Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Ouvimos muito falar sobre “perseguir sua paixão”, mas crescimento e propósito são os elementos sobre os quais uma vida substancial é realmente construída—e pesquisas sugerem que eles podem ser fundamentais para proteger o cérebro e viver bem.
Uma nova pesquisa relaciona a falta de crescimento pessoal e a perda de propósito com uma queda gradual em direção à demência, relata Susan C. Olmstead.
O estudo, realizado ao longo de 14 anos e publicado no *Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry* da BMJ, acompanhou 910 pessoas para observar como elas se saíam em seis principais indicadores de bem-estar psicológico:
- Autoaceitação
- Autonomia
- Domínio do ambiente
- Propósito na vida
- Relações positivas com os outros
- Crescimento pessoal
Os pesquisadores descobriram que, dois anos antes de um subgrupo de participantes do estudo ser diagnosticado com comprometimento cognitivo leve ou demência, eles sofreram um declínio geral no bem-estar psicológico nesses indicadores.
Um ano antes desse declínio geral, no entanto, essas mesmas pessoas relataram níveis mais baixos em seu senso de propósito. E três anos antes disso, relataram níveis mais baixos de crescimento pessoal.
Embora a pesquisa não mostre causação, apenas correlação, as implicações são dignas de reflexão. A sugestão é que, quando paramos de crescer como pessoas, também perdemos nosso senso de propósito. Em seguida, sofremos um declínio geral no bem-estar, e nossas mentes começam a se deteriorar.
Olmstead relata que os pesquisadores levantaram a hipótese de que crescimento pessoal e propósito na vida “podem ser mais cognitivamente exigentes do que outros componentes do bem-estar, e, portanto, podem servir como indicadores mais sensíveis do envelhecimento cognitivo”.
Mas e se um dos propósitos centrais de ser humano for crescer? E se pararmos de crescer, isso não nos levaria a sentir uma perda de propósito?
E se um de nossos propósitos centrais como seres humanos é crescer, isso levantaria a questão de como crescemos. Crescimento pode se referir a habilidades, capacidades e cultivo da mente. Este último é mais difícil de alcançar.
Esses indicadores de bem-estar psicológico mencionados acima certamente fornecem alguns bons parâmetros de como crescer, assim como os sábios e grandes líderes espirituais da história. Muitos deles nos disseram para cultivar virtudes como compaixão, fortaleza, perdão, honestidade e paciência.
Enquanto tento me concentrar em aprender novas habilidades a cada ano, desde elétrica residencial até animação, meu sentido mais profundo de crescimento diário vem da capacidade de controlar melhor meus pensamentos e emoções. O crescimento nessas áreas muda como reajo a situações cotidianas e a cada interação social.
Pesquisas da Universidade de Washington sugerem que um senso de propósito também pode nos ajudar a afastar a solidão, que está ligada à demência. Isso se deve em parte ao fato de que o propósito muitas vezes nos leva a nos conectar com os outros, mas os pesquisadores dizem que ter um senso de propósito em si pode afastar os sentimentos de solidão. Pessoas que vivem uma vida que veem como significativa também são menos propensas a adoecer ou sofrer um derrame.
Enquanto a pesquisa sobre o tratamento da demência, e especificamente da doença de Alzheimer, tende a se concentrar no papel das placas cerebrais formadas por proteínas beta-amiloide e tau, vários estudos têm desafiado essa ligação, relata a pesquisadora em neurociência Stephanie Zhang.
Isso pode nos dar mais motivos para focar em nosso caráter como um fator principal em como nossa mente se comportará à medida que envelhecemos. Faz sentido que como usamos nossa mente, e até que ponto nos desafiamos, possa ser o fator definidor para que nossas mentes permaneçam afiadas e capazes à medida que envelhecemos.