Pesquisadores solicitam a interrupção das vacinas contra a COVID-19 para mulheres grávidas após reanálise de estudo do CDC

Pfizer afirma no rótulo da vacina que os dados disponíveis sobre a vacinação “administrada a mulheres grávidas são insuficientes para informar os riscos associados à vacina na gravidez”

04/11/2021 23:34 Atualizado: 04/11/2021 23:34

Por Zachary Stieber

Dois pesquisadores disseram que os países devem suspender a administração de vacinas contra a COVID-19 em mulheres grávidas e lactantes após reanalisar um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O estudo em questão, publicado no New England Journal of Medicine em abril, tem sido usado pelo CDC e agências de saúde em outros países para justificar as recomendações de vacinação para mulheres grávidas e novas mães.

“Um estudo nos EUA com mais de 35.000 mulheres grávidas que receberam uma vacina de mRNA contra a COVID-19 mostrou que os efeitos colaterais após a vacinação foram muito semelhantes nas mulheres grávidas em comparação com as que não estavam”, afirma o governo australiano em um guia (pdf) para a vacinação contra a COVID-19 em mulheres.

O estudo, porém, foi corrigido no mês passado, depois que preocupações foram levantadas por um pesquisador na Bélgica. Cientistas do CDC reconheceram que deveriam ter deixado claro que não podiam calcular com precisão uma estimativa de risco para abortos espontâneos porque os dados de acompanhamento ainda não estavam disponíveis para a maioria das mulheres.

A correção resolveu alguns dos problemas, mas ainda há outros, de acordo com o Dr. Simon Thornley, professor sênior da Seção de Epidemiologia e Bioestatística da Universidade de Auckland, e a Dra. Aleisha Brock, outra pesquisadora da Nova Zelândia.

“As conclusões do artigo não mudaram substancialmente, mesmo com as preocupações advindas de nossa reanálise, a qual trata da exposição precoce à vacina na gravidez, indicando risco substancialmente aumentado”, afirmou Thornley ao Epoch Times por e-mail .

Thornley e Brock reanalisaram os dados e calcularam que a incidência de abortos espontâneos no primeiro trimestre foi de 82% a 91% em um artigo (pdf) publicado pela Science, Public Health Policy and the Law.

Das 827 gestações relatadas por meio do registro V-Safe, operado pelo CDC, 712 resultaram em nascimento. Quase todos eles estavam entre as mulheres que foram vacinadas no terceiro trimestre. Das outras gestações, 104 resultaram em aborto espontâneo. No qual a maioria ocorreu antes das 13 semanas de gestação.

Usando dados do estudo e várias estimativas, os pesquisadores da Nova Zelândia calcularam que o aborto espontâneo ocorreu em 81,9 por cento a 91,2 por cento das mulheres que foram vacinadas antes das 20 semanas de gestação.

“Questionamos as conclusões do Shimabukuro et al., um estudo que apoia o uso da vacina de mRNA no início da gravidez, agora sendo rapidamente incorporado em muitas diretrizes internacionais para o uso das vacinas, incluindo na Nova Zelândia”, disseram os pesquisadores.

“A suposição de que a exposição do grupo no terceiro trimestre representa o efeito da exposição durante a gravidez é questionável e ignora a experiência anterior com drogas como a talidomida. A evidência de segurança do produto quando usado no primeiro e segundo trimestres não pode ser estabelecida até que esses grupos tenham sido analisados pelo menos até o período perinatal ou à segurança a longo prazo determinada para qualquer um dos bebês nascidos de mães inoculadas durante a gravidez “, acrescentaram.

Observou-se, que a Pfizer afirma no rótulo da vacina que os dados disponíveis sobre a vacinação “administrada a mulheres grávidas são insuficientes para informar os riscos associados à vacina na gravidez”.

Os pesquisadores do CDC concluíram que suas descobertas não mostraram nenhum sinal óbvio de segurança entre as mulheres grávidas que receberam as vacinas Pfizer ou Moderna. Eles disseram que suas descobertas não representam necessariamente a posição do CDC, mas a agência possui links para o estudo em seu site e o usa para promover a vacinação em mulheres grávidas, e uma consulta enviada ao autor principal do estudo foi encaminhada a um porta-voz do CDC, que apontou para uma declaração de agosto sobre o estudo.

“Estamos cientes de que alguns dos dados foram usados ​​para calcular uma taxa maior de aborto espontâneo”, declarou a agência na época. “Este não é um cálculo apropriado com base nos dados disponíveis porque mais de 1.000 das gravidezes estavam em andamento e seus dados de desfecho não estavam disponíveis no momento do relatório. Cerca de 10–25% das gestações conhecidas terminam em aborto espontâneo. Os especialistas do CDC continuarão a estudar os efeitos da vacinação contra a COVID-19 em gestações e monitorar de perto quaisquer preocupações quanto a segurança”.

A porta-voz também se referiu a duas pesquisas sobre mulheres grávidas e vacinas contra a COVID-19 que foram publicadas desde então. Um era de pesquisadores do CDC que disseram que o risco estimado de abortos espontâneos após a vacinação estava dentro da faixa de abortos totais, independentemente da causa. O outro, de pesquisadores externos, estudou os dados do CDC e chegou a uma conclusão semelhante.

“Essas descobertas são tranquilizadoras e podem ajudar a informar as discussões sobre a vacinação contra a COVID-19 durante a gravidez entre as gestantes e seus provedores de saúde”, afirmou a porta-voz, acrescentando que “evidências crescentes sobre a segurança e eficácia da vacinação contra a COVID-19 durante a gravidez demonstram que o os benefícios de receber a vacina superam quaisquer riscos conhecidos ou potenciais”.

Hong Sun, o pesquisador na Bélgica que apontou o problema original com o estudo inicial do CDC e que levou a correção, relatou ao Epoch Times que não concordava com a reanálise de Thornley e Brock.

“Embora eu também sugira remover os 700 casos do dominador, também considero que tal equação não se sustente mais, ou seja, não é possível calcular uma taxa precisa de aborto espontâneo com os dados fornecidos, e esta visão é reconhecida pelo CDC. No estudo de acompanhamento [do CDC], uma taxa mais razoável é calculada e considero que é uma estimativa justa”, afirmou em uma mensagem pelo LinkedIn.

O CDC recomenda que mulheres grávidas tomem a vacina contra a COVID-19, com poucas exceções.

Thornley não tem tanta certeza. Ele afirma que os estudos não demonstram aumento no risco de se obter a vacina, mas há algumas dúvidas quanto à seleção dos participantes.

“Existem pelo menos algumas questões relacionadas à seleção de participantes que são um problema para estudos de controle de caso, em comparação com uma análise de grupo como a encontrada nos dados do CDC. Os dados que abordam esta questão de segurança, particularmente no que diz respeito à exposição às vacinas de mRNA no início da gravidez, são esparsos, a partir de evidências publicadas, e eu questionaria qualquer um que acredite que seja de alguma forma conclusivo”, declarou ao Epoch Times.

“Uma vez que o risco de morte ou casos graves após a infecção pela COVID-19 é geralmente extremamente baixo para pessoas mais jovens, incluindo aquelas que estão grávidas, alertamos contra o uso da vacina, dada a incerteza substancial que existe”, acrescentou.

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