Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A fixação insalubre em smartphones entre adolescentes tem sido associada à depressão, ansiedade e insônia, segundo dois estudos.
Pesquisadores do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência (IoPPN) do King’s College de Londres avaliaram dois grupos de adolescentes, com idades entre 13-16 e 16-18 anos.
Os estudos analisam padrões de comportamento entre os adolescentes, descritos como “uso problemático de smartphones” (PSU, na sigla em inglês).
Os sintomas incluem sentir-se angustiado quando o telefone não está disponível, dificuldade em controlar o tempo gasto no telefone e usar o dispositivo por mais tempo sem se sentir satisfeito.
Mais de 18% dos jovens de 16 a 18 anos e 14,5% dos adolescentes de 13 a 16 anos relataram sintomas de PSU, com uma prevalência maior entre as meninas.
Jovens com PSU têm mais probabilidade de enfrentar problemas de saúde mental do que seus pares sem os sintomas.
Os entrevistados do grupo mais velho, que relataram a condição, eram duas vezes mais propensos a experimentar ansiedade em comparação com aqueles que não relataram.
No grupo mais jovem, quase metade com PSU relatou sintomas de ansiedade, em comparação com 26,4% sem PSU.
“Revelando a ligação entre o uso problemático de smartphones e a piora da saúde mental, e demonstrando que os jovens estão cientes desse problema e estão ansiosos para gerenciar seu uso, esses estudos destacam a necessidade de intervenções baseadas em evidências para ajudar os adolescentes a lidar com comportamentos difíceis em torno do uso de smartphones”, disse Ben Carter, professor de estatísticas médicas do King’s IoPPN.
Os pesquisadores também fizeram uma distinção entre PSU e o tempo de tela, descrito como o número de minutos gastos no smartphone.
O tempo de tela não foi associado à ansiedade ou depressão em adolescentes de 16 a 18 anos, mas foi diretamente relacionado ao aumento da insônia.
Os adolescentes mais velhos que relataram PSU passaram mais tempo usando TikTok e Instagram, em comparação com aqueles sem PSU. Houve pouca diferença no uso de WhatsApp, jogos em geral ou uso geral da internet, segundo os estudos.
Implorar por ajuda
As descobertas, publicadas nas revistas Acta Paediatrica e BMJ Mental Health, também relataram que um em cada oito jovens deseja ajuda para reduzir o uso de smartphones.
Adolescentes que relataram PSU eram cinco vezes mais propensos a pedir ajuda para diminuir o uso de smartphones do que seus colegas sem PSU.
“A boa notícia é que os adolescentes são reflexivos e têm uma visão perspicaz sobre seu uso—eles entendem que os smartphones trazem desvantagens, assim como benefícios”, disse Nicola Kalk, autora sênior dos estudos.
Muitos jovens têm tomado medidas ativas para reduzir o uso de smartphones, como colocar o dispositivo no modo silencioso, desativar notificações. Alguns colocam seus telefones em outro quarto na hora de dormir.
Restringir o acesso a aplicativos específicos, usar uma caixa trancada durante a revisão e ativar o “modo escala de cinza” para remover as cores da tela foram consideradas as estratégias menos eficazes.
“Esperamos que essas descobertas incentivem pais e responsáveis a conversar com seus adolescentes sobre o uso de smartphones, reconhecendo tanto os benefícios quanto os malefícios, e permitindo que explorem as razões pelas quais seu adolescente pode querer reduzir o uso, bem como as ferramentas mais eficazes para fazê-lo”, afirmou Kalk.
Restrições
Pesquisadores descobriram que quando os pais restringem o uso de smartphones, isso aumenta a tensão familiar e é contraproducente. Uma das recomendações foi manter discussões abertas com as crianças sobre os malefícios e benefícios dos smartphones.
O estudo da Acta Pediatrica disse que as escolas, assim como os pais, deveriam procurar resolver o uso problemático de smartphones.
De acordo com o plano do governo anterior, os smartphones deveriam ser proibidos nas escolas de toda a Inglaterra.
A medida alinharia a Inglaterra com as tomadas por outros países, incluindo França, Itália e Portugal.
Os conservadores também estavam considerando proibir a venda de smartphones para menores de 16 anos.
O primeiro-ministro, Sir Keir Starmer, disse que a proibição “não era uma boa ideia” e não era um “caminho prático a seguir”.
O líder trabalhista disse no mês passado que “sentaria com qualquer pessoa para ver como implementaremos melhores proteções” para ajudar pais e filhos.
PA Media contribuiu para este artigo.