Gordura corporal pode ser um novo fator de risco para zumbido em homens, diz estudo

Um novo estudo ilustra o papel da composição corporal em ouvir ruídos que ninguém mais ouve. Aqui estão conselhos de especialistas para gerenciar a condição.

Por George Citroner
13/08/2024 09:47 Atualizado: 13/08/2024 09:47
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Um estudo recente encontrou uma ligação entre zumbido nos ouvidos em homens e gordura corporal—particularmente na área do tronco—desafiando as visões tradicionais sobre os fatores de risco da condição.

O zumbido, uma condição comum em que as pessoas ouvem sons que não existem, afeta cerca de 15% da população mundial.

Zumbido e composição corporal

O estudo, publicado na revista Scientific Reports, analisou dados físicos, ontológicos (relacionados à ciência das doenças do ouvido) e de composição corporal de 2.257 pessoas na nona Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição da Coreia, um sistema nacional de vigilância que avalia a saúde.

Após o controle de variáveis como idade e capacidade auditiva média, os participantes do sexo masculino com zumbido (tanto agudo quanto crônico) apresentaram porcentagens mais altas de gordura corporal total, especialmente nos braços, tronco e pernas, além de circunferências maiores da cintura.

Aqueles com zumbido crônico mostraram níveis significativamente mais altos de gordura no tronco, maior tamanho da cintura e menor massa muscular nas pernas. Essa associação não foi observada nas participantes do sexo feminino.

Usando as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), os pesquisadores definiram obesidade como 25% de gordura corporal para homens e 35% para mulheres. O estudo concluiu que a composição corporal estava “significativamente” associada ao zumbido nos homens, com a obesidade central ligada ao zumbido crônico. Segundo os autores, avaliar o risco de obesidade central também poderia melhorar a detecção precoce e a mitigação de riscos cardiovasculares em homens com a condição.

Outras descobertas do estudo

Incluíram-se as seguintes observações adicionais:

  •  O zumbido foi mais comum em homens (cerca de 12%) do que em mulheres (cerca de 7%).
  •  A hipertensão foi mais comum em pessoas com zumbido (cerca de 37%) do que naquelas sem a condição (cerca de 29%).
  •  Metade das pessoas com zumbido experimentou tontura, em comparação com apenas um terço daquelas sem a condição.
  •  Não houve diferença significativa nas taxas de diabetes entre os dois grupos.
  •  Pessoas com zumbido apresentaram pontuações mais altas em testes de depressão e ansiedade.

Essas descobertas sugerem que o zumbido está associado a vários outros fatores de saúde e estilo de vida, especialmente nos homens.

Causas do zumbido

Pessoas com zumbido podem ouvir sons como zumbidos, chiados ou outros ruídos com intensidades variadas em um ou ambos os ouvidos.

As causas variam desde o consumo excessivo de cafeína ou sal até tumores cerebrais, conforme explicou Suzanne Finkel, uma audiologista e professora da Sacred Heart University, ao Epoch Times.

O zumbido tem três tipos principais:

  •  Subjetivo: mais comum; sons ouvidos apenas pelo indivíduo afetado.
  •  Objetivo: raro; detectável durante exames de ouvido.
  •  Pulsátil: produz um som rítmico que coincide com os batimentos cardíacos.

Embora a perda auditiva relacionada à idade e a induzida por ruído sejam as causas principais, outros fatores incluem infecções de ouvido, acúmulo de cera e certos medicamentos.

O zumbido não pode ser eliminado na maioria dos casos, diz especialista

Pessoas que sofrem de zumbido devem primeiro consultar um médico, que pode determinar a causa e recomendar um teste auditivo, disse Finkel. O zumbido geralmente não pode ser eliminado, mas pode ser gerenciado de forma eficaz, observou ela.

Um audiologista pode ser fundamental no tratamento da perda auditiva associada e na oferta de estratégias de enfrentamento, acrescentou Finkel.

Finkel afirmou que não existem curas farmacológicas para o zumbido, e a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA não recomenda suplementos vitamínicos para tratar a condição. 

No entanto, existem outras maneiras eficazes de aliviar os sintomas, como as seguintes:

Terapia sonora: ajuda os pacientes a relaxar e dormir, mascarando o zumbido.

Terapia cognitivo-comportamental (TCC): redireciona as emoções negativas associadas ao zumbido.

Gestão Progressiva do Zumbido, um programa desenvolvido pelo Departamento de Assuntos de Veteranos, combina terapia sonora, TCC e educação para planos de gerenciamento personalizados.