Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Nos dias dourados, quando os deuses ainda se misturavam com os mortais e nem todas as ervas eram criadas iguais, a camomila reinava suprema, reservada para os grandes chefes egípcios.
Não era apenas um enfeite floral qualquer, mas uma verdadeira oferenda do próprio Deus Sol Rá, espalhada sobre múmias e templos. Sim, os Faraós eram cobertos com a erva, como se estivessem se preparando para um churrasco celestial.
Essa reverência não era apenas uma peculiaridade egípcia. Os anglo-saxões também tinham um carinho especial pela humilde flor, colocando-a na liga principal das ervas sagradas ao lado de companheiros ilustres como o funcho e a urtiga.
Eles bebiam infusão de camomila para afastar espíritos nefastos e banhar suas almas em alegria, talvez a versão antiga de um spa da felicidade.
Peter Rabbit bebia chá de camomila
Cruzando fronteiras e épocas com a facilidade de um viajante do tempo experiente, a camomila encontrou seu caminho no xerez espanhol, nos rituais romanos e até nas xícaras de chá de lendas literárias como Peter Rabbit e Tinker Bell—sim, até os pixies têm suas preferências.
O currículo da camomila ostenta uma impressionante gama de usos, combatendo desde a insônia até o escorbuto, sem dúvida. É o canivete suíço do mundo das plantas.
Até os jardineiros sussurram segredos para suas samambaias murchas sobre uma xícara de chá de camomila, talvez explicando o esplendor exuberante dos jardins do Palácio de Buckingham.
Nesse elenco botânico, duas variedades se destacam: a camomila alemã (Matricaria chamomilla), a favorita do público, e sua digna prima, a camomila romana ou inglesa (Chamaemelum nobile).
Seja em chás, cápsulas ou pomadas, a camomila continua a acalmar as massas, provando que algumas lendas simplesmente não se aposentam.
É um coringa botânico
Pode-se pensar que a camomila, essa florzinha modesta, atuava como um médico medieval, dada sua longa lista de créditos medicinais.
Por séculos, esse curinga botânico tem enfrentado uma cavalcade de doenças, desde as triviais até as torturantes—gota, ciática e o sempre incômodo eczema, sem mencionar os dramas diários de úlceras e hemorroidas.
Realmente, o currículo da flor se parece mais com uma enciclopédia médica do que com um perfil de planta.
Infecções oculares, problemas gastrointestinais e manchas de catapora podem se beneficiar da camomila
Externamente, é uma panaceia por si só, lidando com tudo, desde infecções de ouvido até as indignidades da assadura de fralda.
Ora, até entra na área cosmética, tratando de mamilos rachados e das irritantes manchas de catapora.
A camomila não hesita diante de infecções oculares ou inflamações de um nariz escorrendo.
E não podemos esquecer seu papel em acalmar os dramas do palco gastrointestinal—flatulência, náusea e as misérias agitadas do enjoo.
Num tom mais tranquilo, este sedativo floral também se envolve na arte de acalmar a mente, lançando um feitiço sobre pesadelos e insônia.
E para os pequenos, é praticamente uma babá, cuidando de cólicas, crupe e febres infantis com um toque de avó.
A camomila pode até ajudar com osteoporose
Não contente em descansar sobre seus louros, a camomila até aventurou-se no negócio dos ossos.
No campo da osteoporose, está lançando suas pétalas na arena, incentivando as células osteoblásticas a entrar em ação.
Um toque antiestrogênico, talvez insinuando um caso com receptores de estrogênio, embora o júri ainda esteja deliberando sobre sua estreia clínica completa.
Ainda assim, com todos os seus talentos, a camomila não é para todos. Alguns poucos podem se encontrar espirrando e chiando ao seu toque, especialmente aqueles pobres coitados que já evitam o ambrósia ou amaldiçoam os crisântemos.
O que a camomila não pode fazer? Bem, além de não se preparar sozinha, é difícil dizer!