“They Live”, 1988, é um filme de John Carpenter, um de seus maiores sucessos. Supreendemente, 27 anos depois de seu lançamento, a temática abordada no filme é relevante para o atual momento da civilização humana. É como se o autor estivesse fazendo uma previsão do futuro.
O filme se encaixa no género distópico, abordando questões que vão além de pura ficção, precisamente porque o enredo se desenrola não num cenário ultra-tecnológico, repressivo ou apocalíptico, mas sim em um ambiente urbano comum dos Estado Unidos no final da década de 1980.
Apesar do filme ser de baixo orçamento, o conceito do mesmo é extremamente rico. No filme, o protagonista George Nada conhece um grupo de dissidentes norte-americanos que estão transmitindo um sinal pirata de TV para alertar a população sobre uma ameaça à sociedade, que chamam de “eles”.
Este grupo também desenvolveu um óculos especial que permite as pessoas verem “a verdade da sociedade”, ou seja, qual é a verdadeira manifestação das coisas, não somente sua aparência superficial. George, ao colocar os óculos, passa a ver de imediato que nada é o que parece ser. Pessoas aparentemente normais são de fato seres obscuros, demoníacos, presentes em todas as esferas sociais, inclusive na mídia, forças policiais e governo.
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Em determinada parte do filme, os infrahumanos tentam comprar o silencio de George mas ele recusa. Assim, começa o jogo de gato e rato entre as forças obscuras e o grupo de dissidentes, que dura até ao final do filme.
Leia abaixo algumas das melhores falas do filme:
O Pregador
“Eles usam suas línguas para nos enganar, o veneno das serpentes está escondido em seus lábios, as suas bocas estão cheias de desprezo e maldições, atrás de si só deixam ruína e miséria… eles tomaram as mentes e os corações dos nossos líderes, recrutaram os ricos e os poderosos, cegaram-nos para a verdade, o nosso espírito humano está corrompido porque idolatramos a ganância. Porque fora do nosso campo de visão, alimentando-se de nós, empoleirados sobre nós, desde que nascemos até morrermos eles são os nossos donos, eles nos possuem, eles nos controlam, eles são os nossos mestres. Acordem! eles estão por todo o lado à nossa volta!”
A transmissão pirata
“Os nossos impulsos estão a ser redirecionados, estamos vivendo num estado de consciência induzido que se assemelha ao sono… Os pobres, a classe desfavorecida vai crescer. Justiça racial e direitos humanos são inexistentes, eles criaram uma sociedade repressiva e nós somos seus cúmplices sem saber… O objetivo é erradicar da consciência para governar, fomos colocados em transe, eles tornaram-nos indiferentes a nós próprios, aos outros, estamos somente focados no nosso próprio ganho… por favor, entendam, eles estão seguros desde que não sejam descobertos, esse é o método primário de sobrevivência deles… manter-nos dormindo, egoístas e sedados.”
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Chefe dos Infrahumanos
“…as nossas projeções demonstram que até o ano 2025 não só os Estados Unidos como todo o planeta estará sobre a proteção e o domínio desta aliança de poder, os ganhos foram substanciais tanto para nós (infrahumanos) como para vocês, a elite do poder humano… vocês permitiram que obtivéssemos os recursos que precisavamos na nossa busca continua pela expansão multi-dimensional… e em retorno o aumento de capital per capita de cada um vocês aumentou só este ano em média 39%…”
Os argumentos do traidor
”são somente negócios… vocês ainda não entenderam? Já não há países, já não há bons e maus, eles é que mandam em tudo, eles são donos de tudo, do planeta inteiro, podem fazer o que bem lhes apetece.”
Conclusão
“They Live” de John Carpenter é um filme recheado de critica social. A audiência, ao ver o filme, sente que algo similiar realmente está acontecendo com nossa sociedade, onde os valores morais estão cada declinando a cada dia, tornando a humanidade uma espécie zumbi, que adora o dinheiro e a tecnologia, mas se torna indiferente para com o próximo.
Recomendamos aos leitores do Epoch Times verem este filme!