Por Samantha Flom
As preocupações sobre a influência da teoria crítica da raça na educação pública surgiram nos últimos anos, provocando um debate moral nas reuniões do conselho escolar em todo o país. Mas a ideologia, segundo um especialista, existe há muito mais tempo do que alguns podem pensar e está sendo exercida por aqueles que estão no poder para alcançar uma nova ordem mundial.
“A teoria crítica da raça é apenas uma ferramenta – é uma garra no dragão”, disse James Lindsay, autor e fundador da ‘New Discourses’. “O objetivo é, de fato, instalar um governo tecnocrático sobre todo o mundo”.
Autor de ‘Race Marxism: The Truth About Critical Race Theory and Praxis’, Lindsay é um dos principais especialistas em teoria crítica da raça. Ele rejeita completamente suas premissas.
Segundo a Defesa Legal da NAACP: “A Teoria Crítica da Raça, ou TCR, é uma estrutura acadêmica legal que indica o racismo sistêmico como parte da sociedade americana – da educação e habitação ao emprego e à saúde. A Teoria Crítica da Raça reconhece que o racismo é mais do que o resultado de preconceitos individuais. Está embutido em leis, políticas e instituições que defendem e reproduzem as desigualdades raciais”.
Lindsay, oferecendo sua própria definição mais crítica, disse: “é chamar de racista tudo o que você quer controlar até você ter o controle”.
Também um matemático e um auto proclamado “profissional encrenqueiro”, Lindsay sustenta que os princípios da teoria crítica da raça estão enraizados no marxismo, mas que a estrutura tradicional baseada na ideologia de classes foi adaptada na segunda metade do século 20 para girar em torno de raça e, mais amplamente, da identidade.
E essa transformação parece ter se mostrado eficaz, pois, segundo Lindsay, o que se originou como um conceito marginal encontrado apenas nos cantos escuros das universidades vem ganhando espaço há décadas.
“Eles vêm trazendo intencionalmente a teoria crítica da raça para as escolas no nível institucional desde 1995”, observou ele. “Não aconteceu por acaso”.
Estudo de Caso das reclamações
As preocupações de Lindsay sobre a teoria crítica da raça começaram há cerca de cinco anos, durante o que desde então foi apelidado de “caso de estudos de reclamações”, quando ele e seus colegas começaram a enviar artigos falsos de teoria crítica para publicações acadêmicas para enfatizar uma erosão percebida dos padrões acadêmicos. Um desses artigos, disse ele, aplicou ideias da teoria crítica da raça à educação.
“Sugerimos que engajem os alunos em reparações experienciais e apliquemos uma metodologia de empilhamento progressivo nas salas de aula da faculdade como uma abordagem pedagógica”, explicou ele. “E então, escrevemos este artigo que basicamente significa dizer que devemos abusar dos alunos – e para torná-lo engraçado, dissemos ‘mas com compaixão’ – para superar seu privilégio”.
Os revisores, segundo Lindsay, responderam desencorajando ele e seus coautores a usar a compaixão, afirmando que isso “enfatizaria as necessidades dos privilegiados” e defenderam o foco ao “desconforto”.
Quando Lindsay finalmente percebeu que os revisores estavam recomendando que as salas de aula reproduzissem “sessões de luta” maoístas para forçar os alunos a se submeterem, isso o chocou e ele entrou em ação.
“Eu disse à minha esposa que queria largar meu emprego e estudar isso em tempo integral para o expor completamente, porque ninguém estava fazendo isso”, disse ele.
‘Acordei’ para ação
Embora se possa esperar que os figurões corporativos e a ideologia marxista sejam como petróleo e água, de acordo com Lindsay, a ampla adoção corporativa da política de identidade pode ser rastreada até o início dos anos 2010.
“Grandes instituições financeiras, grandes ONGs, grandes fundações com uma enorme banca por trás perceberam que essa ferramenta era realmente boa para interromper protestos antifinanceiros como o Occupy Wall Street”, afirmou ele. “Então, eles começaram a financiar isso tremendamente. Eles começaram a despejar um rio de dinheiro em todas essas disciplinas de política de identidade”.
