Financiamento acelera desenvolvimento de vacina contra o câncer de ovário

Pesquisadores da Universidade de Oxford receberam um aporte milionário para os estudos nos próximos três anos

Por Redação Epoch Times Brasil
04/10/2024 22:45 Atualizado: 04/10/2024 22:45

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, receberam um financiamento para desenvolver a primeira vacina do mundo destinada a prevenir o câncer de ovário. A doença afeta milhares de mulheres anualmente em todo o mundo. 

O objetivo da OvarianVax será treinar o sistema imunológico para identificar e atacar as células cancerígenas em seus estágios iniciais.

“Estou otimista porque estamos falando sobre prevenir as primeiras células cancerígenas que se desenvolvem – e não tentando curar, tratar ou prevenir o retorno do tumor”, disse o professor e líder do estudo, Ahmed Ahmed

Há dez anos, o doutor Ahmed pesquisa essa doença. Atualmente, sua equipe está focada em identificar células e proteínas específicas do câncer de ovário que podem ser alvos eficazes para a vacina. 

Eles determinarão quais proteínas na superfície das células em estágios iniciais são mais reconhecidas pelo sistema imunológico e avaliarão a eficácia da vacina na eliminação de minimodelos de câncer de ovário em laboratório.

A Cancer Research UK, uma das principais organizações independentes de pesquisa sobre tumores, destinará até £ 600 mil (aproximadamente R$ 4,2 milhões) para os estudos, com previsão de três anos para a conclusão.

Após os resultados bem-sucedidos em laboratório, os pesquisadores avançarão para os testes da OvarianVax em pacientes com a doença.

Saiba mais sobre o câncer de ovário

Os tratamentos para o câncer de ovário incluem cirurgia e quimioterapia, além de protocolos adicionais, como medicamentos direcionados e tratamentos hormonais, que variam conforme o tipo e a disseminação da doença.

No Reino Unido, aproximadamente 7.500 novos casos são diagnosticados anualmente, resultando em cerca de 4.100 mortes. As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 representam cerca de 5 a 15% desses casos. 

Mulheres com essas mutações, como a atriz Angelina Jolie, têm um risco maior de desenvolver a doença, e é recomendado que façam a remoção dos ovários. No futuro, quando a vacina for disponibilizada, essa cirurgia não será mais necessária, garantem os pesquisadores. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil a estimativa é de 7.310 novos casos de câncer de ovário por ano.

Vacinas para outros tumores 

No início deste ano, os cientistas da Universidade de Oxford também obtiveram financiamento para desenvolver uma vacina para contra o câncer de pulmão. 

“Há algumas décadas, a ideia de uma vacina contra o câncer era ficção científica”, disse a gerente de informações sobre pesquisa da Cancer Research UK, Dra. Claire Bromley. “Agora, muitas dessas vacinas estão se baseando em tecnologias desenvolvidas durante a Covid-19, que acelerou esse trabalho. Estamos entrando em uma área onde o câncer, como doença, pode se tornar  mais prevenível. Isso está se tornando muito mais uma realidade.'”