Documentos finais podem revelar novidades sobre assassinato de JFK

27/10/2017 04:30 Atualizado: 01/11/2017 14:38

BOSTON ─ Mais de meio século depois que o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, foi atingido pela bala de um assassino em Dallas, Texas, os EUA liberaram nesta quinta-feira (26) os arquivos finais sobre a investigação do assassinato que comoveu uma nação.

O lote final de arquivos pode ou não oferecer novos detalhes importantes sobre por que Lee Harvey Oswald matou o primeiro e único irlandês-americano católico romano a ocupar o cargo em 22 de novembro de 1963.

Acadêmicos temem que o lote final sobre o assassinato de Kennedy, de mais de 5 milhões de páginas no total, mantido no Arquivo Nacional, faça pouco para dissipar teorias de conspiração de longa data de que a morte do presidente de 46 anos foi organizada pela máfia, por Cuba ou um conluio de agentes vilões.

Milhares de livros, artigos, programas de TV e filmes exploraram a ideia de que o assassinato de Kennedy teria sido o resultado de uma elaborada conspiração. Nenhum produziu prova conclusiva de que Oswald, que foi morto a tiros um dia depois de matar Kennedy, trabalhou com qualquer outra pessoa, embora eles mantenham uma poderosa corrente cultural.

 

Lee Harvey Oswald, acusado de assassinar o então presidente dos EUA John F. Kennedy é fotografado com o sargento da polícia de Dallas. Warren (direita) e um colega em Dallas nesta imagem divulgada em 22 de novembro de 1963 (Departamento de Polícia de Dallas/Arquivo Municipal de Dallas/University of North Texas/Handout/Foto de arquivo via Reuters)
Lee Harvey Oswald, acusado de assassinar o então presidente dos EUA John F. Kennedy é fotografado com o sargento da polícia de Dallas. Warren (direita) e um colega em Dallas nesta imagem divulgada em 22 de novembro de 1963 (Departamento de Polícia de Dallas/Arquivo Municipal de Dallas/University of North Texas/Handout/Foto de arquivo via Reuters)

“Meus alunos são realmente céticos de que Oswald foi um assassino solitário”, disse Patrick Maney, professor de história do Boston College. “É difícil conceber isso, que alguém como um solitário, um perdedor, pudesse por si mesmo matar Kennedy e mudar o curso da história mundial.”

Em 1992, o Congresso ordenou que todos os registros relacionados à investigação sobre a morte de Kennedy fossem abertos ao público e estabelecu o prazo final de 26 de outubro de 2017 para que todo o conjunto fosse tornado público.

O presidente Donald Trump, em 21 de outubro, confirmou que permitiria que os documentos fossem divulgados.

Os documentos liberados em 26 de outubro provavelmente se concentram nos esforços da Agência Central de Inteligência (CIA) e do Serviço Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) para determinar o contato que Oswald teve com espiões comunistas de Cuba e da extinta União Soviética numa viagem à Cidade do México em setembro de 1963, disseram especialistas.

“Havia uma preocupação real de que Oswald talvez estivesse envolvido com a União Soviética”, disse Maney.

O assassinato de Kennedy foi o primeiro de uma série de assassinatos de motivação política, incluindo os de seu irmão Robert F. Kennedy e do líder de direitos civis Martin Luther King Jr., que surpreenderam os Estados Unidos durante a turbulenta década de 1960. Ele continua a ser um dos presidentes americanos mais admirados.

