Rússia exportará vacina nasal contra COVID-19 tomada por Putin

Vacina Sputnik V ainda não foi aprovada pela OMS após seus inspetores encontrarem problemas de fabricação

29/11/2021 17:50 Atualizado: 30/11/2021 04:23

Por Tammy Hung

O chefe de um fundo de investimento estatal russo, Kirill Dmitriev, afirmou em 24 de novembro, que a Rússia começará a venda da vacina nasal, Sputnik V, para outros países no próximo ano, de acordo com imagens televisionadas obtidas pela Reuters.

O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), responsável pela comercialização da vacina produzida internamente na Rússia para o exterior, realizou o anúncio após o presidente Vladimir Putin tomar a injeção de reforço da Sputnik na semana passada.

Putin recebeu sua primeira dose da Sputnik V em abril deste ano e foi reforçado com a Sputnik Light na semana passada.

Ele descreveu ter sido solicitado a inspirar e, em seguida, ser administrada a vacina por meio de uma seringa, em uma declaração à mídia estatal TASS.

O presidente também afirmou à TASS que se sentiu bem após o reforço. “Fui revacinado há duas horas. Eu não sinto nada. Estou em condições normais. Está tudo bem”, relatou ele.

“Exatamente seis meses após a vacinação, meus títulos de [anticorpos] protetores caíram e os especialistas recomendaram o procedimento de revacinação, o que eu realizei”, acrescentou Putin, de acordo com o The Hill.

A Sputnik V, uma vacina baseada em adenovírus recombinante de duas doses, com um intervalo de três semanas entre as doses, demonstrou ter 91,6 por cento de eficácia contra a COVID-19 em adultos com mais de 18 anos de idade, de acordo com um estudo de fevereiro do The Lancet.

Dos 16.427 no grupo da vacina, 45 relataram efeitos adversos graves, enquanto três morreram. No entanto, o Lancet concluiu que “nenhuma [das mortes] foi considerada relacionada à vacina”.

A Sputnik Light, que contém o primeiro componente da Sputnik V, é uma “vacina autônoma de aplicação única” declarada com mais de 80 por cento de eficácia contra infecções, de acordo com seu site.

Em 18 de novembro, o Statista estimou que quase 36% dos russos foram totalmente vacinados.

Embora 119.759.585 doses de vacinas tenham sido administradas na Rússia até 23 de novembro, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a distribuição da vacinação ainda está entre as mais baixas da Europa.

Diante do aumento dos casos da COVID-19 em outubro, Putin abordou a hesitação à vacina alertando contra a “doença e suas graves consequências”.

“Não consigo entender o que está acontecendo”, afirmou Putin. “Temos uma vacina confiável e eficiente. A vacina realmente reduz os riscos das infecções, complicações graves e morte”.

De acordo com a RDIF, o Ministério da Saúde da Rússia planeja registrar a vacina Sputnik V para adolescentes entre 12 e 17 anos.

A vacina Sputnik V ainda não foi aprovada pela OMS após seus inspetores encontrarem problemas de fabricação, em setembro, os quais interromperam o processo de aprovação.

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