Exercícios físicos têm efeitos prolongados no cérebro mesmo após cessar atividade, aponta estudo

Pesquisa mostra que a atividade física melhora a conectividade cerebral, com impactos positivos que podem durar até 15 dias após a prática.

Por Redação Epoch Times Brasil
12/10/2024 09:53 Atualizado: 12/10/2024 09:53

Um estudo da Universidade de Aalto, na Finlândia, mostrou que os efeitos positivos da atividade física no cérebro podem durar até 15 dias. Liderado por Ana María Triana, o estudo, realizado ao longo de 133 dias, analisou mudanças na conectividade funcional cerebral por meio de ressonâncias magnéticas e dispositivos que monitoraram dados fisiológicos, como batimentos cardíacos e respiração.

O estudo contou com um voluntário submetido a 30 sessões de ressonância magnética. O objetivo foi investigar como fatores diários, como sono e exercícios, influenciam a conectividade cerebral.

A conectividade funcional refere-se à maneira como diferentes regiões do cérebro interagem entre si durante tarefas cognitivas e no estado de repouso.

O estudo mostrou que a atividade física melhora a conectividade de redes cerebrais relacionadas à atenção, memória e funções cognitivas, como a rede fronto-parietal e a do modo padrão. Essas áreas são cruciais para a concentração e a manutenção da memória de trabalho.

“A integração da atividade cerebral, dados fisiológicos e sinais ambientais apoiará cuidados de saúde de precisão e futuras pesquisas em neurociência ambiental”, explicou Ana Triana.

Os pesquisadores descobriram que o efeito positivo do exercício sobre a conectividade cerebral pode durar até 15 dias após a última sessão de atividade física, sugerindo um impacto prolongado nas funções cerebrais.

Além disso, a pesquisa indicou que o sono também desempenha um papel significativo na conectividade cerebral. A qualidade do sono do indivíduo afeta a maneira como o cérebro se conecta durante tarefas que exigem atenção e foco.

Em contrapartida, a frequência cardíaca e a taxa de respiração mostraram uma maior correlação com a conectividade cerebral em momentos de repouso e em atividades mais naturais, como assistir a filmes.

Smartphones e pulseiras inteligentes permitiram monitorar dados precisos sobre comportamento e fisiologia, como passos, sono e frequência cardíaca, que foram cruzados com ressonâncias magnéticas para analisar a conectividade cerebral.

O estudo mostra que os benefícios cognitivos do exercício vão além do período imediato, destacando a importância da prática regular para manter a saúde cerebral. Mesmo curtos períodos de inatividade podem prejudicar a conectividade funcional, diminuindo a eficiência das redes cerebrais.

A pesquisa abre caminho para investigações futuras sobre a relação entre fatores comportamentais e saúde cerebral, especialmente em pessoas com condições neurológicas ou psiquiátricas. Estudos com diferentes perfis de participantes podem confirmar os achados e ampliar a compreensão dos efeitos de longo prazo do exercício e hábitos saudáveis na conectividade cerebral.