Especialistas em vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendaram nesta terça-feira (28) que as doses de reforço contra a Covid-19 não sejam mais administradas à população que não esteja nos grupos de alto risco, dado o alto nível de imunização alcançado pelas populações em vários países.
A necessidade de uma dose de reforço, entre seis e 12 meses após a anterior, mantém-se apenas em grupos que incluem idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde, segundo explicaram hoje em coletiva de imprensa dois representantes do grupo de especialistas da OMS após suas reuniões, que aconteceram entre 20 e 23 de março.
Pela primeira vez, esses especialistas, do Grupo Assessor Estratégico de Especialistas em Vacinas (SAGE) da OMS, dividiram a população em três grupos de risco (alto, médio e baixo): a necessidade de novas doses de reforço permanece apenas para o primeiro, que inclui os três grupos mencionados acima.
“É um reflexo de que grande parte da população já está vacinada, foi infectada com a Covid-19, ou as duas coisas ao mesmo tempo”, afirmou Hanna Nohynek, presidente do SAGE.
Para pessoas com risco médio de Covid-19 (adultos com menos de 60 anos e crianças ou adolescentes com determinados problemas de saúde), o SAGE recomenda apenas uma primeira dose completa da vacina mais um reforço após o período necessário (algo que em muitos países já foi concluído em 2022).
Em relação ao grupo de baixo risco (crianças e adolescentes), o SAGE reconhece os benefícios que as vacinas e doses de reforço podem ter na sua prevenção, embora recomende reconsiderar sua imunização.
“Cada país deve considerar seu contexto específico ao decidir se deve continuar vacinando grupos de baixo risco, como crianças e adolescentes saudáveis, sem comprometer outras imunizações cruciais”, disse Nohynek.
Os especialistas também recomendam uma dose de reforço contra a Covid-19 seis meses ou mais após a anterior para mulheres grávidas.
Por outro lado, mostraram preocupação com a redução que a pandemia produziu nos programas de vacinação contra o sarampo, com cerca de 25 milhões de crianças afetadas, o que causou a menor taxa de cobertura desde 2008.
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