Os romanos criaram o monumento tipo arco do triunfo para ser um símbolo de comemoração de vitórias militares.
O Arco do Triunfo francês foi originalmente construído para enaltecer a grande vitória do imperador francês Napoleão Bonaparte na Batalha de Austerlitz, em dezembro de 1805. Empolgado com sua vitória triunfal, Napoleão prometeu aos seus comandados: “Daqui em diante, vocês voltarão caminhando sob arco triunfal”. Pouco depois, ao regressar à França em 1806, Napoleão ordenou a construção do Arco do Triunfo. A obra, no entanto, só foi finalizada 1836, devido à derrocada do Império de Napoleão em 1815, na Batalha de Waterloo.
A obra foi oficialmente inaugurada em 1836, depois da morte de Napoleão, que ocorreu em 1821. Projetado por Jean Chalgrin, o Arco do Triunfo é um símbolo de patriotismo e motivo de orgulho aos franceses.
Com 50 metros de altura, o monumental arco tornou-se, desde então, ponto de partida ou passagem de paradas militares, manifestações populares e, claro, visita de turistas. O Arco do Triunfo é cartão-postal da França.
As esculturas, altos-relevos, baixos-relevos e inscrições existentes no Arco do Triunfo são inúmeras. Veremos as principais.
Possivelmente a escultura mais conhecida do Arco do Triunfo, a Partida dos Voluntários de 1792, também conhecida como A Marselhesa, foi esculpida por François Rude em 1833 e representa a Pátria-mãe com as asas abertas e estendidas chamando e motivando voluntários para que se unam e lutem pela sua pátria, a França.
Esculpida por Jean-Pierre, O Triunfo de 1810 mostra Napoleão usando vestimentas da antiguidade e segurando uma espada ao peito. Na alegoria, o imperador francês é coroado pela deusa Vitória. No fundo à direita, o homem ajoelhado simboliza os perdedores. À esquerda, a mulher de coroa na cabeça, ajoelhada, simboliza o império da Áustria protegido por Napoleão, cujas mãos estão simbolicamente sobre a mulher para reconhecê-la e protegê-la. À esquerda, atrás e acima da mulher, a deusa da História escreve e registra os eventos memoráveis de Napoleão. Acima de todos, a deusa alada da Fama soa sua trombeta e sobre ela há folhas de palmeira, imagem que evoca a Expedição ao Egito. A cena simboliza o ano de 1810, a data do apogeu do império de Napoleão e seu casamento com Marie-Louise da Áustria.
Esculpida por Antoine Etex, a escultura representa a volta da paz após o Tratado de Paris, em 1815, que pôs fim à tentativa de Napoleão de voltar ao poder durante Os Cem Dias. Na composição aparecem: uma mãe segurando seu filho nos braços, um soldado com a sua espada embainhada de modo a simbolizar tempos de paz, uma pessoa puxando um arado enquanto outra semeia e ara a terra, e uma pessoa (ao lado da mulher) de baixa estatura absorta na leitura, que crescerá como pessoa ao adquirir cultura. Acima de todos, é mostrada a deusa Minerva, que inspiração a todos para a sabedoria, a arte e o trabalho em tempos de paz. Todas as atividades e instituições sociais fundamentais reflorescem e prosperam em tempos de paz: a família, a agricultura e a educação.
Escultura de Antoine Etex, La Résistance simboliza a resistência da França, em 1814, diante da invasão de forças estrangeiras que se uniram contra Napoleão. Os russos, prussianos e austríacos invadiram o território francês, ocuparam Paris e derrotaram Napoleão na Batalha de Leipzig. Com o punho esquerdo cerrado, simbolizando determinação, e a mão direita armada com uma espada de dois gumes, um francês em pé, nu, prepara-se para sair em defesa de sua terra natal. À sua esquerda, seu pai idoso tenta aconselhá-lo e impedi-lo de ir à guerra segurando-o pela perna direita. À sua direita, segurando uma criança nos braços, sua esposa também tenta detê-lo segurando sua mão. Atrás dele, um soldado com barba cai de seu cavalo como que abatido em plena batalha, simbolizando o sacrifício de ser um patriota por seu país. Acima de todos, o Espírito do Futuro, com asas e de cuja cabeça sai uma chama, segurando uma espada quebrada, determina o futuro do novo soldado em seu cumprimento do dever cívico.
Para comemorar o Dia do Armistício (1921) – aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial –, sob o Arco do Triunfo, foi criado um monumento no nível do chão onde foram colocadas as cinzas de um soldado desconhecido para reverenciar todos os soldados mortos durante a Primeira Guerra. Todos os dias, a partir das 18h30, a “chama da memória” sobre o túmulo é acesa por uma organização de veteranos da guerra.
Subindo as escadarias, no interior do Arco do Triunfo, há um pequeno museu sobre a história do monumento – maquetes, desenhos e documentos sobre sua construção – e subindo até o topo chega-se a um terraço panorâmico de onde, a 50 metros de altura, tem-se uma vista excepcional de Paris e das doze avenidas em torno do local.
O Arco do Triunfo é, sem dúvida, um dos lugares do mundo que merece ser conhecido.