Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Como reduzir o risco de câncer com uma rotina alimentar adequada?
O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo, com quase 10 milhões de pessoas morrendo de câncer em 2022.
Um estudo de 2008 publicado na Pharmaceutical Research, a revista oficial da Associação Americana de Cientistas Farmacêuticos, descobriu que apenas 5% a 10% de todos os casos de câncer são causados por defeitos genéticos, enquanto mais de 90% dos casos estão relacionados ao ambiente e ao estilo de vida; e 30% a 35% de todas as mortes por câncer estão relacionadas à dieta.
Zhang Weijun, nutricionista do Keji Nutrition Consultation Center, compartilhou suas percepções sobre a relação entre câncer e dieta, bem como recomendações de rotinas culinárias adequadas e hábitos de vida para reduzir o risco de câncer, no programa “Saúde 1+1” da NTDTV.
Cânceres múltiplos ligados à dieta
Pesquisas mostram o impacto que as escolhas alimentares podem ter sobre o risco de câncer, ressaltando a importância da nutrição na prevenção de doenças.
Câncer colorretal
O câncer colorretal é significativamente afetado pelos hábitos alimentares. Uma dieta pobre em fibras devido à baixa ingestão de vegetais, frutas e grãos integrais pode levar à exposição prolongada do intestino a substâncias tóxicas, aumentando o risco de câncer colorretal.
O consumo excessivo de carne vermelha e processada também aumenta o risco de câncer colorretal. Carne processada (incluindo salsicha, presunto, bacon, carne enlatada, carne curada, carne enlatada) foi classificada como carcinógeno de nível 1 pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde. Embora seja confirmado que a carne processada causa câncer colorretal, sua ligação com o câncer de estômago ainda não está clara.
A carne vermelha (porco, boi e carneiro) é classificada como carcinogênica de Classe 2A pela IARC. A classificação baseia-se em alguns estudos que associam o alto consumo de carne vermelha a um risco maior de certos tipos de câncer, principalmente o câncer colorretal.
Carcinógenos de Classe 1 têm ligações bem estabelecidas com o câncer em seres humanos, enquanto os carcinógenos de Classe 2 baseiam-se em níveis variados de incerteza, sendo que os 2A têm evidências mais fortes do que os 2B.
Portanto, a palavra de sabedoria é “Não coma carne vermelha todos os dias” e, quando o fizer, lembre-se de comê-la com alimentos ricos em fibras, como vegetais e frutas para reduzir o risco de câncer.
Câncer de fígado
Em ambientes quentes e úmidos, o armazenamento inadequado de cereais, nozes e amendoins pode causar a produção de aflatoxinas. Classificado como um carcinógeno de nível 1 pela IARC, a aflatoxina, uma substância altamente venenosa, pode aumentar o risco de câncer de fígado.
Recomenda-se armazenar nozes e grãos não consumidos em recipientes fechados na geladeira ou secos em temperatura ambiente.
Câncer gástrico
O consumo de quantidades excessivas de alimentos salgados, como carnes curadas, peixes salgados e picles, pode danificar a mucosa gástrica e aumentar o risco de mutação celular que leva ao câncer. Ele também aumenta o crescimento de Helicobacter pylori, um tipo de bactéria no estômago, uma das principais causas de câncer gástrico.
Um estudo publicado na revista Gastric Cancer, que acompanhou mais de 470.000 pessoas por cerca de 11 anos, descobriu que aqueles que adicionam sal extra às refeições regularmente têm um risco 41% maior de câncer gástrico em comparação com aqueles que raramente ou nunca o fazem.
Câncer de mama
Um estudo publicado na PNAS em maio descobriu que uma dieta rica em gordura é um fator de risco significativo para a progressão do câncer devido ao seu efeito destrutivo na microbiota intestinal.
Uma pesquisa abrangente descobriu que uma maior ingestão de gordura total e gordura saturada estava associada a um maior risco de câncer de mama.
Cânceres relacionados à obesidade
Uma dieta sem restrições que leva à obesidade aumenta o risco de mais de 10 tipos de câncer, incluindo os cânceres de esôfago, fígado, rim, gástrico, colorretal, próstata, mama, vesícula biliar e ovário.
A obesidade não apenas contribui para o início e a disseminação do câncer, mas também piora o prognóstico de muitos cânceres.
