Por Ivan Pentchoukov
Mais de quatro a cada 10 estudantes do ensino médio dos EUA se sentiram persistentemente ‘tristes ou sem esperança’ em 2021, segundo uma pesquisa do CDC divulgada na semana passada.
O número de estudantes do ensino médio com sentimentos persistentes de tristeza ou desesperança cresceu constantemente de 26,1% em 2009 para 36,7% em 2019, segundo dados do CDC.
Os resultados da nova pesquisa do CDC (pdf) realizada entre janeiro e junho de 2021 mostram que a tendência continua, com 44% dos alunos relatando sentimentos persistentes de tristeza e falta de esperança.
“Sabemos de outras pesquisas que os jovens com problemas de saúde mental são mais propensos a terem dificuldades escolares, com as notas, tomadas de decisões e sua saúde física”, Jonathan Mermin, diretor do Centro Nacional de HIV, Hepatite Viral, DST e Prevenção da Tuberculose disse a repórteres durante uma teleconferência em 31 de março.
“Além disso, problemas de saúde mental em jovens são frequentemente associados a outros riscos comportamentais, como uso de drogas, violência e comportamentos sexuais de maior risco”, acrescentou Mermin. “E esses problemas podem ter efeitos negativos duradouros até a idade adulta”.
Mais de um em cada três estudantes entrevistados disse ter tido problemas de saúde mental durante a pandemia da COVID-19, segundo os dados.
A pesquisa do CDC foi financiada por meio da Lei de Ajuda, Alívio e Segurança Econômica ao Coronavírus (CARES).
“Nossos dados deixam claro que os jovens experimentaram interrupções e adversidades significativas durante a pandemia e estão passando por uma crise de saúde mental”, disse Kathleen Ethier, diretora da Divisão de Saúde do Adolescente e Escola do CDC, a repórteres durante uma teleconferência em 31 de março
“Esses e outros dados parecidos nos mostram que os jovens e suas famílias estiveram sob níveis incríveis de estresse durante a pandemia.”
Mais da metade dos alunos pesquisados (55%) disseram que sofreram abuso emocional por um dos pais ou outro adulto em sua casa. Mais de um em cada dez (11%) disse sofrer abuso físico em casa “incluindo bater, chutar ou machucar fisicamente o estudante”, segundo os dados.
“Esses dados ecoam um pedido de ajuda”, disse Debra Houry, vice-diretora principal do CDC, em comunicado. “A pandemia da COVID-19 criou estressores traumáticos que têm o potencial de corroer ainda mais o bem-estar mental dos alunos. Nossa pesquisa mostra que cercar os jovens com o apoio adequado pode reverter essas tendências e ajudar nossos jovens agora e no futuro”.
Na pesquisa, o CDC perguntou pela primeira vez se os alunos do ensino médio sofreram racismo. Estudantes asiáticos lideram a lista, com quase dois em cada três (64%) dizendo que sofreram racismo. Mais da metade (55%) dos estudantes negros e multirraciais também relataram ter sofrido racismo.
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