Adolescente se ressentia das constantes broncas dos pais. Veja como ela resolveu os problemas da família

Espero que esta abordagem também possa ajudar outros jovens a verem a si próprios e aos seus pais de uma nova forma, de modo a pacificar os seus conflitos

02/11/2018 15:01 Atualizado: 02/11/2018 15:01

“Estou descontente com sua atitude hoje!”. Minha mãe dizia essas palavras com uma expressão severa toda vez que estava insatisfeita com o meu comportamento, o que era frequente.

Essa cena se repetia e eu achava insuportável.

Isso me fazia não querer falar com minha mãe ou até mesmo chegar perto dela pelo resto do dia. De um jeito imaturo, eu respondia com birra e mau comportamento, mostrando-me apática e me tornando ainda mais teimosa.

Eu tenho agora 15 anos e, quando eu penso sobre isso, percebo o quanto mudei

Eu costumava me queixar em silêncio de que meus pais nunca se colocavam no meu lugar. Agora vejo as coisas de uma perspectiva diferente e isso acalmou os implacáveis conflitos familiares. Agora, minha mãe não mais fala daquele jeito comigo.

Considero uma mudança profunda e eu obtive isso seguindo o conselho contido em um livro muito especial que meu primo me deu.

Crescendo com pais rigorosos e sempre sentindo que eles não a entendiam

Eu sei que, em muitos lares, os pais repreendem e até gritam todos os dias. Quando ouço outros jovens reclamando de seus pais ou leio histórias de mau comportamento de crianças, meu coração se comove com empatia.

Então, eu compartilho, aqui, minha história na esperança de que os outros também possam ver seus pais e a si mesmos sob uma nova luz, o que pode ajudar a trazer mais paz à sua vida familiar.

No passado

Crescendo, eu sempre senti que meus pais eram muito rigorosos e não me entendiam. Eu muitas vezes me sentia sufocada por sua rígida vigilância e exigências exaustivas.

Com quem você estava? O que você fez? Onde você foi? Em que horas você estará em casa? Essas perguntas intermináveis pareciam ser programadas em seus cérebros.

Se eu quisesse ir a algum lugar um pouco mais longe da minha casa, meus pais tentavam me convencer a ficar em casa, não sair.

Se chegasse em casa um pouco tarde, temia a enxurrada de perguntas que me esperavam no momento em que entrei na porta.

Fui repreendida inúmeras vezes por fazer algo errado e repetidamente lembrada do meu mau comportamento e de minha desobediência, mesmo quando esse algo era culpa da minha irmã mais nova.

E, toda vez que isso acontecia, eu erguia um muro entre mim e meus pais. Isso me magoava, irritava e deprimia profundamente.

O ponto de virada

Eu nunca esperei que meu relacionamento miserável com meus pais fosse mudar, até que um dia meu primo me apresentou um livro chamado Zhuan Falun.

Versão vietnamita do Zhuan Falun, o principal livro de ensinamentos do sistema tradicional chinês de auto aperfeiçoamento chamado Falun Dafa

O que me tocou foram os princípios profundos que o livro ensina sobre como ser verdadeiramente uma pessoa boa, como olhar para dentro de mim mesmo em busca de respostas, como são meus próprios pensamentos e atitudes que influenciam o que acontece ao meu redor.

Os princípios de  Verdade, Benevolência e Tolerância orientam sobre como sermos honestos, bondosos e tolerantes quando interagimos com outras pessoas.

Eles são os princípios centrais do Falun Dafa, também chamado de Falun Gong, um sistema chinês tradicional de auto-aperfeiçoamento para a mente e o corpo.

 

Em 2016, praticando a meditação sentada do Falun Dafa, que inclui vários movimentos e posições de mãos

Junto com a leitura do Zhuan Falun, que é o principal livro de ensinamentos, são praticados quatro suaves exercícios de qigong e uma meditação sentada, que ajudam a acalmar a mente, aliviar o estresse e fortalecer os níveis de energia.

Tendo leveza

Os exercícios e a meditação são fáceis de aprender e de praticar. Por outro lado, os princípios orientadores para melhorar o caráter moral de uma pessoa podem ser simples ou difíceis de seguir, dependendo de quais hábitos e atitudes um indivíduo desenvolveu ao longo de sua vida.

