Relógios inteligentes, ou smartwatches, se tornaram itens indispensáveis para milhões de pessoas ao redor do mundo. Esses dispositivos multifuncionais não apenas mostram as horas, mas também monitoram batimentos cardíacos, registram atividades físicas e até reproduzem músicas.
No entanto, um estudo recente trouxe à tona uma preocupação que pode fazer muitos repensarem o uso desses acessórios: as pulseiras de alguns modelos podem conter substâncias tóxicas prejudiciais à saúde.
Pesquisadores da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, analisaram diversas pulseiras de smartwatches e descobriram concentrações preocupantes de produtos químicos conhecidos como PFAS (substâncias Per e Polifluoroalquiladas).
Esses compostos, também chamados de “químicos eternos” devido à sua resistência à degradação, são amplamente utilizados em materiais que precisam ser duráveis e resistentes à água, como as pulseiras feitas de fluoroelastômero — um tipo de polímero sintético fluorado.
Riscos associados às substâncias
Os pesquisadores detectaram o ácido perfluorohexanoico (PFHxA), um tipo de PFAS, em 22 pulseiras analisadas de diferentes marcas e faixas de preço.
Além do PFHxA, outras 20 substâncias químicas semelhantes foram encontradas, especialmente em modelos voltados para atividades físicas. O uso intensivo durante exercícios, combinado com o suor e a abertura dos poros, facilita a absorção dessas substâncias pela pele.
Entre os possíveis riscos à saúde estão danos hepáticos, alterações endócrinas e problemas no desenvolvimento. O PFHxA, por exemplo, pode se acumular no sangue ao longo do tempo, potencializando esses efeitos adversos.
Para piorar, muitos consumidores desconhecem que suas pulseiras podem conter esses compostos, já que informações detalhadas sobre a composição nem sempre são evidentes nos anúncios.
Como se proteger?
Embora mais estudos sejam necessários para determinar o impacto a longo prazo do uso dessas pulseiras, os especialistas recomendam que, se o seu smartwatch utiliza fluoroelastômero, vale a pena considerar a troca por pulseiras feitas de silicone ou outros materiais menos tóxicos.
Produtos de silicone, além de serem mais acessíveis, não apresentaram as mesmas concentrações de PFAS durante a pesquisa.
Antes de adquirir ou substituir uma pulseira, é essencial verificar as especificações do material no site do fabricante ou na embalagem do produto.
Um gesto simples pode evitar uma exposição desnecessária a essas substâncias químicas.
Fique atento à composição dos acessórios que você usa diariamente — sua saúde agradece.