Suplementos alimentares podem reduzir riscos de doenças não transmissíveis, diz estudo

Por Agência de Notícias
19/10/2024 00:36 Atualizado: 19/10/2024 00:36

O uso de suplementos alimentares pode atenuar fatores de risco de doenças não transmissíveis (DNTs), como problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2, síndrome do intestino irritável, deficiência cognitiva e demência, revelou um estudo da Associação Latino-Americana para o Autocuidado Responsável (ILAR).

A pesquisa, baseada em evidência científica (estudos clínicos de vários tipos de protocolos, como meta-análise) da suplementação de do uso dos suplementos alimentares com ômega-3, fibras solúveis, probióticos, cromo e vitaminas B (B6, B9 e B12), também destaca que o consumo desses compostos, a adoção de estilos de vida saudáveis e a prática do autocuidado podem ter um efeito positivo tanto na saúde geral das pessoas quanto na sustentabilidade econômica dos sistemas de saúde.

Segundo o Fórum Econômico Mundial e Harvard, 2011 – OPAS/OMS, estima-se que as doenças não transmissíveis custarão à economia global mais de US$ 30 trilhões de dólares no período de 2011 a 2030.

Além disso, de acordo com dados do Programa Mundial de Alimentos, aproximadamente 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem de deficiências de micronutrientes e, na América Latina, 25% da população não tem acesso regular a uma dieta saudável.

Impacto econômico

Diante desse contexto, o relatório, intitulado “O valor econômico e social do autocuidado por meio do uso de suplementos alimentares na América Latina”, apontou a suplementação o uso dos suplementos alimentares com ômega-3 EPA + DHA, nos níveis de ingestão recomendados pela evidência, pode reduzir prevenir, em média, mais de 96.000 eventos de doença coronariana por ano até 2030 na América Latina, gerando um impacto econômico de US$ 1,25 bilhão atribuído a casos dessas doenças em 2030.

Enquanto isso, o uso de suplementos alimentares com cromo, conforme o estudo realizado, coronariana relacionados ao diabetes tipo 2 em até 5%, impactando a economia dos sistemas de saúde da América Latina em até US$ 3,52 bilhões, em média, por ano entre 2022 e 2030.

Já a suplementação com vitaminas B6, B9 e B12, recomendados pela evidência, pode evitar aproximadamente 44.376 diagnósticos de demência durante o período de 2022-2030 e gerar uma economia de US$ 406 milhões para os sistemas de saúde, em média, por ano.

Por fim, os probióticos e as fibras solúveis poderiam reduzir o absenteísmo no trabalho causado por doenças como a Síndrome do Intestino Irritável (SII).

Apenas o consumo de fibras solúveis nos níveis de ingestão recomendados, em 258 milhões de horas produtivas até 2022, número que chega a 614 milhões de horas produtivas com o uso de probióticos, segundo as projeções.

Novos marcos regulatórios

Com base nesses dados, a ILAR defende a atualização dos marcos regulatórios de suplementos alimentares na América Latina, para que eles sejam reconhecidos dentro da categoria de alimentos e tenham seus benefícios nutricionais e fisiológicos claramente comunicados.

A associação afirmou que é fundamental que haja um compromisso regional por parte dos governos e em colaboração com profissionais de saúde, nutricionistas, acadêmicos, fornecedores de produtos de autocuidado e comunidades, para a formulação de políticas que incentivem o acesso e o uso adequado de suplementos alimentares.

“Essa abordagem integrativa é crucial para superar os desafios nutricionais e melhorar a saúde pública na região por meio de campanhas de saúde pública, iniciativas educacionais para promover uma nutrição equilibrada, e intervenções políticas e regulatórias que garantam a disponibilidade e o uso responsável de suplementos alimentares”, concluiu a ILAR.