Para mim, o mais desafiador é o abandono de maus hábitos e de atitudes indelicadas.

Seu maior desejo é dedicar-se a seguir seu verdadeiro caminho e melhorar continuamente seu caráter moral seguindo os princípios de Verdade, Benevolência e Tolerância do Falun Dafa

Não é um caminho fácil de seguir: permanecer calma e não afetada ou mesmo ficar feliz e grata na frente de parentes, professores e amigos, quando alguém encontra uma falha em mim. Mas é um caminho verdadeiro e benéfico que estou determinada a seguir.

Um caminho verdadeiro

Andar pelo meu verdadeiro caminho continua sendo um processo de olhar para dentro e de valorizar e encontrar o meu verdadeiro eu, sabendo que Verdade, Benevolência e Tolerância são a minha verdadeira natureza.

Maus pensamentos, no entanto, ainda encontram seu caminho em minha mente algumas vezes.

Às vezes ainda choro silenciosamente quando meus pais ficam com raiva e dizem coisas que acho rudes ou excessivas. Eu ainda me sinto às vezes sufocada pelo rigor deles. Ainda, algumas vezes, queixo-me aos meus amigos sobre meus pais.

Em 2016, com as mãos unidas na posição “Heshi” ao final da meditação sentada do Falun Dafa

Às vezes, gostaria de poder crescer mais rapidamente para poder ser livre e fazer o que quiser.

No entanto, o importante é que eu continuo me lembrando de que sou uma praticante do Falun Dafa, seguindo os princípios de Verdade, Benevolência e Tolerância.

Um novo olhar para mim mesma e para meus pais

O Falun Dafa ensina a sempre considerar os outros em primeiro lugar, em vez de sermos autocentrados e nos concentrarmos apenas em nossos próprios desejos ou necessidades.

Ele também ensina a tomar o caminho mais elevado: se alguém é gentil comigo, eu serei gentil. Se alguém é indelicado comigo, ainda assim serei gentil.

Comecei a me fazer novas perguntas: o que estou prestes a fazer é gentil e prestativo? O que estou prestes a dizer é verdade? Estou considerando a outra pessoa primeiro? E se eu me colocar no lugar deles?

Eu gradualmente percebia como minha atitude no passado contribuía muito para os conflitos dentro da minha família.

No passado, sempre queria que meus pais se colocassem em meu lugar, mas nunca pensei em me colocar no lugar deles. Sempre esperava que os outros mudassem de ideia ou de comportamento, mas nunca considerei que poderia ser eu a pessoa que deveria mudar. Quando era criticada ou repreendida, me comportava ainda pior.

Eu ouço desde a infância que, quando eu crescer e me tornar mãe, entenderei. E então eu vou me arrepender do meu mau comportamento e de minha rasa compreensão sobre meus pais.

Eu me pergunto: por que não me colocar no lugar dos meus pais e tentar entendê-los desde já, para não ter arrependimentos no futuro? Se sinto que fui repreendida ou criticada injustamente, o que de minha parte pode ter contribuído para isso? Ou o que posso tirar disso para me tornar uma pessoa melhor?

Essas perguntas me ajudam a melhorar continuamente enquanto caminho em direção ao cumprimento de minha aspiração por me assimilar os princípios de Verdade, Benevolência e Tolerância.

Espero que esta abordagem também possa ajudar outros jovens a verem a si próprios e aos seus pais de uma nova forma, de modo a pacificar os seus conflitos e  abrir o seu mundo a uma vida familiar mais harmoniosa e a um futuro brilhante.

Thien Nhi mora com sua família no Vietnã.

 

Nota do editor:

Falun Dafa é uma prática de cultivo da mente e do corpo que ensina a verdade, a benevolência e a tolerância como um caminho de aprimoramento da saúde e do caráter moral e para alcançar a sabedoria espiritual

Para mais informações sobre a prática, visite www.falundafa.org.  Todos os livros, música de exercícios, recursos e instruções estão disponíveis gratuitamente