Breve introdução sobre o nascimento de Jesus:
Poucos meses antes do nascimento de Jesus, o imperador romano César Augusto publicou decreto ordenando a realização de um recenseamento em todo o império romano. Todos tinham que se apresentar a sua cidade natal para efeito de recenseamento. Naquela época, Israel estava sob o domínio de Roma. Assim, José e sua esposa Maria, gravida de nove meses de Jesus, tiveram de ir da cidade de Nazaré da Galileia, onde moravam, até Belém na Judeia, local de seus antepassados, para o recenseamento.
Naquela época, na cidade de Belém havia pousadas para viajantes. Na região também havia grutas naturais ou escavadas em rocha calcária, que eram usadas como estábulo para os animais de montaria dos hospedes ou para a guarda de pequenos rebanhos de pastores da região.
Quando José e Maria chegaram à Belém, a cidade estava cheia de gente, pessoas vindas de todas as partes estavam lá para o recenseamento, por isso José não encontrou nenhuma vaga nas pousadas, elas estavam lotadas. José e Maria tiveram que passar a noite numa dessas gruta, a qual foi improvisada como quarto. E lá, naquela noite, Maria deu à luz a Jesus.
A Basílica da Natividade foi construída como monumento para abrigar e indicar o lugar sagrado onde Maria deu à luz a Jesus. É uma das mais antigas igrejas ainda em uso no mundo.
A porta de entrada da Basílica da Natividade tem apenas 1,25 metros de altura e é chamada de Porta da Humildade porque o peregrino precisa se abaixar para entrar. Na verdade, a porta original (ainda se vê os contornos dela) foi alterada pelos franciscanos no século XVI para impedir a entrada da cavalaria turca, que dominava a região.
No chão há aberturas onde se vê o que restou do piso de mosaicos da construção original do período bizantino, sobre a qual a atual Basílica foi construída.
O presbítero é separado do restante da igreja por uma iconóstase grega (1764), um tipo de divisória de material nobre com algumas portas.
A Basílica atual remonta ao tempo das cruzadas e foi construída sobre os alicerces da primeira igreja no local, construída por ordem do imperador romano Constantino no ano 320 d.C. e, depois, reconstruída pelo imperador romano Justiniano I, devido a um incêndio.
A Basílica sempre foi alvo de disputas entre várias comunidades cristãs, sempre prontas a brigar entre si. Depois de séculos de litígios, a situação se fixou no atual status quo, quando, em 1854, foi a Basílica dividida entre ortodoxos, armênios e franciscanos, com horários e espaços definidos, o que colocou fim a todas as disputas. Atualmente a Basílica está “repartida” entre a Igreja Ortodoxa Oriental, a Igreja Armênia e a ordem dos monges franciscanos. Um pouco mais de comunhão deixaria feliz quem lá nasceu.
Desde sua construção, a Basílica nunca foi violada ou profanada. Parece até milagroso que os diversos exércitos que até lá chegaram, sempre respeitaram o local pelo o que ele representa.
Em 614, os soldados do imperador persa Cosroe se aproximaram da Basílica, já preparavam o fogo para incendiá-la, quando, atônitos, pararam e fixaram o olhar num antigo mosaico, no alto do templo. Reconheceram pelos trajes retratados no mosaico, sua própria gente, pessoas vestidas com trajes persas: eram os três reis magos representados na imagem. Assim, pouparam o edifício. Vinte e quatro anos mais tarde, os árabes, que igualmente andavam queimando todos os símbolos cristãos, pouparam a Basílica, pois souberam que era dedicada à “Beatíssima Virgem Maria, mãe do ‘profeta’ Jesus”, como é dito no Alcorão. Em 1187, Saladino conquistou Jerusalém, mas permitiu que a Basílica da Natividade continuasse aberta ao culto. Prudentemente os cruzados construíram uma porta de 125 centímetros de altura, que chamaram de “Porta da Humildade”, para impedir que soldados montados em cavalo pudessem entrar na Basílica.
O ponto principal de toda a Basílica é o local considerado como o do exato do nascimento de Nosso Senhor, segundo a tradição e antiquíssimos testemunhos. Ele fica numa gruta, que é acessada pelas duas laterais do presbítero da Basílica (lado sul e lado norte).
A gruta é iluminada por 53 lâmpadas. O chão e as paredes foram recobertos com mármore. Há preciosos tecidos, com pinturas antigas, que cobrem partes das paredes. O teto original foi substituído no século IV por outro de alvenaria.
Abaixo da mesa do Altar da Gruta, no chão de mármore branco, encontra-se uma estrela de prata de 14 pontas que marca o local considerado como o do nascimento de Jesus Cristo. Acima da estrela, ainda sob o altar, estão 15 lâmpadas.
O local do nascimento de Jesus Cristo é marcado por uma estrela de prata de 14 pontas afixada no piso de mármore. Na estrela há a inscrição: “HIC DE VIRGINE MARIA IESUS CHRISTUS NATUS EST – 1717”, ou seja, “AQUI DA VIRGEM MARIA NASCEU JESUS CRISTO”. E, 1717 é o ano em que a estrela foi colocada lá por franciscanos.
O local onde ficava a manjedoura, um cocho onde se colocava alimentos e água para os animais, era possivelmente feita de rocha calcária ou madeira, como as existentes atualmente.
Inspirado na Basílica da Natividade, São Francisco de Assis, depois de sua visita à Terra Santa, criou o primeiro presépio, foi na cidade italiana de Greggio, em 1223.
A Basílica é respeitada pelas três religiões abraâmicas: os cristãos a veneram como o lugar onde o filho de Deus nasceu; os muçulmanos a respeitam como o lugar onde Maria deu à luz o profeta Jesus nasceu, um dos mensageiros de Deus; para os judeus, é o lugar onde nasceu um judeu, Jesus de Nazaré, uma das grandes figuras do judaísmo.
Link para uma visita virtual à Basílica da Natividade.
Por sua importância histórica e religiosa, A Basílica da Natividade é um dos lugares do mundo que merece ser visitado.