque o carro estava coberto de neve, isso teria criado algo como um (efeito) iglu”, acrescentou ele. Sua própria respiração teria mantido seu corpo aquecido durante aquele período.
O porta-voz da polícia disse que encontraram Skylberg quando ele mal podia se mover ou falar. “Ele estava no limite de sua capacidade. Era duvidoso que eu pudesse ter sobrevivido um ou dois dias mais.”
Um ano antes, Peter trabalhou numa empresa de ferro e morou num apartamento que compartilhava com sua namorada em Kalskoga, no centro do país. Ele ficou sozinho e sem nada ao perder sua casa que foi embargada para saldar dívidas.
Ele decidiu mudar sua vida e mudou-se para o nordeste do país, precisamente para Umea, onde começou a viver em seu carro. Quando ele foi encontrado, o carro não tinha combustível, portanto sua única fonte de calor era seu corpo envolto no saco de dormir. A temperatura no inverno chegou a -30 graus Celsius durante a noite, mas ele sobreviveu dois meses nessas condições.