Paciente com superfungo Candida auris morre em BH; Secretaria de Saúde diz que infecção não causou óbito

Por Redação Epoch Times Brasil
17/10/2024 21:55 Atualizado: 17/10/2024 21:55

Um homem diagnosticado com o superfungo Candida auris faleceu em Belo Horizonte na quarta-feira (16). Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), entretanto, o óbito não está relacionado ao diagnóstico, já que o paciente se encontrava em estado grave devido a um acidente de moto.

No total, quatro casos de infecção por C. auris foram registrados no Hospital João XXIII. Dentre os pacientes, dois já receberam alta, entre 20 de setembro e 2 de outubro, enquanto outro continua internado.

A SES-MG informou que ao todo 39 pacientes foram testados para o fungo, no Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias. Destes, 11 apresentaram resultados negativos, com dois ainda internados e 24 aguardando os resultados dos exames.

A pasta estadual enfatizou a alta transmissibilidade do Candida auris, que pode colonizar rapidamente a pele dos pacientes e o ambiente ao seu redor. “Assim, é de fundamental importância a prevenção de contato com casos suspeitos, sendo que esses leitos são mantidos isolados”, disse o órgão.

Fungo pode causar candidíase invasiva

O Candida auris é um fungo identificado pela primeira vez em humanos em 2009, no Japão. No Brasil, a primeira infecção foi registrada em Salvador, no ano de 2020. É conhecido por sua resistência aos medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida.

Estudos indicam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes ao fluconazol, anfotericina B e equinocandinas, dificultando o tratamento efetivo. 

Caso atinja a corrente sanguínea, o fundo pode se espalhar para outros órgãos e causar candidíase invasiva, uma infecção potencialmente generalizada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a taxa de mortalidade associada à candidíase invasiva varia de 29% a 53%, sendo especialmente preocupante em pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades.

As autoridades de saúde continuam monitorando a situação e reforçando as medidas de controle para evitar a propagação do superfungo. O alerta para a população é fundamental, especialmente em ambientes hospitalares, onde o risco de infecção é maior.