‘China Livre’ e ‘Morte pela China’ destacam abusos de direitos e custos econômicos das relações de negócio com a China
A China foi o foco principal num evento cinematográfico anual no último fim de semana em Ottawa, Canadá, que celebrou documentários corajosos e questionadores e envolveu o público num sério debate, algo que os organizadores sentem faltar em muitos eventos.
Entre suas seleções deste ano, o 3º Festival Anual de Cinema do Pensamento Livre apresentou dois filmes interessantes sobre a China que visam conscientizar e discutir questões fundamentais como liberdade, democracia e direitos humanos.
‘Morte pela China: Um emprego perdido por vez’ (‘Death by China: One Lost Job at a Time’) analisa o custo para os EUA de sua relação comercial com a China, com destaque para os desequilíbrios comerciais crescentes, as práticas desleais de comércio do regime e as consequências nos EUA, como o fechamento de fábricas, o desemprego e o aumento da dívida detida pela China.
‘China Livre: A coragem de acreditar’ (‘Free China: The Courage to Believe’) é um documentário premiado que conta as histórias de Jennifer Zeng e Charles Lee, que foram presos na China por sua crença na prática espiritual do Falun Gong e sobreviveram à tortura e ao trabalho forçado.
O festival, realizado na Biblioteca e Arquivos do Canadá entre 1º e 4 de novembro, foi apresentado pela Sociedade Cinematográfica do Pensamento Livre.
Sem respeito pelo próprio povo
“Eu quis dar à China um grande foco em nosso festival deste ano para que os canadenses possam ver por si mesmos os abusos dos direitos humanos, as práticas retratadas da China e para colocarem alguma pressão sobre o governo canadense no sentido de trabalhar pela democracia e a liberdade do povo chinês”, disse Fred Litwin, o presidente e fundador da sociedade.
“Isso é que é importante e esse é o meu objetivo”, acrescentou Litwin, falando com a emissora NTDTV em 2 de novembro na exibição de “Morte pela China”.
Num painel de debates após a exibição, Greg Autry, coautor e produtor de ‘Morte pela China’, falou sobre a ausência de direitos dos trabalhadores e das normas de trabalho na China.
“[A China] não respeita seu próprio povo”, disse ele. “As centenas de milhares de pessoas que são mutiladas e mortas a cada ano na indústria e extrativismo [de mineração] na China deveriam deixar os canadenses arrepiados.”
David Kilgour, ex-secretário de Estado (Ásia-Pacífico), destacou o risco que os investidores estrangeiros enfrentam ao fazerem negócios na China, observando o caso de uma empresa que perdeu milhões de dólares de investimento quando foi de repente “privatizada” por oficiais do governo.
“Eu não investiria um centavo na China até chegar o Estado de direito”, disse Kilgour.
Jennifer Zeng, que vive na Austrália atualmente, mas esteve em Ottawa para participar de ambas as exibições, descreveu as atrocidades sofridas pelos prisioneiros nos campos de trabalho chineses.
“[Os guardas] inventaram uma maneira de usar duas escovas de dente colocadas juntas com as cerdas para fora e empurrá-las dentro da vagina de praticantes do Falun Gong e torcer e torcer até virem sangue sair”, disse ela.
“Tortura sem fim é uma parte de nossa vida nos campos de trabalho.”
‘China Livre’ também descreveu como praticantes do Falun Gong foram selecionados para terem seus órgãos e condição física examinados sob custódia. Resultados de investigações independentes concluíram que o regime chinês está envolvido na colheita forçada de órgãos sistemática e em grande escala de prisioneiros da consciência do Falun Gong para abastecer um comércio de órgãos lucrativo.
“A esperança está na educação”
O parlamentar conservador Bryan Hayes participou da exibição de ‘China Livre’ no sábado.
Numa entrevista com a NTDTV, ele comentou sobre o sistema de prisão de trabalho forçado retratado no filme que produz artigos vendidos no Ocidente, como chinelos Bart Simpson e luzes de Natal.
“Entender o que realmente está acontecendo foi perturbador, muito perturbador”, disse ele, e acrescentou, “A esperança está na educação”.
“Divulgar o que realmente está acontecendo […] é extremamente importante, porque as pessoas precisam ver, as pessoas precisam ouvir.”
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