Embora o talco seja amplamente utilizado em cosméticos e produtos de higiene, a discussão sobre sua segurança ganhou mais destaque após estudos sugerirem uma possível ligação entre o uso do produto na região genital e o desenvolvimento do câncer de ovário.
O uso do talco como produto de higiene pessoal tem gerado controvérsias, principalmente em relação à sua possível associação com a doença.
Em 2006, a International Agency for Research on Cancer (IARC) classificou o talco contendo asbesto, um composto cancerígeno, como “carcinogênico para humanos”.
No entanto, é importante destacar que o talco disponível no mercado atualmente é rigorosamente livre de asbesto, o que diminui a preocupação com a presença dessa substância prejudicial à saúde.
Apesar disso, a ciência continua investigando os efeitos do talco. Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) em 2020 analisou a relação entre o uso do talco na área genital e o câncer de ovário.
Os resultados indicaram um pequeno aumento no risco entre as usuárias, mas a variação observada não foi considerada estatisticamente significativa, o que sugere que a diferença poderia ser fruto do acaso.
Outro estudo, envolvendo mais de 250 mil mulheres, também trouxe resultados inconclusivos, apontando um leve aumento no risco, mas sem estabelecer uma relação clara.
O National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, ainda considera que as evidências são inconsistentes para afirmar definitivamente que o talco cause câncer.
Com base nesses dados, especialistas alertam que não há provas suficientes para afirmar que o uso de talco na higiene íntima esteja relacionado diretamente ao câncer de ovário.
No entanto, recomenda-se prudência, especialmente para pessoas que fazem parte de grupos de risco, e a busca por alternativas caso haja preocupações.