Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
As taxas de vacinação infantil estagnaram em todo o mundo em 2023, disse a ONU em um novo relatório, constatando que cerca de 2,7 milhões de crianças a mais não receberam vacinas em comparação com antes da pandemia de COVID-19.
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgado em 15 de julho focou nas vacinas contra o sarampo, bem como outras doenças alvo das vacinas infantis, como difteria, tétano e coqueluche.
No ano passado, cerca de 84% de todas as crianças pesquisadas, ou 108 milhões, receberam três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), segundo a OMS e a UNICEF. A taxa de 2023 foi a mesma da taxa de vacinação de 2022, afirmaram as agências da ONU, observando que a taxa de vacinação com DTP foi de 86% em 2019, um ano antes do início da pandemia.
O relatório constatou que o número de crianças que não receberam uma única dose da vacina DTP aumentou em 600.000 de 2022 para 2023, passando de 13,9 milhões em 2022 para 14,5 milhões em 2023.
Além desses números, cerca de 6,5 milhões de crianças em todo o mundo não receberam uma terceira dose da vacina DTP, que as agências da ONU dizem ser “necessária para obter proteção contra doenças” como bebês ou crianças pequenas.
Além das conclusões sobre a DTP, as agências da ONU também afirmaram que as taxas de vacinação contra o sarampo “estagnaram” em 2023, deixando cerca de 35 milhões de crianças em todo o mundo com “nenhuma ou apenas parcial proteção.”
Cerca de 83% das crianças em todo o mundo receberam sua primeira vacina contra o sarampo em 2023 através de serviços de saúde de rotina, enquanto a porcentagem de crianças que receberam uma segunda dose da vacina contra o sarampo foi de 74% no ano passado, de acordo com as agências da ONU.
“Esses números estão aquém da cobertura de 95% necessária para prevenir surtos, evitar doenças e mortes desnecessárias e alcançar as metas de eliminação do sarampo,” disse a OMS em um comunicado.
Surtos de sarampo surgiram em mais de 103 países nos últimos cinco anos, observaram as agências, afirmando que a “baixa cobertura vacinal” de 80% ou menos foi um “fator importante.” Noventa e um países que têm maior cobertura vacinal não relataram surtos de sarampo nos últimos cinco anos, constatou.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA enviaram no início deste ano um alerta de saúde sobre o aumento dos casos de sarampo em todo o mundo. Eles aconselharam que cidadãos americanos viajando para o exterior “devem estar em dia” com suas vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola, ou MMR.
“Muitos países, incluindo destinos de viagem como Áustria, Filipinas, Romênia e Reino Unido, estão enfrentando surtos de sarampo,” afirmou à agência na época.
Nos Estados Unidos, uma parte significativa dos casos de sarampo relatados até agora em 2024 está relacionada a um abrigo de imigrantes ilegais em Chicago, de acordo com o CDC. Cerca de 57 dos 167 casos relatados nos Estados Unidos este ano estão associados ao abrigo, afirmou.
Países atingidos pela guerra, em particular, viram um grande aumento no número de crianças não imunizadas em 2023, disseram funcionários das duas agências da ONU em uma coletiva de imprensa na semana passada, antes de divulgar os dados.
“À medida que os conflitos continuam a impactar crianças na região, Sudão, Iêmen e Síria abrigam quase 87% do total de crianças sem nenhuma dose na região, com o Sudão sozinho contribuindo com 42% dessas crianças sem nenhuma dose,” disse a UNICEF em um comunicado, observando que em Gaza e na Cisjordânia, o “impacto do conflito já começou a se mostrar” nas taxas de vacinação.
As agências da ONU afirmaram que houveram alguns pontos positivos. Por exemplo, houve cerca de 600.000 crianças sem “nenhuma dose” a menos na região africana em 2023 do que em 2022, e a cobertura da vacina contra o HPV, que protege contra o câncer cervical, também melhorou globalmente. A Ucrânia também viu uma melhoria nas vacinações em meio à sua guerra com a Rússia, disseram os funcionários.
A Reuters contribuiu para esta matéria.