Por Andrew Thomas, Epoch Times
Combater o câncer é uma luta que poucos podem imaginar, particularmente quando se trata de pacientes pediátricos. Este homem enfrentou sua doença de frente e tomou uma decisão ousada que mudou não apenas sua vida para melhor, mas o motivou a mostrar aos outros que eles poderiam viver suas vidas ao máximo.
Dan Bastian é de Poughkeepsie, Nova York, e é um de uma família de nove filhos. Bastian era um atleta ávido quando adolescente. Ele jogou basquete, futebol americano e fazia caminhadas.
Durante a temporada de inverno, Bastian notou que ele estava sentindo dor significativa no joelho direito.
O pai de Bastian era dentista e o enviou para um amigo que era radiologista para que ele fizesse um raio X.
Os médicos descobriram um tumor em seu fêmur direito que quase tinha penetrado até o osso.
Ele foi levado imediatamente ao hospital para que os médicos pudessem fazer uma biópsia. Eles o diagnosticaram com sarcoma osteogênico, uma forma agressiva de câncer ósseo.
Oncologistas do Memorial Sloan Kettering Hospital disseram a Bastian, de 15 anos, que ele tinha cerca de seis meses de vida restantes.
“Absolutamente devastado. Eu não podia imaginar isso. Eu era extremamente ativo, praticava esportes, fazia tudo o que queria e então eles me disseram que isso estava acabando, eu fiquei extremamente angustiado”, disse Bastian ao Epoch Times.
Bastian passou por um ano de quimioterapia em Nova York.
Ele estava compreensivelmente arrasado e sem esperanças.
“Eu meio que sentei com a cabeça baixa e fiquei assim, apenas assumi que minha vida tinha acabado. Era isso, eu estava apenas esperando. Eu vi muitas crianças morrerem perto de mim nos quartos do hospital. Eles apenas os levavam para fora, e era isso”, lembrou Bastian.
No entanto, a mãe de Bastian não estava aceitando isso.
Ela finalmente gritou com ele e disse a ele que ele iria sobreviver. Ela disse a ele que nunca queria vê-lo baixar a cabeça novamente, que ele devia sorrir e ser determinado.
Para Bastian, esse foi o ponto de virada. O momento que o levou a vencer sua doença.
Ele tinha um tremendo apoio de sua família. Seus irmãos o visitavam nos fins de semana e seu irmão mais velho era particularmente solidário.
Toda vez que Bastian tinha que passar a noite no hospital, seu irmão estava ao seu lado. Ele deixaria o trabalho para levar Bastian a jogos de beisebol dos Yankees quando ele não tinha quimioterapia naquele dia.
Após seis meses de quimioterapia, os médicos removeram o tumor e uma grande parte do fêmur, a tíbia e o joelho, e colocaram hastes de metal em sua perna.
Bastian foi submetido a 18 cirurgias durante a década posterior num esforço para salvar sua perna. Durante esse tempo, ele tentou continuar vivendo sua vida.
Ele conheceu sua esposa na faculdade e eles se casaram quando ele tinha 23 anos. No entanto, a qualidade de vida de Bastian estava se deteriorando.
“Aos 25 anos, ela estava se tornando minha enfermeira e eu não podia mais viver com a dor. Finalmente, minha esposa e eu decidimos amputar minha perna, apenas amputá-la e continuar com a vida”, lembrou Bastian.
O cirurgião que realizou suas cirurgias anteriores chamou Bastian de “desistente” por querer amputar a perna.
Então Bastian procurou outro cirurgião para realizar a amputação. Uma semana e meia depois, ele saiu do hospital com uma perna protética.
Seis semanas depois, Bastian estava andando de bicicleta. Três meses depois disso, ele estava praticando esqui alpino.
“Acabei de fazer essa grande mudança de vida. Eu aprenderei como usar essa coisa [a perna artificial] e eu aprenderei como fazer isso da melhor maneira possível”, Bastian recordou ter pensado isso após sua amputação.
“Eu recuperei minha vida. Voltei a ser ativo, fazendo tudo o que queria, sem dor”, explicou Bastian.
Ele começou a fazer trabalho voluntário no Memorial Sloan Kettering Hospital, aconselhando pacientes pediátricos que se tornariam amputados.
Assegurou-lhes que suas vidas não haviam terminado e que eles poderiam continuar a fazer as coisas que amavam depois de suas amputações.
“Eu, primeiramente, não me vejo como um amputado. Eu sou apenas um cara que aconteceu de ter perdido uma perna e eu apenas encontrei maneiras diferentes de fazer as coisas”, disse ele.
Na época, Bastian era um programador de sistemas da IBM. No entanto, depois de se voluntariar no Memorial Sloan Kettering Hospital, ele encontrou sua vocação.
“Eu cheguei em casa um dia do Sloan depois de me encontrar com uma criança que estava prestes a sofrer uma amputação e eu disse à minha esposa: ‘Quer saber de uma coisa, isso é o que eu deveria estar fazendo. Isso é o que eu deveria fazer”, lembrou Bastian de ter contado isso à sua esposa.
Sua esposa foi totalmente solidária. Ele deixou seu trabalho na IBM e voltou para a escola na Universidade de Connecticut, onde se graduou em próteses.
Em 1999, Bastian e seu parceiro de negócios, Sal Martella, fundaram a Progressive O&P para ajudar outros amputados.
“Durante toda a minha vida, muitos me ajudaram tremendamente. Eu apenas senti que precisava retribuir. Eu precisava ajudar as pessoas que estavam na mesma situação”, explicou Bastian.
Bastian é apaixonado por seu trabalho e aguarda ansiosamente para ir fazê-lo todos os dias.
“Eu nunca me canso de ver alguém dar o primeiro passo novamente depois de uma amputação”, explicou Bastian.
Bastian fala com muitos pacientes que estão considerando uma amputação. Ele conta-lhes a sua história, mas depois deixa que tomem a decisão por si próprios.
Para aqueles que passam por uma amputação, Bastian está convencido de que por meio das próteses todos os amputados conseguem viver suas vidas ao máximo.
Ele tem um paciente que está com ele desde que era criança. Um dia, ele ligou para Bastian e perguntou qual era o ponto de fusão da sua prótese.
Bastian ficou um pouco surpreso com a pergunta.
Seu paciente estava tentando se tornar um bombeiro voluntário e Bastian assegurou ao departamento que sua prótese estava pronta para o trabalho.
“Esse garoto me surpreende. Ele é outro garoto que não deixa nada impedi-lo. Ele entra com coisas quebradas o tempo todo porque ele usa sua perna [protética] ao máximo, o que é exatamente o que eu gostaria que ele fizesse”, explicou Bastian.
Surpreendentemente, quando Bastian olha para trás, ele não vê sua experiência negativamente.
“Isso me fez uma pessoa mais forte. Eu não desistiria por um segundo de nada pelo que passei”, disse Bastian.
“Por causa disso, agora eu tenho um negócio com o qual eu ajudo as pessoas. Eu não teria conhecido minha esposa. Eu não teria meus dois filhos. Eu não teria todas essas coisas se eu não tivesse o câncer e passado por tudo o que passei.”
“Eu não voltaria e não mudaria nada. Eu aproveitei essa oportunidade para fazer as coisas que faço agora e ter a vida que tenho.”