4 hábitos que aumentam o risco de câncer
Zhang destacou que vários hábitos podem aumentar significativamente o risco de câncer:
Mastigar noz de areca (risco de câncer bucal)
A noz de areca, que contém arecolina como seu principal ingrediente ativo, é classificada como carcinogênica de Classe 1 pela IARC. Embora seja mascada por seus efeitos psicoativos leves, ela irrita e danifica continuamente a mucosa oral, podendo causar câncer. As alternativas para um efeito refrescante incluem tomar café, mascar chiclete ou usar um bastão de hortelã-pimenta.
Ingestão de bebidas muito quentes (risco de câncer de esôfago)
Bebidas acima de 65 graus Celsius são classificadas como carcinogênicas de Classe 2A pela IARC.
As bebidas superaquecidas podem danificar e irritar as células do esôfago, e a exposição repetida pode aumentar o risco de câncer. Sempre deixe o chá ou a sopa quentes esfriarem antes de consumi-los.
Comer alimentos mofados (risco de câncer de fígado)
Alimentos mofados contêm carcinógenos como mofo e aflatoxinas.
Evite frutas com casca mofada, pois o mofo pode penetrar no interior. É melhor comer alimentos cozidos em um ou dois dias para evitar o crescimento de mofo.
Consumo de álcool (risco de câncer do trato digestivo)
O álcool é classificado como carcinogênico de Classe 1 pela IARC. Mesmo pequenas quantidades consumidas por longos períodos podem aumentar o risco de câncer. O álcool é um fator de risco para vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, colorretal, gástrico, hepático, pancreático e esofágico.
Coma antes e durante o consumo de álcool, principalmente vegetais e frutas. A alternância com bebidas não alcoólicas também pode ajudar a reduzir o impacto do álcool no organismo.
Melhores métodos de cozimento para reduzir o risco de câncer
Técnicas de cozimento adequadas ajudam a manter a nutrição e a reduzir o risco de câncer. Zhang sugere:
Limite o tempo de cozimento
O cozimento prolongado pode reduzir os nutrientes. O foco aqui é garantir que os diferentes ingredientes estejam totalmente cozidos. Para isso, siga a sequência de adicionar primeiro os alimentos de cozimento lento, seguidos pelos itens de cozimento rápido, como os vegetais.
Evite frituras em altas temperaturas
A graxa, quando exposta a altas temperaturas, tende a produzir fumaça oleosa, que também é um carcinógeno de Classe 2A e pode aumentar o risco de câncer de pulmão. Recomenda-se optar por frituras em fogo médio-baixo, cozimento a vapor ou fervura para reduzir as substâncias nocivas.
Minimizar comidas grelhadas e a fritura
Altas temperaturas superaquecem as proteínas e podem produzir carcinogênicos Classe 2B como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.
Evite queimar a carne, limite o consumo de carne grelhada e combine-a com legumes e frutas.
Seja cauteloso com alimentos ricos em amido
Fritar ou assar alimentos ricos em amido em temperaturas muito altas produz acrilamida, um agente carcinogênico Classe 2A.
Prevenção do câncer Hábitos de estilo de vida
Para ter um estilo de vida preventivo contra o câncer, Zhang sugere:
Mantenha uma dieta regular e equilibrada
Coma porções moderadas regularmente, com ênfase em vegetais e frutas. Comer em excesso sobrecarrega o trato digestivo, podendo levar ao refluxo gastroesofágico ou a úlceras gástricas, precursores do câncer.
Gerenciar o peso corporal
A obesidade aumenta o risco de mais de 10 tipos de câncer. Reduza os alimentos com alto teor de gordura e açúcar e aumente a ingestão de frutas e vegetais para controlar o peso e minimizar a inflamação crônica de baixo grau.
Limite os alimentos para viagem
As refeições para viagem geralmente contêm alto teor de calorias, gorduras e açúcares, aumentando os riscos de obesidade e câncer. Além disso, os utensílios de plástico associados à mesa podem ser prejudiciais à saúde.
Priorizar a saúde física e mental
Sono adequado, exercícios regulares e manutenção de um humor positivo positivo apoiam a função imunológica adequada.
Uma meta-análise de 2020 constatou que um estilo de vida saudável — incluindo dieta adequada, controle de peso, atividade física, consumo limitado de álcool e evitar o fumo — foi associado a um risco significativamente menor de incidência e mortalidade por câncer. As escolhas de estilo de vida mais saudáveis podem reduzir os riscos de vários tipos de câncer (incluindo bexiga, mama, cólon, endométrio, esôfago, rim, fígado, pulmão, reto e estômago) em 17% a 58%.