Por Anastasia Gubin, Epoch Times
Um novo estudo afirma que a escovação mecânica dos dentes na ausência de flúor “não é suficiente para proteger contra as cáries”.
Essa foi uma afirmação do grupo de pesquisa liderada pelo Colégio Europeu de Gerodontologia e Geriatria Oral e John Wiley, em seu artigo intitulado “Higiene oral pessoal e cárie dentária: uma revisão sistemática de ensaios controlados aleatórios”. O estudo em si não analisa se o flúor é realmente eficaz. Ele só mostra que, quando se escova mecanicamente os dentes sem flúor, não há maior diminuição das cáries.
Em seguida, um cientista, ao revisar o artigo, acrescentou um comentário: “então o que se deve fazer para evitar essas cáries dentárias é usar flúor”.
“É muito importante desacreditar essa ideia de que se deve escovar os dentes para que não apodreçam. O que você deve fazer é usar flúor”, disse Damien Walmsley, assessor da Associação Odontológica Britânica e professor de Odontologia na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, segundo a revista Medical Daily.
Isso também foi aceito por Richard Niederman, dentista e professor na Universidade de Nova York, ao ver uma cópia do estudo, de acordo com o New York Times. “O que a pesquisa me diz é que a escovação de dentes é apenas um sistema de distribuição”.
De acordo com a publicação norte-americana divulgada na segunda-feira (6), a pasta de dentes anti-placa e branqueamento Tom’s of Maine, que não contém flúor, “foi listada como a segunda pasta de dentes mais vendida pela plataforma de compras online Amazon”. No entanto, Paul Jessen, gerente de marca da Tom’s of Maine, disse que acreditava que “os produtos que não contêm flúor que oferecemos não prometem esse benefício” para combater as cáries.
Jeff Davis, CEO da Sheffield Pharmaceuticals, que vende creme dental com e sem flúor, acha que já está “bastante estabelecida” a ideia de que é o flúor que ajuda a reduzir as cáries. Mas ele disse que algumas pessoas se preocupam com o efeito nocivo do excesso de flúor e, portanto, escolhem a pasta de dentes sem flúor.
Flúor na água, pasta de dentes ou nenhum
De acordo com uma análise publicada nos arquivos da Medical (em 2015) sobre a veracidade dos estudos que recomendam ou desaprovam o uso do flúor para combater cáries, os documentos carecem de segurança científica, “foram precipitados”, por isso “ainda há dúvidas”.
O estudo explica que na década de 1930, alguns cientistas alegaram que pequenas quantidades de flúor encontradas naturalmente na água podiam proteger os dentes contra o aparecimento de cáries, e eles então propuseram a ideia de adicioná-lo artificialmente ao abastecimento de água pública para atingir o mesmo efeito.
Desde então, deu-se início a um debate científico sobre se o flúor é eficaz na prevenção das cáries e se é prejudicial ou tóxico adicioná-lo à água e à pasta de dentes. Como resultado, uma maioria de dentistas afirma que isso é benéfico e que pode impedir a ocorrência de cáries, e uma minoria muito sólida mostrou seus efeitos adversos.
Na década de 1940 e início de 1950 uma série de estudos foram conduzidos para determinar se o flúor poderia ter efeitos nocivos. “A pesquisa demonstrou que a possibilidade de dano era pequena”, aponta a análise.
Começou-se a dizer que “a oposição foi assumida por pessoas com baixa reputação nas comunidades científicas, médicas e odontológicas”. No entanto, foram apresentados extensos estudos que não podem ser ignorados.
Ainda assim, “no início da década de 1950, as autoridades médicas, odontológicas e de saúde pública do Canadá e dos Estados Unidos apoiaram a fluoretação da água”, acrescenta o documento, observando que “algumas preocupações precoces sobre a toxicidade do flúor foram deixadas de lado”.
A análise de 2015 reconhece que nunca houve unanimidade em relação ao uso do flúor, e que os estudos apresentaram falta de segurança.
“Depois de mais de 70 anos de pesquisa, ainda há dúvidas sobre se a fluoretação da água funciona para evitar cáries nos dentes e se os riscos potenciais valem os benefícios. Embora a água fluoretada certamente tenha melhorado a saúde dentária de muitas crianças nas décadas de 1960 e 1970, os defensores do flúor talvez tenham sido muito apressados em declarar que a fluoretação da água de toda a comunidade era a melhor (ou única) solução para combater as cáries”.
“Um debate menos discordante poderia ter incentivado uma discussão mais aberta em que possíveis danos poderiam ter sido mais discutidos, bem como poderia ter sido tomado mais em conta as outras opções de fornecimento de creme dental com flúor”, concluiu a análise.