Reveja sua dieta no dia mundial do diabetes

14/11/2015 00:01 Atualizado: 15/06/2019 01:03

Por Marina Dalila, Epoch Times

Dia 14 de novembro, o dia mundial do diabetes, é a maior campanha de conscientização contra o diabetes no mundo.  Até 2040, mais de 640 milhões de pessoas no mundo desenvolverão diabetes, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), anfitriâ da campanha, que revelou dados estarrecedores:

•  Uma em cada onze pessoas são afetadas pelo diabetes, chegando a 415 milhões de pessoas mundialmente;

•  Cerca de 46% dos adultos com diabetes não são diagnosticados;

• Por volta de 12% do orçamento mundial reservado à saúde é destinado ao diabetes (673 bilhões de dólares);

•  Uma em cada sete crianças no mundo são afetadas pelo diabetes gestacional;

•  Três quartos das pessoas com diabetes vivem em países de média à baixa renda;

•  Atualmente, já são mais de 542 mil crianças afetadas pelo diabetes tipo 1;

•  A cada 6 segundos uma pessoa morre em consequência do diabetes.

Segundo estudo realizado pela Dapx – consultoria em inteligência de mercado voltada para saúde, o Brasil possui cerca de 16 milhões de diabéticos. A pesquisa levou em conta os índices de riscos (médio, alto e muito alto), segundo o IBGE, sobre pacientes que possuem o diagnóstico de diabetes mellitus e também apresentam hipertensão arterial, uma das principais doenças associadas ao diabetes.

O que é diabetes?

Diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz suficiente insulina, assim como quando o corpo não consegue mais utilizar a insulina produzida de forma efetiva.

A insulina é um hormônio que regula o açúcar do sangue. Hiperglicemia, ou aumento do açúcar no sangue, é um efeito comum do diabetes descontrolado, que, com o passar do tempo, danifica seriamente vários sistemas do organismo, especialmente os sistemas nervoso e vascular.

A OMS – Organização Mundial de Saúde –  publicou em janeiro de 2015, que em 2014 cerca de 9% da população mundial acima de 18 anos é acometida pelo diabetes. Em 2012 o diabetes foi a causa direta da morte de mais de 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo.

Diabetes tipo I

O diabetes tipo 1 é caracterizado como sendo uma deficiência de produção de insulina, e requer administração diária da mesma. A causa do diabetes tipo 1 não é oficialmente conhecida e ainda não há como prevenir este tipo de diabetes atualmente.

Os sintomas incluem: produção excessiva de urina, sede, fome constante, perda de peso, alterações na visão e fadiga. Estes sintomas podem ocorrer repentinamente.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 resulta da utilização inefetiva de insulina pelo organismo. O diabetes tipo 2 abrange 90% das pessoas com diabetes no mundo, segundo a OMS, e é, geralmente, o resultado de excesso de peso, alimentação inadequada e inatividade física

Os sintomas são similares aos do diabetes tipo 1, mas são menos visíveis. Como consequência, a doença acaba sendo diagnosticada muitos anos depois   ter se instalado, e, muitas vezes, várias complicações no organismo já foram geradas. Até recentemente, este tipo de diabetes era visto somente em adultos, mas atualmente tem ocorrido em crianças também.

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Diabetes Gestacional

O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e é uma hiperglicemia com níveis sanguíneos de glicose acima do normal, mas abaixo daqueles diagnosticados em diabetes. Mulheres com diabetes gestacional possuem um risco aumentado de complicações durante a gravidez e durante o parto. Elas também têm um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

O diabetes gestacional geralmente é diagnosticado através do exame pré-natal, ao invés de ser descoberta em consequência de algum sintoma.

Pré-diabetes

Glicemia em jejum alterada

Também conhecida como pré-diabetes, esta é uma condição na qual o sangue de um paciente em jejum apresenta níveis de glicose superiores aos normais, mas não tão altos    para serem enquadrados na classificação como diabetes do tipo 2.

Ela ocorre quando muita glicose é liberada na corrente sanguínea e afeta o fígado. O fígado é o principal órgão responsável pela manutenção de um fornecimento adequado de glicose para o sangue, quando a pessoa não se alimenta por várias horas. Na glicemia em jejum alterada o fígado não responde normalmente ao hormônio insulina, sendo que esta situação é chamada de “resistência hepática à insulina” (“hepática” significa “do fígado’). Isso resulta em excesso de glicose no sangue ao acordar.

Tolerância à glicose diminuída

Esta condição é também conhecida como pré-diabetes. Neste caso, níveis de glicose no sangue são mais elevados do que o normal e maiores do que na glicemia em jejum alterada, mas ainda não tão alto para serem enquadrados na classificação como diabetes do tipo 2.

Isso ocorre quando a insulina produzida não funciona corretamente, ou não há insulina suficiente para atender a demanda, ou ainda numa combinação de ambos. O resultado pode ser um excesso de glicose no sangue durante todo o dia, após as refeições, ou ao acordar, ou também pode acontecer uma combinação de todos as três situações.

