Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Um único teste genômico que pode detectar virtualmente qualquer patógeno infeccioso no corpo humano mostrou uma taxa de sucesso de 86% no diagnóstico de infecções neurológicas, de acordo com um estudo de uma década na Universidade da Califórnia–São Francisco (UCSF), publicado na terça-feira na Nature Medicine.
Este teste, que recebeu recentemente o reconhecimento da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, pode potencialmente melhorar o tratamento para infecções neurológicas, como meningite e encefalite, e acelerar a detecção de novas ameaças de pandemia viral.
Como a tecnologia funciona
Enquanto a maioria dos outros testes pode detectar apenas um ou alguns patógenos por vez, este novo pode detectar todos os patógenos presentes analisando o material genético em uma amostra do paciente. Isso também permite que o teste observe a quantidade de vários patógenos na amostra para prever a gravidade da doença e ajudar a restringir rapidamente o patógeno alvo.
A tecnologia foi desenvolvida inicialmente para analisar o líquido cefalorraquidiano (LCR), o fluido que envolve o cérebro e a medula espinhal, usando uma poderosa técnica de sequenciamento genômico chamada sequenciamento metagenômico de última geração (mNGS). Desde então, ele foi realizado em milhares de pacientes com sintomas neurológicos inexplicáveis, tanto na UCSF quanto em outros hospitais do país.
Em um estudo relacionado publicado na terça-feira na Nature Communications, os pesquisadores descreveram como automatizaram o processo mNGS para identificar patógenos causadores de pneumonia no fluido respiratório.
Um teste abrangente
Essa inovação pode ser particularmente importante para doenças neurológicas, onde patógenos raros ou desconhecidos representam desafios diagnósticos significativos. Atrasos no diagnóstico podem afetar gravemente os resultados dos pacientes.
“Nossa tecnologia é enganosamente simples”, disse o Dr. Charles Chiu, professor de medicina laboratorial e doenças infecciosas na UCSF e autor sênior do estudo, em um comunicado à imprensa. “Ao substituir vários testes por um único teste, podemos eliminar o longo trabalho de adivinhação do diagnóstico e tratamento de infecções.”
Desde sua introdução, o teste demonstrou impacto no mundo real. Em um caso notável, resultados rápidos ajudaram a resolver uma infecção não diagnosticada em um jovem garoto de Wisconsin.
Entre 2016 e 2023, a equipe da UCSF analisou quase 5.000 amostras de LCR. Mais de 14% das amostras foram determinadas como infecções, e o novo teste identificou o patógeno 86% das vezes.
“Nosso teste mNGS tem melhor desempenho do que qualquer outra categoria de teste para infecções neurológicas”, disse Chiu no comunicado à imprensa.
Desenvolvimentos futuros
A tecnologia continua a evoluir, principalmente em testes respiratórios.
Embora o teste atual de LCR envolva mais de 100 etapas e leve de dois a sete dias para ser concluído, a nova versão respiratória visa resultados muito mais rápidos. “Nossa meta era ter todo o processo concluído em 12 a 24 horas, dando um resultado no mesmo dia ou no dia seguinte”, disse Chiu.
As descobertas de ambos os estudos mostram que o teste mNGS pode detectar vírus respiratórios que provavelmente causam pandemias, incluindo SARS-CoV-2, que causou a COVID-19, em cerca de um dia — mesmo com apenas pequenas quantidades do vírus presentes.
Os testes de CSF e mNGS respiratório já receberam a designação de dispositivo inovador do FDA. Essa designação permite que os fabricantes trabalhem com especialistas do FDA para resolver problemas que surgem durante a fase de revisão pré-comercialização do dispositivo.