Mãe escapa da escravidão sexual e vive na rua. Agora, ela ajuda outras mulheres
É sempre inspirador testemunhar as pessoas superando os horríveis sofrimentos e tribulações que elas atravessam na vida. A força de ser capaz de transformar a vida e emergir de uma situação ruim e seguir em frente é algo extraordinário.
Coisas terríveis como a escravidão sexual acontecem nos Estados Unidos. Algumas mulheres perdem a capacidade de prosseguir em suas vidas após esse trauma, mas Shandra Woworuntu é uma mulher forte.
Em 1998, aos 21 anos, Woworuntu perdeu seu emprego como analista financeira na Indonésia devido à crise bancária asiática. Não ter um emprego era inaceitável porque ela tinha uma garotinha para sustentar. Três anos depois, ela recebeu uma oferta de emprego que mudaria sua vida.
De acordo com a Pix11 News, quando Woworuntu tinha 24 anos, ela aceitou um trabalho temporário de seis meses anunciado como um cargo de garçonete nos Estados Unidos. Inesperadamente, um tipo de trabalho totalmente diferente começou quando ela foi apanhada por um homem chamado Johnny Wong no Kennedy Airport, no distrito de Queens, em Nova York.
“Eu vi o homem entregar um grande envelope de dinheiro para Johnny Wong”, lembrou Woworuntu. Wong tinha acabado de entregá-la a outro homem no Sheraton Hotel. Neste momento, Woworuntu adentrou o mundo do tráfico humano.
Ela foi então embarcada para uma casa em Queens, onde ela e outras duas jovens foram colocadas no sótão e passaram por uma verificação de doenças de pele. Os homens exigiram que ela se despisse. Quando Woworuntu se recusou, uma arma foi colocada em sua testa.
Ela disse que um homem a transportou para um novo local e disse à madame da casa que ela estava pronta para trabalhar. Embora ela não quisesse seguir as instruções, ela viu algo que a fez perceber que teria de cumpri-las para sobreviver.
“Eu vi o segurança com um bastão de baseball”, disse Woworuntu à PIX11. “Eu vi uma menina pequena, de 12 ou 13 anos, espancada por outro gangster.”
Ela disse que tinha que fazer o que quer que os clientes desejassem. “A cada 45 minutos, fui vendida por US$ 120 a US$ 350”, disse Woworuntu.
Alguns meses depois, quando descobriu que ela seria enviada para outra cidade para “trabalhar”, ela reuniu a força que ela possuía junto com o dinheiro que ela tinha guardado e decidiu que era hora de fugir. E com este seu “pulo do gato”, em 2001, conquistou sua liberdade.
Woworuntu explicou que ela ouviu que ela estaria sendo enviada para “trabalhar” em Boston. Ela não teve um bom pressentimento disso, então ela escapou. Ela e uma menina de 15 anos pularam da lage de uma termas do segundo andar de uma propriedade no Brooklyn.
Embora tenha escapado, ela acabou nas ruas, porque tinha pouco dinheiro e ninguém para ajudar a cuidar dela. Ela disse que ficou desabrigada até que um oficial da Marinha a avistou e ligou para o FBI.
Desde então, Woworuntu tem reconstruído sua vida, e agora é uma advogada internacional e líder na luta contra o tráfico de seres humanos.
Shandra Woworuntu and Chris Heuertz spoke about Mentari’s establishment in Omaha #BigOmaha. Shandra Shared about her story, life and her dream. #passion #compassion #goal
Posted by MENTARI on Sunday, May 21, 2017
Woworuntu se casou e teve um filho, mas contou a PIX11 que seu marido era abusivo e se divorciaram.
Os tempos difíceis pelos quais esta mulher passou a estimularam a ajudar outras mulheres que passaram pelas mesmas coisas. Ela fundou uma organização chamada Mentari, com sede em Nova York, que ajuda os sobreviventes do tráfico sexual a se reintegrarem na sociedade.
Ela não só é a conferencista principal como treina agentes da lei, advogados, assistentes sociais, médicos e empresas e também instrui estudantes universitárias em todo o país e internacionalmente.
E, por sua digna jornada e heroico trabalho, ela acabou de ser agraciada com o National Honoree of L’Oreal Woman Of Worth 2017.
Conheça sua história abaixo (alguns espectadores podem achar alguns detalhes perturbadores):