Fatores psicológicos afetam o controle do açúcar no sangue em crianças diabéticas

Por George Citroner
08/11/2024 20:43 Atualizado: 08/11/2024 20:43
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Adolescentes com diabetes tipo 1 que estão confiantes em sua capacidade de gerenciar tarefas têm um melhor controle do açúcar no sangue, segundo um estudo publicado no International Journal of Psychiatry.

Especialistas em pediatria, endocrinologia e nutrição do Hospital Universitário Reina Sofía e pesquisadores da Universidade de Córdoba, na Espanha, descobriram que a autoeficácia — a crença na capacidade de alguém de ter sucesso — pode levar a mudanças comportamentais que melhoram o controle glicêmico para manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa-alvo.

“Crenças baseadas na confiança pessoal na própria capacidade de lidar com situações específicas influenciam cognições, reações emocionais, estratégias analíticas de enfrentamento e o comportamento gerado”, escreveram os pesquisadores.

Acreditar em si mesmo está ligado a um melhor controle do açúcar no sangue

Para o estudo, publicado em setembro e envolvendo mais de 200 crianças e adolescentes, os pesquisadores monitoraram os níveis glicêmicos dos participantes por dois anos usando monitores contínuos de glicose.

O autor do estudo Ángel Rebollo-Román explicou em um comunicado à imprensa que esses dispositivos permitiram que os pesquisadores monitorassem os níveis de glicose e garantissem que estivessem dentro de uma faixa adequada.

As pesquisas foram conduzidas em quatro fases para avaliar diferentes fatores psicológicos, incluindo:

  • Autoeficácia
  • Equilíbrio afetivo
  • Suporte social percebido
  • Autoestima
  • Qualidade de vida

O coautor do estudo Joaquín Villaécija declarou no comunicado à imprensa que as descobertas revelaram um padrão: “Pessoas com maiores pontuações de autoeficácia mostram melhor controle glicêmico”, disse ele. O estudo também indicou que, embora a relação entre autoeficácia e controle glicêmico fosse mais evidente entre adolescentes, era menos pronunciada em crianças pré-adolescentes.

A primeira autora Carmen Tabernero, professora de psicologia social na Universidade de Salamanca, na Espanha, observou que isso pode ser devido aos pais assumirem a responsabilidade primária de controlar o diabetes de seus filhos. Com isso em mente, os pesquisadores sugerem intervenções para capacitar os pais a encorajar a adesão ao tratamento e a dieta saudável e o comportamento de exercícios em adolescentes.

Confiança é a chave

O estudo ressalta a importância da autoeficácia na determinação do comportamento, especialmente no gerenciamento de uma doença crônica como o diabetes.

Doenças como o diabetes “exigem mudanças no comportamento, na forma de adesão ao tratamento, dieta balanceada e atividade física”, afirmou a autora do estudo, Bárbara Luque, no comunicado à imprensa.

“Se você adicionar a isso os esforços dos adolescentes para construir sua própria identidade e se sentir integrado a um grupo de iguais, uma situação de estresse pode ser gerada afetando o autogerenciamento da doença”, acrescentou.

De acordo com os pesquisadores, ter alta autoconfiança ajuda no gerenciamento da doença em si, mas também funciona como um mecanismo de enfrentamento, ajudando “a reduzir o estresse e a depressão frequentemente associados à doença crônica”, escreveram.

A equipe de pesquisa planeja desenvolver intervenções psicoeducacionais destinadas a melhorar a autoeficácia entre adolescentes. O objetivo é incorporar uma perspectiva psicossocial no atendimento ao paciente para melhorar a qualidade de vida de jovens pacientes com diabetes.

“No geral, nossos resultados mostram como, em adolescentes, a manutenção de alta confiança na capacidade de controlar [o diabetes tipo 1] pode ajudar os adolescentes a perseverar diante da adversidade e se esforçar para seguir as indicações clínicas e, assim, manter os indicadores de controle glicêmico dentro de parâmetros saudáveis ​​ao longo do tempo”, concluíram os pesquisadores.