Mais de 50% dos americanos serão diagnosticados com uma doença ou distúrbio mental em algum momento de suas vidas. Felizmente, existe uma maneira eficaz, segura e barata de melhorar a saúde mental: a meditação.
Susan Gentile, uma enfermeira de Nova Jersey, recomenda fortemente a meditação como terapia para pessoas que sofrem de abuso de substâncias e problemas mentais.
Um paciente dela de 30 e poucos anos costumava ser deprimido e viciado em álcool. Após dois anos, procurou tratamento e foi orientado a começar a praticar meditação. Para a surpresa de Gentile, os efeitos positivos começaram a aparecer nas primeiras duas semanas. Depois disso, sempre que o paciente tinha vontade de beber, ele começava a meditar e se sentia muito tranquilo. A meditação se tornou sua terapia favorita.
A meditação pode melhorar nossa saúde mental de diferentes maneiras. Melhora a saúde psicológica, aumenta a satisfação com a vida e a vitalidade e regula as emoções.
A meditação é boa para a depressão?
Um estudo publicado no JAMA Psychiatry descobriu que a terapia cognitiva baseada em mindfulness, da qual a meditação é um componente, poderia atingir uma redução de 73% na recaída depressiva do que o placebo entre pacientes com depressão em remissão.
O neurotransmissor serotonina é um importante regulador do humor em nossos corpos, e sua deficiência pode levar à depressão. De acordo com um estudo, o nível de metabólitos da serotonina nas amostras de urina dos meditadores aumentou após a meditação, e os meditadores tinham um nível sustentado de serotonina bem acima daqueles que não meditavam.
Os efeitos benéficos da meditação sobre os sintomas da depressão também podem ser atribuídos à sua capacidade de alterar certas regiões do cérebro ligadas à depressão. Por exemplo, o córtex pré-frontal medial e a amígdala trabalham juntos para causar depressão, mas a meditação pode quebrar a conexão entre essas duas regiões cerebrais.
Além disso, uma revisão examinou 47 ensaios e descobriu que a meditação teve um efeito pequeno a moderado na melhora da depressão, ansiedade e dor física.
Outra revisão sistemática examinou 18 estudos e descobriu que a meditação ajudou a reduzir os sintomas de depressão em pacientes que sofrem de transtornos depressivos clínicos.
A meditação pode reduzir a ansiedade?
Uma meta-análise de ensaios controlados randomizados sobre meditação transcendental examinou 16 estudos e descobriu que a meditação pode reduzir a ansiedade, e o maior efeito foi alcançado naqueles com os níveis mais altos de ansiedade.
Outra meta-análise mostrou que a meditação está associada à diminuição dos sintomas de ansiedade.
De acordo com um estudo publicado no The Journal of Clinical Psychiatry, pacientes com transtorno de ansiedade generalizada (GAD) que participaram de um programa de redução do estresse baseado em atenção plena (MBSR), tiveram uma redução significativamente maior na ansiedade do que aqueles que participaram de um programa educacional de controle do estresse.
Praticar meditação também pode melhorar a insônia, o que pode diminuir a ansiedade. Em um estudo publicado no JAMA Internal Medicine, os participantes que praticaram meditação por seis semanas, duas horas por semana, experimentaram menos sintomas de insônia ou fadiga diurna do que os do grupo de controle. Outro artigo da revista Sleep sugere que a meditação pode ser uma opção de tratamento para pessoas que sofrem de insônia crônica.
Como a meditação ajuda a combater outras doenças mentais
Transtorno bipolar
A meditação provou ser eficaz na neutralização do transtorno bipolar, que é uma condição de saúde mental que causa mudanças extremas de humor com altos e baixos emocionais. Pode causar deficiências na cognição.
De acordo com um estudo, a terapia cognitiva baseada em mindfulness pode ser uma opção de tratamento do transtorno bipolar como adjuvante à medicação, pois pode melhorar o funcionamento cognitivo e a memória dos pacientes.
A causa exata do transtorno bipolar é desconhecida e há algumas evidências de que o desequilíbrio de neurotransmissores no cérebro – como serotonina, endorfina e dopamina – pode ser uma causa. Como mencionado anteriormente, a meditação pode aumentar os níveis de serotonina. Também pode ajudar a liberar mais endorfinas e aumentar a liberação de dopamina em 65%.
Além disso, os meditadores têm regiões cerebrais mais espessas – o córtex pré-frontal – associadas à atenção e ao processamento sensorial. Em um estudo pós-morte, foram encontradas reduções na densidade neuronal e glial do córtex pré-frontal em pacientes com transtorno bipolar.
Transtorno de estresse pós-traumático
Um paciente com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) foi direta ou indiretamente afetado por um evento traumático. É um transtorno mental debilitante que afeta de 7 a 8% dos adultos americanos, incluindo muitos veteranos militares.
De acordo com um estudo publicado na revista Military Medicine, a meditação transcendental pode ajudar os militares que sofrem de TEPT a melhorar seus sintomas. E após um mês praticando meditação, 83,7% dos participantes reduziram ou até eliminaram o uso de medicamentos psicotrópicos para tratar o TEPT. Entre os participantes do estudo que não meditavam, apenas 59,4% reduziram ou interromperam suas prescrições e 40,5% deles até aumentaram o uso de medicamentos psicotrópicos.
Esquizofrenia
A pesquisa mostrou que a meditação pode ajudar com a esquizofrenia. Um estudo mostra que a meditação leva a um melhor funcionamento psicossocial e melhora dos sintomas em pacientes esquizofrênicos.
Especificamente, cinco pacientes com histórico de esquizofrenia grave por mais de duas décadas experimentaram alucinações e sintomas delirantes significativamente reduzidos após oito meses de prática de meditação.
Os pesquisadores também propuseram vários mecanismos para os efeitos benéficos da meditação, incluindo mudanças na oscilação cerebral que podem levar a uma melhor integração da rede cerebral e reduzir as atividades anormais do cérebro.
Como a meditação reduz o nível de estresse
O estresse psicológico pode fazer com que o nível do “hormônio do estresse” cortisol aumente, o que pode levar ao aumento da ativação de citocinas inflamatórias ao longo do tempo.
De acordo com um estudo publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, um programa MBSR foi mais eficaz na redução da resposta inflamatória causada pelo estresse do que uma condição de controle bem pareada, na qual os participantes treinaram em uma intervenção de controle ativo para promover bem-estar.
Em outro estudo, os participantes do programa MBSR com transtorno de ansiedade generalizada aumentaram suas reduções nos marcadores de estresse.
Pesquisadores da Cleveland Clinic conduziram um estudo entre pessoas que trabalhavam em um ambiente movimentado. Depois de usar um programa de gerenciamento de estresse pela internet, principalmente baseado na meditação da atenção plena por um ano, os níveis de estresse dos participantes foram reduzidos em 31%.
Mesmo sessões curtas de meditação podem ajudar as pessoas a lidar com o estresse. Em um estudo, os participantes foram divididos em um grupo de meditação ou um grupo de estudo de poesia. Eles completaram uma tarefa de um desafio de estresse de avaliação social após três dias de sessões de meditação e estudo de poesia de 75 minutos. Como se viu, o grupo de meditação relatou sentir menos estresse psicológico.
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