Música pode ajudar e também atrapalhar o desempenho na corrida, diz treinador

27/01/2014 10:14 Atualizado: 12/03/2018 12:18

Atualmente muitas pessoas não conseguem correr sem seus fones de ouvido. Movidos com muita música, as batidas sonoras são um incentivo a mais para a corrida. Mas praticar exercício físico com MP3 player nem sempre é tão bom.

A americana Cheryl Risse, por exemplo, 32 anos, foi atropelada por um trem enquanto treinava na Flórida. De acordo com jornal local, ela caiu na linha do trem e não escutou que a locomotiva estava perto. Cheryl estava com seu MP3 ligado e com o acidente teve suas duas pernas amputadas.

Segundo o treinador Nelson Evêncio, no Brasil também há casos de atropelamentos causados pela distração que a música nos leva. Esse tipo de acidente normalmente acontece em vias públicas ou em parques com muito movimento de bikes e carros, por exemplo, a Cidade Universitária, em São Paulo.

Por essa razão quase todos os treinadores não gostam que seus alunos corram com música. O treinador Marcos Paulo Reis acredita que, além disso, a música também prejudica o desempenho do atleta. “Num treino com mais qualidade você tem que se preocupar com coisas mais importantes. Do ponto de vista de segurança, você deve usar o MP3 em local abrigado. Fora isso você não deve usar. Isso porque você corre o risco de não reagir ao estímulo de uma buzina, por exemplo”.

O maratonista e também treinador, Adriano Bastos, concorda com Marcos Paulo, mas ele lembra que psicologicamente a música ajuda. “Numa competição a música pode acabar distraindo sim e atrapalhando, porque com a música não prestamos atenção ao ritmo e às passagens de quilometragem. Mas em treinos leves e treinos longos, a música acaba sendo um aliado psicológico”, revela.

Bastos ainda confessa que a música muitas vezes espanta a fadiga. “Eu ouço música correndo apenas em alguns treinos mais leves ou nas rodagens longas para dar uma distraída. Dependendo da música é como se você ligasse o botão de turbo, dá um aumento na adrenalina, você se empolga e começa a correr num ritmo mais forte, mas sem a sensação de cansaço”, diz.

Esse conteúdo foi originalmente publicado no site Catraca Livre