Pesquisadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, descobriram que medicamentos utilizados no tratamento de próstata aumentada podem ter um efeito neuroprotetor, reduzindo o risco de doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer. Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Neurology.
O estudo revela que medicamentos como terazosina, doxazosina e alfuzosina, além de tratar a hipertrofia prostática benigna, também aumentam a produção de energia nas células cerebrais, o que pode prevenir o desenvolvimento de doenças como Parkinson, Alzheimer e Demência com Corpos de Lewy (DLB).
O estudo observacional analisou dados de mais de 643 mil homens e concluiu que quem utilizava esses medicamentos apresentou 40% menos risco de desenvolver DLB — condição neurodegenerativa que causa demência e declínio cognitivo rápido.
O efeito observado é atribuído ao aumento da produção de energia nas células cerebrais, algo que pode proteger o cérebro contra os danos causados por essas doenças.
Professor assistente de medicina interna da Universidade de Iowa e um dos líderes da pesquisa, Jacob Simmering destacou que os resultados são promissores, visto que os cientistas encontraram o mesmo efeito neuroprotetor existente na doença de Parkinson.
Para Simmering, caso haja um mecanismo de proteção amplo, esses medicamentos podem ser usados para controlar ou prevenir outras doenças neurodegenerativas.
Embora os resultados sejam animadores, os pesquisadores alertam que o estudo foi observacional e não pode, por si só, comprovar uma relação causal entre os medicamentos e a redução das doenças.
O grupo planeja novos estudos para investigar se o efeito neuroprotetor também pode ser observado em mulheres, visto que a pesquisa foi realizada apenas com homens.
Apesar disso, a descoberta traz uma grande esperança para o futuro, já que, embora ainda não existam tratamentos capazes de impedir a progressão dessas doenças, a possibilidade de retardá-las oferece uma perspectiva promissora para milhares de pacientes.