 

O então presidente dos EUA John F. Kennedy assina uma ordem executiva para a interdição da entrega de armas ofensivas a Cuba durante a crise dos mísseis cubanos, na Casa Branca, Washington DC, em 23 de outubro de 1962 (Cecil Stoughton/The White House/Biblioteca e Museu Presidencial JFK/Foto de arquivo via Reuters)
O então presidente dos EUA John F. Kennedy assina uma ordem executiva para a interdição da entrega de armas ofensivas a Cuba durante a crise dos mísseis cubanos, na Casa Branca, Washington DC, em 23 de outubro de 1962 (Cecil Stoughton/The White House/Biblioteca e Museu Presidencial JFK/Foto de arquivo via Reuters)
O então vice-presidente dos Estados Unidos, Lyndon Baines Johnson (ao centro), presta o juramento presidencial à juíza Sarah T. Hughes (segunda à esquerda), com a viúva do presidente John F. Kennedy, a primeira-dama Jacqueline Bouvier Kennedy (segunda à direita) a seu lado, a bordo da aeronave Air Force One, no Campo Love, em Dallas, Texas, apenas duas horas após Kennedy ser baleado em 22 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/Cecil Stoughton/The White House/Foto de arquivo via Reuters)
O então vice-presidente dos Estados Unidos, Lyndon Baines Johnson (ao centro), presta o juramento presidencial à juíza Sarah T. Hughes (segunda à esquerda), com a viúva do presidente John F. Kennedy, a primeira-dama Jacqueline Bouvier Kennedy (segunda à direita) a seu lado, a bordo da aeronave Air Force One, no Campo Love, em Dallas, Texas, apenas duas horas após Kennedy ser baleado em 22 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/Cecil Stoughton/The White House/Foto de arquivo via Reuters)
O então presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy e a primeira dama Jacqueline Bouvier Kennedy chegam ao Campo Love em Dallas, Texas, menos de uma hora antes do assassinato, 22 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/The White House/Cecil Stoughton/Foto de arquivo via Reuters)
O então presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy e a primeira dama Jacqueline Bouvier Kennedy chegam ao Campo Love em Dallas, Texas, menos de uma hora antes do assassinato, 22 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/The White House/Cecil Stoughton/Foto de arquivo via Reuters)
O então presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy e a primeira dama Jacqueline Bouvier Kennedy chegam ao Campo Love em Dallas, Texas, menos de uma hora antes do assassinato, 22 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/The White House/Cecil Stoughton/Foto de arquivo via Reuters)
Imagens televisionadas do então presidente John F. Kennedy e a primeira dama Jacqueline Kennedy na limusine presidencial momentos antes de Kennedy ser assassinado em Dallas, Texas, EUA, em 22 de novembro de 1963 (Foto de arquivo via Reuters)
Imagens televisionadas do então presidente John F. Kennedy e a primeira dama Jacqueline Kennedy na limusine presidencial momentos antes de Kennedy ser assassinado em Dallas, Texas, EUA, em 22 de novembro de 1963 (Foto de arquivo via Reuters)
A viúva do presidente dos EUA, John F. Kennedy, a então primeira-dama Jacqueline Bouvier Kennedy, e seu irmão, o então procurador-geral dos EUA, Robert F. Kennedy, entram no grande salão da Casa Branca atrás do caixão de JFK quando retornaram de Dallas a Washington DC, no início da manhã de 23 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/The White House/Robert Knudsen/Arquivo Foto via Reuters)
A viúva do presidente dos EUA, John F. Kennedy, a então primeira-dama Jacqueline Bouvier Kennedy, e seu irmão, o então procurador-geral dos EUA, Robert F. Kennedy, entram no grande salão da Casa Branca atrás do caixão de JFK quando retornaram de Dallas a Washington DC, no início da manhã de 23 de novembro de 1963 (Biblioteca e Museu Presidencial JFK/The White House/Robert Knudsen/Arquivo Foto via Reuters)
O então presidente americano John F. Kennedy numa fotografia não datada (Cortesia da Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy/Handout/Foto de arquivo via Reuters)
O então presidente americano John F. Kennedy numa fotografia não datada (Cortesia da Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy/Handout/Foto de arquivo via Reuters)

Leia também:
China usa guerra política para influenciar Estados Unidos
Agente veterano da CIA quebra silêncio sobre extraterrestres
EUA se preparam para combater desinformação russo-chinesa