Observando que foi a política identitária que acabou derrubando o Movimento Occupy de dentro, ele acrescentou: “você tinha esses grandes bancos falando com orgulho sobre quanta diversidade eles tinham – [que] eles eram os mocinhos – quando estavam realmente financiando a insurgência que acabou com o movimento que os ameaçava”.
Isso beneficiou as empresas a manter a farsa, argumentou Lindsay, pois forneceu a elas uma conveniente “espada e escudo” para se protegerem de futuras pressões sociais.
“Eles podem se esconder atrás do escudo da virtude e dizer: ‘estamos apenas promovendo a diversidade; estamos tentando fazer algo útil’, enquanto eles podem eliminar qualquer um que seja um problema para a empresa por dentro”, observou ele.
Agora, anos depois, programas de treinamento corporativo em torno de “equidade e inclusão”, “privilégio branco” e outros conceitos de justiça social não são apenas comuns no setor privado, mas também defendidos como prova de virtude cívica. Notavelmente, segundo uma pesquisa, 72% dos trabalhadores norte-americanos dizem que a diversidade é “um valor declarado ou uma área prioritária” em sua organização.
No entanto, mesmo aqueles que apoiam esses programas começaram a sentir falta de sinceridade por parte das organizações que os implementam. Por exemplo, um relatório de fevereiro de 2021 da The Josh Bersin Company descobriu que aproximadamente 80% das empresas que afirmam priorizar diversidade, equidade e inclusão estão “apenas seguindo os movimentos” e “não se responsabilizando” por esses conceitos.
Mas, segundo Lindsay, o apaziguamento dos trabalhadores não é a única razão pela qual as empresas passam por esses movimentos. Os empregadores, disse ele, estão sendo compelidos por outro fator – uma crescente dependência das métricas ambientais, sociais e de governança (ESG) usadas pelos investidores para medir a exposição de uma empresa a riscos financeiros associados a essas questões.
Essas métricas, afirmou Lindsay, estão sendo usadas por grandes investidores corporativos para forçar as empresas a aceitar e implementar as políticas liberais que apoiam, como iniciativas de “equidade” e outras políticas enraizadas nas políticas de identidade.
“Um número muito pequeno de pessoas com uma quantia muito grande de dinheiro de outras pessoas foi capaz de decidir que sua visão ideológica para o mundo seria imposta, faça sol ou chuva, usando as corporações como uma solução alternativa para o governo porque a Constituição teria impedido isso de outra forma”, afirmou.
E essa visão, acrescentou Lindsay, é a eventual instalação de um governo global até o ano de 2030.
“Isso é inequívoco”, disse ele. “Eles dizem isso de artigo em artigo, de livro em livro”.
O caminho a seguir
Reconhecendo que o cidadão comum pode não ser capaz de fazer muito para impedir que essa visão se torne realidade, Lindsay observou que alguns representantes eleitos já começaram a reagir.
O procurador-geral de Kentucky, Daniel Cameron, por exemplo, emitiu um parecer legal no mês passado afirmando que as práticas de investimento ambiental, social e de governança (ESG), que “introduzem motivações mistas às decisões de investimento”, constituem uma violação do dever fiduciário.
Além disso, segundo a Heritage Foundation, 13 estados dos Estados Unidos, já promulgaram leis que proíbem o ensino de teoria crítica da raça ou conceitos relacionados em escolas públicas, como o “Stop WOKE Act” da Flórida, que proíbe políticas e práticas racialmente discriminatórias também no local de trabalho.
Mas mudar a maré completamente, observou Lindsay, exigirá um esforço maior para expor a agenda por trás dessas políticas divisórias para que o resto da sociedade as rejeite.
“A sociedade é como um jardim”, disse ele. “Você tem que cuidar do seu jardim e mantê-lo saudável. Você tem que preenchê-lo com instituições positivas e pessoas que têm valores e virtudes positivos, em vez de ter aquele solo degradado onde a hera venenosa crescerá”.
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