Consequências do diabetes

Com o passar do tempo, o diabetes pode danificar o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, rins e nervos. O diabetes aumenta o risco de doenças do coração e o derrame. Em um estudo multinacional, 50% das pessoas com diabetes morreram de doenças cardiovasculares. Uma combinação de fluxo sanguíneo reduzido e sistema nervoso afetado na região dos pés aumenta a chance de úlceras nos pés, infecções  e eventual amputação do membro. Este é o famoso caso de pé-do-diabético.

Cegueira é uma importante consequência do diabetes, que ocorre como resultado de uma danificação, a longo termo, nos pequenos vasos sanquíneos da retina. Um por cento da população mundial afetada pela cegueira foi por consequência do diabetes, de acordo com a OMS.

O diabetes está entre as maiores causas de falência dos rins.

A OMS informou que o risco de morte dentre as pessoas afetadas por diabetes é duas vezes maior do que entre as pessoas sem diabetes.

Prevenção do diabetes

Medidas gerais simples têm demonstrado serem efetivas em previnir ou retardar o diabetes tipo 2:

• Controlar e manter o peso ideal;

• Praticar exercícios físicos, com pelo menos 30 minutos por dia de atividades físicas sendo realizadas na maioria dos dias. Mais atividade é recomendada para controle do peso segundo a OMS;

• Alimentar-se de uma dieta saudável, com intervalos entre duas a três horas, no máximo, realizando pelo menos cinco refeições por dia. Ingerir de três a cinco porções de frutas e verduras, reduzindo o consumo de açúcar e gorduras.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do diabetes pode ser feito através de exame de sangue. O tratamento do diabetes envolve a diminuição dos níveis de açúcar no sangue, bem como de outros fatores de risco que danificam o sistema vascular, como a pressão sanguínea, por exemplo. Parar de fumar é muito importante para evitar complicações.

Intervenções bastante acessíveis incluem:

• Controle da glicose sanguínea. Pessoas com diabetes tipo 1 necessitam de insulina e pessoas com diabetes tipo 2 podem receber tratamento oral ou com insulina;

• Controle da pressão sanguínea;

• Cuidado com os pés.

É também importante fazer exames oculares para evitar cegueira, exames de colesterol e exames para verificar o andamento da saúde dos rins.

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Consultas de nutrição cobertas pelos planos de saúde

O cuidado integral com o paciente diabético abrange consultas regulares com o nutricionista. Para os que possuem planos de saúde, a regulamentação dos procedimentos é realizada pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que padronizou o número de consultas de Nutrição segundo alguns critérios. Seguem abaixo o número de consultas de acordo com critérios específicos (em negrito aqueles  relacionados diretamente com o tratamento do diabetes):

i. Cobertura mínima obrigatória de 18 sessões por ano de contrato, para pacientes com diagnóstico de Diabetes Mellitus em uso de insulina ou no primeiro ano de diagnóstico.

Cobertura de até 12 consultas/sessões por ano para as seguintes condições:

• Para crianças com até 10 anos com risco nutricional, ou seja, baixo peso ou peso elevado (< percentil 10 ou > percentil 97 do peso/altura);

• Para jovens entre 10 e 16 anos em risco nutricional, ou seja, baixo peso ou peso elevado (< percentil 5 ou > percentil 85 do peso/altura);

• Para idosos (maiores de 60 anos) em risco nutricional, ou seja, baixo peso (Índice de Massa Corpórea (IMC) <22 kg/m²);

• Para pacientes com diagnóstico de Insuficiência Renal Crônica;

ii. Para pacientes com diagnóstico de obesidade ou sobrepeso (IMC = 25 kg/m2) com mais de 16 anos;

• Para pacientes ostomizados;

• Para pós-cirurgia gastrointestinal.

Para todos os casos não enquadrados nos critérios acima, a cobertura mínima obrigatória é de 6 consultas/sessões de nutrição por ano de contrato.

A SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes –  estará realizando diversas atividades ao redor do país para conscientizar os brasileiros com relação à importância da mudança no estilo de vida, como o controle da alimentação e a prática de atividades físicas, que são capazes de prevenir e controlar o diabetes tipo 2, responsável por mais de 90% dos casos da doença, sendo o único tipo de diabetes que pode ser evitado. Os problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, são as maiores causas de mortalidade do diabético, o que pode ser evitado com a prevenção da doença.

Este ano, Qualidade de vida e o Diabetes é o tema escolhido pela SBD, que objetiva informar a população sobre o diabetes e o aumento de programas de prevenção, no intuito de se evitar ou retardar a doença. Por isso, como parte da campanha, vários estados vão promover atividades, como: medida da glicemia capilar, exames oftalmológicos e do pé diabético – para orientar a população nas medidas que devem ser tomadas. Confira a programação das cidades brasileiras que estão participando da campanha neste link:

www.diamundialdodiabetes.org.br