Por Agência EFE
Miami, 4 set – Cirurgiões vasculares da Escola de Medicina Miller, da Universidade de Miami, advertiram que uma trombose pode ser um indicador “precoce” de infecção em um paciente com Covid-19.
Em um artigo recentemente publicado no “Journal of Vascular Surgery”, os cirurgiões descrevem o caso de um paciente de 67 anos que não tinha condições preexistentes e chegou ao hospital com grave descoloração no braço direito e dores na mão e no antebraço.
Outras investigações mostraram que ele tinha coágulos nas artérias do braço, o que levou à isquemia, ou perda do fluxo sanguíneo que ameaçava o membro, e ele logo testou positivo para o novo coronavírus.
“Este paciente tinha um problema agudo no braço, que incluía dor, prostração e fraqueza. Essa foi a principal razão pela qual ele veio ao hospital”, disse o professor assistente de cirurgia Tony Shao, em um comunicado divulgado pela Universidade de Miami.
“Descobrimos rapidamente que ele tinha Covid, embora (o paciente) tenha relatado apenas sintomas respiratórios leves”, acrescentou.
Embora a cirurgia tenha salvado o braço do paciente e a maior parte de sua mão, ele acabou ficando semanas em um respirador antes de receber alta do hospital.
“Em estudos de autópsia de pacientes que morreram de coronavírus, os médicos descobriram que o vírus causa microtrombose, particularmente nos capilares dos alvéolos pulmonares. No entanto, os bloqueios descritos no estudo foram encontrados em uma artéria de tamanho médio”, disse Shao.
Segundo a Universidade de Miami, os autores publicaram este caso para alertar as pessoas que encaram a Covid-19 simplesmente como uma doença respiratória.
Em particular, os médicos deveriam estar alertas para infecções por Covid-19 quando os pacientes têm isquemia aguda de membros e nenhum fator de risco, ainda de acordo com a instituição.
“As pessoas estão começando a perceber que a Covid promove a hipercoagulabilidade”, observou o autor principal do estudo, Naixin Kang.
“Não sabemos exatamente qual é o mecanismo, mas agora ele está sendo reconhecido e estudado por diferentes sociedades médicas. Embora este seja certamente um vírus respiratório, temos que ter cuidado com a coagulação excessiva”, acrescentou.
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