‘Não vemos nenhum benefício claro’: Suécia não recomenda vacinar crianças menores de 12 anos

Agência declarou que vacinas contra COVID-19 para crianças de 5 anos ou mais 'não devem ter um efeito importante na disseminação' do vírus

28/01/2022 14:50 Atualizado: 28/01/2022 14:50

Por Jack Phillips

O governo sueco se recusou, na quinta-feira, a recomendar a administração de vacinas contra a COVID-19 a crianças menores de 12 anos após determinar que haveria somente um pequeno benefício médico em fazê-lo.

A Agência de Saúde Pública da Suécia, em um comunicado à imprensa, afirmou que o benefício médico para uma criança de 5 a 11 anos que recebe uma vacina contra a COVID-19 é “atualmente pequeno”.

“Portanto, a autoridade para o período da primavera de 2022 não recomenda uma vacinação geral de crianças menores de 12 anos na Suécia”, afirmou o comunicado. “Continuaremos a acompanhar a questão”.

A agência declarou ainda que as vacinas gerais contra a COVID-19 para crianças de 5 anos ou mais “não devem ter um efeito importante na disseminação” do vírus do PCC (Partido Comunista Chinês) na Suécia.

“Como antes, durante a pandemia, as crianças correm um risco significativamente menor de desenvolver casos graves da COVID-19 em comparação com os adultos”, afirmou a agência. “Em geral, quanto mais jovem a criança, menor o risco”.

A Suécia registrou mais de 40.000 novos casos no dia 26 de janeiro, um dos números diários mais altos durante a pandemia, apesar dos testes limitados. Na quinta-feira, 101 pacientes com a COVID necessitaram de cuidados intensivos, bem abaixo dos mais de 400 pacientes durante a primavera de 2021.

“Com o conhecimento que temos hoje, com baixo risco de doenças graves para as crianças, não vemos nenhum benefício claro em vaciná-las”, afirmou a autoridade da Agência de Saúde, Britta Bjorkholm, em uma entrevista coletiva na quinta-feira.

O governo da Suécia estendeu, na quarta-feira, restrições que incluem horários de funcionamento limitados para restaurantes e um limite de público para locais fechados, por duas semanas, mas afirmou que espera removê-los no dia 9 de fevereiro

A recomendação ocorre junto com a afirmação do principal conselheiro da Casa Branca para a COVID-19, Anthony Fauci, que declarou em uma entrevista na quarta-feira, que acredita que crianças de 2 a 5 anos receberão pelo menos três doses da vacina contra a COVID-19 da Pfizer.

“Acontece que a outra dose, ou seja, o outro grupo, de 24 meses a quatro anos ainda não atingiu o nível de não inferioridade, então os estudos continuam”, afirmou Fauci, acrescentando que “parece que será um regime de três doses. Acho que não podemos prever quando veremos uma [autorização para uso emergencial] para isso, porque a empresa ainda está colocando os dados antes da FDA”.

Apesar da proclamação, Fauci admitiu que não “quer antecipar o que a [Food and Drug Administration] fará”.

Nos Estados Unidos, as crianças com menos de 5 anos são o único grupo da população que não é elegível para as vacinas contra a COVID-19. Atualmente, a Pfizer está realizando testes para avaliar suas vacinas em crianças menores.

A Pfizer não retornou imediatamente um pedido por comentários.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.

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