Indivíduos que se exercitam exclusivamente nos finais de semana apresentam um risco semelhante de desenvolver demência leve em comparação àqueles com uma rotina de exercícios mais regular.
Essa conclusão é do recente estudo publicado no British Journal of Sports Medicine, que investigou a relação entre atividade física e saúde cognitiva, destacando como a prática de exercícios pode ajudar a prevenir distúrbios cognitivos.
A pesquisa baseou-se em dados do Estudo Prospectivo da Cidade do México, que monitorou a saúde de milhares de participantes ao longo do tempo.
A primeira fase foi realizada entre 1998 e 2004, seguida por uma reavaliação entre 2015 e 2019, envolvendo um total de 10.033 indivíduos com idade média de 51 anos.
Os resultados indicam que os “guerreiros de fim de semana”, que se exercitam em um ou dois dias, têm 13% menos probabilidade de desenvolver comprometimento cognitivo leve do que aqueles que não se exercitam.
“Descobrimos que o padrão de atividade física do atleta de fim de semana e o padrão de atividade física regularmente ativo estavam associados a reduções semelhantes nos riscos de demência leve após o ajuste para fatores de confusão”, concluíram os pesquisadores.
Essa tendência é consistente entre os sexos, e os riscos de demência para aqueles que se exercitam apenas uma ou duas vezes por semana são semelhantes aos de indivíduos que mantêm uma rotina regular de exercícios, com frequência mínima de três vezes por semana.
Essas evidências sugerem que sessões intensas de exercícios, mesmo que esporádicas, podem ser eficazes na redução dos riscos à saúde mental relacionados ao envelhecimento.
Os pesquisadores também levaram em conta fatores como idade, sexo, nível educacional e índice de massa corporal, confirmando que os benefícios do exercício concentrado nos fins de semana se mantêm, ressaltando que a falta de tempo não deve ser um impedimento para adotar hábitos que promovem a saúde cognitiva.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 milhões de novos casos de demência são diagnosticados anualmente, contribuindo para um total de mais de 55 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo.