A Capela Sistina faz parte do Palácio Apostólico, residência oficial do Papa. É famosa por sua decoração com afrescos pintados pelos mais grandiosos artistas da Renascença: Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli, Rosselli, Signorelli, Ghirlandaio, Perugino. O nome Capela Sistina é uma homenagem ao Papa Sisto IV que, entre os anos de 1477 e 1480, foi o responsável pela construção da Capela Sistina.
Uma das maravilhas da Capela Sistina é o seu teto, que foi pintado por Michelangelo. Michelangelo demorou quatro anos para pintar o teto da Capela e o fez com grande dificuldade, pois teve que pintar deitado em cima de um andaime de 16 metros de altura. A tinta pingava sobre o seu rosto o tempo todo. Ao final do dia, Michelangelo acabava exausto e com fortes cãibras.
Michelangelo realmente se dedicou ao trabalho. Quando ele estava pintando um canto escuro do teto com extraordinário afinco e esmero, alguém lhe perguntou: “Por que você se esforça tanto a pintar um canto escuro do teto, que possivelmente ninguém olhará”, Michelangelo simplesmente respondeu: “Deus verá”.
No pontificado do papa Paulo III, em 1534, Michelangelo foi convidado a voltar à Capela Sistina para pintar, na parede logo atrás do altar, um afresco de tema O Juízo Final. Essa pintura levou sete anos para ser feita.
Michelangelo pagou um preço altíssimo por esses anos de trabalho. Sua visão ficou reduzida e desgastou-se muito. Michelangelo relatou que, quando, com apenas 37 anos, terminou seus trabalhos na Capela, “seus amigos se impressionaram com o homem velho que ele se tornará”.
Desde a época de Sisto IV, a capela tem servido como lugar tanto para cerimônias religiosas como para uso de funcionários envolvidos em relevantes atividades papais. É o local onde se realiza o Conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido.
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O teto da Capela Sistina:
A parte central do teto da Capela, pintado por Michelangelo, retrata cronologicamente a história do livro Gênesis do Antigo Testamento. (1) Deus separando a Luz das Trevas, (2) Deus criando o Sol e a Lua, (3) Deus separando a terra das águas, (4) A Criação de Adão, (5) A Criação de Eva, (6) O Pecado Original e A Expulsão do Paraíso, (7) O Sacrifício de Noé, (8) O Dilúvio Universal e, por último, (9) Noé Embriagado com vinho.
Nos quatro cantos são retratadas cenas também do Antigo testamento. No canto superior esquerdo, Judith matando o general assírio Holofornes. No inferior esquerdo, Davi matando o gigante Golias. No superior direito, a Serpente de Bronze, a qual salvou os israelitas picados pela serpente do deserto. No inferior direito, O castigo de Amã, que por querer exterminar o povo Judeu, acabou enforcado com sua família.
Na região mais lateral do teto estão retratadas as Sibilas – mulheres da mitologia greco, que possuíam poderes proféticos – bem como profetas do Velho testamento: Zacarias, Joel, Isaías, Ezequiel, Daniel, Jeremias e Jonas.
Nas velas do teto, nos espaços de formato triangular, estão retratados os principais ancestrais de Jesus Cristo desde os tempos de Abraão. Nas lunetas, espaço acima das janelas, também mostram antepassados de Cristo, entre eles, os reis Davi e Salomão. Cenas do Livro dos Reis complementam a história contida nos afrescos.
O Juízo Final:
A parede atrás do altar foi destinada ao maior afresco e para o qual Michelangelo dedicou, durante sete anos, todo seu gênio, coração e esforço: O Juízo Final.
Por ser uma pintura na parede, na vertical, muitos podem pensar que foi uma obra mais fácil de ser pintada que o teto da capela. No entanto, levou três anos a mais para ser feita, principalmente, devido ao grande tamanho do afresco, que dificultou enormemente ver o conjunto do que era pintado e dificultou se movimentar para pintar ou retocar diferentes partes do afresco.
O afresco ocupa inteiramente a parede atrás do altar. Para sua execução, duas janelas foram eliminadas e grandes pinturas da época de Sisto IV foram perdidas, isto é, Michelangelo pintou sobre elas.
Em O Juízo Final, Michelangelo expressa energicamente o conceito de Justiça Divina e de modo implacável com relação aos condenados. Cristo, na parte central do afresco, julga a todos no dia do juízo final, sendo que os justos sobem ao Céu passando pela direita de Cristo, enquanto que os condenados descem passando pela esquerda de Cristo em direção à condenação eterna no inferno. A ressurreição dos mortos e anjos tocando trombetas completam a composição.
Além das enormes realizações de Michelangelo para a Capela Sistina, outros artistas também contribuíram para a decoração do local.
Na parede esquerda, a partir do altar, são encontradas pinturas que retratam cenas do Velho Testamento. Entre elas, “Moisés a caminho do Egito e a circuncisão de seus filhos”, de Pinturicchio, “Cenas da Vida de Moisés” e “A Punição de Korah, Natan e Abiram”, obras de Botticelli, “A Travessia do Mar Vermelho” e “Moisés no Monte Sinai e a Adoração do Bezerro de Ouro”, ambas de Cosimo Rosselli e “A Morte de Moisés”, pintada por Lucas Signorelli.
Na parte direita estão obras que simbolizam o Novo Testamento: “O Batismo de Jesus”, pintado por Pinturicchio, “Tentação de Cristo e a Purificação do Leproso”, pintado por Botticelli, “Vocação dos Apóstolos”, pintado por Ghirlandaio, “O Sermão da Montanha” e “A Última Ceia”, obras de Rosselli, e “A Entrega das Chaves à São Pedro”, de Perugino.
A Capela Sistina, por sua esplendorosa beleza artística e significado histórico e cultural, é um dos lugares do mundo que merece ser conhecido.