Folhas de oliveira contêm compostos com potencial de combate ao melanoma

O azeite de oliva é conhecido por ter benefícios à saúde, mas e a folha de oliveira?

Por Amie Dahnke
08/07/2024 20:59 Atualizado: 08/07/2024 20:59
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

O azeite de oliva é conhecido por ter benefícios à saúde, mas e a folha de oliveira?

Um estudo recente mostra que extratos etanólicos de folhas de oliveira provenientes da Espanha e da Grécia têm propriedades antioxidantes, antimicrobianas e anti cancerígenas que podem ter usos terapêuticos no tratamento do melanoma, um tipo de câncer de pele.

Grécia vs. Espanha

Pesquisadores da Romênia realizaram um estudo, publicado na revista Antioxidants em 27 de junho, para investigar a composição fitoquímica e o potencial das folhas de oliveira. 

Embora outras pesquisas tenham mostrado que o azeite de oliva e os extratos de folhas de oliveira têm propriedades antioxidantes e antimicrobianas que podem combater vários tipos de câncer, os pesquisadores romenos queriam saber se a região em que a oliveira é cultivada afeta seus compostos fitoquímicos.

Os pesquisadores colheram folhas de oliveira de Sevilha, na Espanha, e de Lefkada, na Grécia, secaram e moeram, e depois misturaram com um solvente para prepará-las para análise.

Os extratos foram testados quanto à toxicidade para células de melanoma humano e avaliados quanto ao efeito no crescimento de vasos sanguíneos. Quando um tumor se desenvolve, mais vasos sanguíneos tipicamente começam a crescer para fornecer nutrientes ao tumor.

Os extratos de folhas de oliveira da Grécia continham mais polifenóis, como a luteína, que melhora a saúde ocular, e a oleuropeína, que possui propriedades antioxidantes, de redução de lipídios, anti aterosclerose e anti-inflamatórias.

Além disso, os extratos de folhas de oliveira da Espanha continham quase o dobro do conteúdo metálico dos extratos da Grécia. Os extratos de folhas de oliveira da Espanha tinham níveis mais altos de níquel, zinco, cobre, cromo e ferro – todos nutrientes necessários. No entanto, também continham níveis mais altos de cádmio e alumínio, que podem ser tóxicos em doses elevadas. Os pesquisadores não determinaram que os níveis eram tóxicos.

Os extratos de folhas de oliveira da Grécia apresentaram maior atividade antioxidante, tornando-os mais eficazes no combate aos radicais livres. Eles também foram mais eficazes na eliminação de células de melanoma e na prevenção da formação de vasos sanguíneos, outra propriedade anticancerígena.

No entanto, os extratos de folhas de oliveira da Espanha foram mais eficazes contra uma gama mais ampla de bactérias, indicando que contêm mais propriedades antimicrobianas. Os extratos espanhois não afetaram a formação de vasos sanguíneos.

“Nossas descobertas contribuem para uma caracterização mais ampla das folhas de oliveira originárias da Espanha e da Grécia … com dados fitoquímicos e biológicos indicando possível uso como extratos antioxidantes de alta qualidade com potencial impacto no sistema de saúde”, escreveu a equipe de pesquisa.

Por que a diferença?

Os pesquisadores acreditam que a diferença na composição química provavelmente se deve às diferenças de clima e regiões de cultivo entre a Grécia e a Espanha. Dessa forma, a equipe de pesquisa afirmou ser essencial considerar o tipo de folha de oliveira ao produzir terapêuticos.

“Na determinação de plantas, o conteúdo elementar foi considerado individualmente, pensando apenas na contribuição do respectivo elemento para a planta e o organismo humano e comparado às ingestões diárias recomendadas e aos limites diários permitidos”, escreveram os pesquisadores.

Como as oliveiras também são cultivadas em outras partes do mundo, incluindo Portugal e Itália, é importante testar a eficácia dos compostos nas folhas de oliveira colhidas nesses países também, observou a equipe.